Intelectual de esquerda a sair do armário
Isto é delirante, nada menos do que delirante: «O actual governo mereceu também da banca todos os elogios e retribuiu em espécie, impedindo que qualquer legislação que diminuísse os lucros da banca passasse no parlamento, ou ficando como penhor de bancos que em condições normais iriam à falência, mesmo numa altura em que já era difícil alegar crise sistémica». Vamos ignorar que o «penhor de bancos» resultou de imposição da troika e era inevitável dada a forma como foi planeada a intervenção pelas instituições europeias, mas fiquemos pela legislação que não tem permitido que a banca diminua os seus lucros. Quais lucros? Sim, quais lucros? Façam favor de avisar o panfletário Pacheco de que há três anos a esta parte a banca está mais para o prejuízo do que para o lucro. Mas não deixemos este pequeno pormenor estragar uma boa história: a banca lucra; o pobre sofre. Enfim, há outros pontos delirantes no texto do prezado intelectual e historiador - que parte sempre da premissa de que se algo estava mal, com este executivo piorou -, mas este basta para demonstrar a capacidade extraordinária que o ódio tem de cegar. Para Pacheco, tudo vale para incitar nos outros a mesma raiva que sente por quem um dia lhe barrou o caminho. O barbudo é um recanto permanente da luta interna no PSD que mimetiza o que se assiste agora num âmbito mais alargado no PS.