Para arrumar de vez com o tema «défice»
Tenho muitas dúvidas que o défice fique nos 2,7% previstos pelo governo, é bem capaz de ficar acima disso, ligeiramente acima de 3%. Mas, repito: ligeiramente acima de 3%, como estimado por algumas instituições internacionais. Isso não representa qualquer descontrolo das contas públicas, bem pelo contrário, se comparado com o estado dessas mesmas contas públicas no final de 2010, inicio de 2011, a consolidação orçamental que se verificou desde então foi brutal e acentuada. Não há pessoa que perceba de contas e com um pingo de honestidade e seriedade que não reconheça isto. Não há instituição internacional, inclusive agências de rating, que não reconheça isto. O próprio PS sabe isto tão bem que no seu programa de governo conta com Portugal fora do procedimento por défice excessivo no curto-prazo. Por isso mesmo, se há assunto em que o PS devia ter vergonha de tocar era o do défice. Que, pelo contrário, os socialistas considerem que podem capitalizar votos nesta matéria mostra apenas duas coisas: 1) o pouco respeito que têm pela inteligência dos eleitores e 2) a forma ignóbil como continuam a ignorar as asneiras que fizeram no passado e que tanto custaram ao país. Dois bons motivos para lembrar o porquê de não merecem o voto de quem quer que seja. É a minha opinião. Que partilho cada vez com maior convicção.