Marinho e Pinto
Foi pena não ter sido feita uma destas para o amigo Sócrates, material não faltaria. Mas aproveitando o texto no DN, de crítica a Marinho e Pinto muito comum nos tempos que correm pela corte lisboeta, recordo-me de outros tempos em que assim não era. Claro que o facto de se ter metido na política-partidária ajuda a explicar o motivo pelo qual o ex-bastonário é agora mais criticado, mas não é só isso: a atitude para com Marinho mudou imediatamente por parte de certos sectores no dia em que este decidiu opor-se publicamente à adopção por casais do mesmo sexo. Isso - e apenas isso - tornou-o imediamente persona non grata entre muitos dos que anteriormente eram mais tolerantes quando confrontados com as suas traquinices. É que sou do tempo em que a jornalista Manuela Moura Guedes, confrontando precisamente Marinho e Pinto com uma das inúmeras contradições que o seu discurso populista já então encerrava, recebeu resposta deste último em termos totalmente inaceitáveis, termos esses que visavam precisamente fugir a ter de dar uma resposta à contradição indicada. Se não me falha a memória, julgo não estar a ser injusto, muitos dos que agora o criticam, ou estiveram calados nessa altura, ou até elogiaram a sua performance. Mais honestidade. Menos hipocrisia.