#PorAcasoFoiIdeiaMinha
A ideia de que Portugal, como acabou sugerindo o primeiro-ministro, terá tido alguma contribuição decisiva para o fecho da reunião de ontem não faz qualquer sentido. O nosso governo pode ter sido o primeiro a levantar uma ideia que depois outros decidiram pegar, mas não mais do que isso. Portanto, compreendo que tal sugestão seja motivo para brincadeira. Um país pequeno só passa a ter alguma relevância em matérias de grande importância quando assume uma posição inflexível na forma do «tudo ou nada», como a assumida pela Grécia (neste caso concreto, era mesmo a matéria em questão) e, ainda que em menor grau, pela Finlândia. Mas, achando o tom gozão normal nestas coisas, não deixo de notar como também nisso se permitem fazer outras leituras: a) há malta que não quer/gosta de reconhecer que o governo português nunca colocou Portugal entre os países que adoptaram uma linha mais dura para com os gregos, ao contrário do que a nossa imprensa e os próprios gregos, por motivos estratégicos, tentaram vender (nota: é muito curioso que parte da nossa imprensa entre na onda do gozo com a frase do PM, mas aparentemente não esteja interessada em revelar se o conteúdo do que foi dito tem mesmo um fundo de verdade); b) se esta frase é motivo de paródia, como não parodiar o papel do PS e de Costa que tentam passar a mensagem, contra todas as evidências, de que António Costa já é um tipo influente na Europa e que quando for eleito então reinará mesmo aquela cena toda?