O efeito das sondagens
Como inúmeros exemplos provam, inclusive em Portugal (basta lembrar os recentes casos das eleições europeias e as regionais na Madeira), as sondagens nem sempre coincidem com o resultado do acto eleitoral em si. Mas isso apenas prova que a arte de fazer sondagens não é uma ciência exacta. Vem isto a propósito da malta que volta e meia diz que as sondagens são manipuladas. Curiosamente, até aparecer uma sondagem que dava 5 pontos percentuais de vantagem à coligação, da Aximage, essa conversa não andava no ar. Mas com essa sondagem, até Pacheco Pereira virou um especialista no assunto. Era preciso desvalorizar, dai que com toda a seriedade de especialista que lhe assiste, malhou forte e feio no trabalho da Aximage. Agora que as sondagens da Católica e da Intercampus confirmam que a sondagem da Aximage não estava tão longe dos resultados que se andam a obter no terreno - que, repito, podem depois em nada coincidir com o resultado efectivo de dia 4 de Outubro -, aguardo ansiosamente para voltar a ouvir o especialista Pacheco. Entretanto, tentem lá saber junto do PS se os resultados das suas próprias sondagens internas, como o PSD já tinha feito saber em relação às suas, não estão em linha com os números apresentados pelos OCS por estes dias? Aposto que estão. Até porque o desânimo nas hostes socialistas é por demais evidente (não só desânimo, mas como a notícia também relata, Costa alinha o discurso perante o que as sondagens lhe vão indicando: ou seja, bem podem tentar desvalorizá-las, que nota-se que estão a levá-las demasiado a sério).