«Surpresa desagradável»
Como conciliar ideia de buraco nas contas públicas com isto: Cedências da PàF ao PS custam €1309 milhões em quatro anos. Adiante: uma possível explicação para a conversa da «surpresa desagradável», sendo certo que há nuvens no horizonte (novos desafios à governação são o pão nosso de cada dia e agora qualquer novo desafio pode ser visto como facto que confirma o presságio costista): sem governo de esquerda consolidado - a capa da acção socialista do Público já fala num impasse nas negociações à esquerda -, o PS não pode impedir o governo PSD/CDS de entrar em funções, mas começa já a ensaiar o discurso para justificar o derrube desse governo e a convocação de eleições antecipadas (e, para isso, tudo servirá, toda a situação negativa que aconteça verá a sua gravidade empolada pelo partido socialista, um pouco como aconteceu com toda a informação negativa que surgiu durante a campanha eleitoral). Dito isto, na capa do DN, depois das declarações absurdas de Costa que deram força a especulação variada, Mário Centeno, em manifesto controlo de danos, aparece a dizer que «o mais importante das reuniões com a PàF é o que não foi dito». Se não se tratasse de coisa séria, isto até tinha graça. Muitas vezes, chego a dar por mim a torcer para que esta coisa do governo de esquerda ande para a frente. Como não lhe adivinho longa vida, no médio/longo-prazo seria a solução que melhor serviria o país (e a direita política).