No Dia da Liberdade
Urge defender maior e melhor liberdade para todos nós. E se há coisa que os últimos anos têm demonstrado é que uma sociedade na total dependência do Estado nunca será livre. Os funcionários públicos estão agarrados ao Estado e não conseguem, nem sonham, libertar-se deste. Os pensionistas, depois de lhe entregarem todas as suas poupanças, estão, inequivocamente, presos ao Estado. Os empresários vivem debaixo das saias do Estado e barafustam sempre que lhes pedem para tratar da sua vidinha sem o Estado. Boa parte dos jovens, muitos agarrados a programas do centro de Emprego, estão presos ao Estado. Afinal, quem é que não depende do Estado em Portugal? Em Abril de 74 libertarmo-nos de uns grilhões pesados para logo nos metermos noutros. Sim: o Estado Novo era muito mais repressor e havia muito menos liberdade, mas não digam que o actual Estado não reprime. E, a avaliar pelo que se vai ouvindo hoje, como ouvia-se ontem, parece que a solução para os nossos problemas passa por maior dependência em relação ao Estado. Os dependentes, habituados a viver na dependência, já só conseguem imaginar a vida nessa dependência. O Estado isto; o Estado aquilo; farto do Estado. Neste Dia da Liberdade, fazendo jus ao nome, permitam-me o grito: dêem-me liberdade. Falta cumprir-se Abril.