We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Muito do que Álvaro Santos Pereira contará no livro que anda a promover - e que não penso ler, quanto mais comprar - corresponde à leitura que fiz perante os factos conhecidos: desde o estilo venenoso e intriguista de Portas, para quem quase tudo vale -, até às divergências com Gaspar, sendo que esta da EDP foi por demais evidente. Mas ler relatos destes, conhecendo o estilo do Álvaro, de gajo com voz grossa que impõe respeito, levam-me a sorrir: «A minha intervenção foi seguida de um silêncio sepulcral». Nesta narrativa, de homem duro que fazia frente à troika, é que é mais dificil de acreditar. E foi essa, desde a primeira hora, a falha do Álvaro: não conseguiu, com credibilidade, impor a sua força de forma a que o levassem a sério. Enquanto ministro, essa falha foi-lhe mortal. Agora, bem pode escrever livros.
«Já não há rendas excessivas no sector elétrico». Deve ter razão, por isso é que o trabalho do ministro tem passado despercebido. Enquanto o Álvaro tentava fazer alguma coisa, tudo fizeram para o deitar abaixo. Já com o amigo Moreira da Silva é um mar de tranquilidade. Será porque já fez tudo ou porque faz pouco? Ora pensem lá sobre o assunto.
«É certo que bater em mortos pode, no limite, configurar um ato de certa cobardia. O problema é quando os mortos não aceitam a sua condição e insistem no estrebucho típico de quem recusa entender, por teimosia ou incapacidade, que o seu prazo de validade chegou ao fim. É o caso do [quem será?] que [...] numa espécie de comeback ao palco mediático, apontou metas e desígnios, fez recomendações e lançou desafios como se [...] não tivesse ele próprio culpas no cartório por ter feito parte de um Governo que nos conduziu ao estado em que estamos.» José Sócrates? Não, o Álvaro. Este Nuno Saraiva é um gozão. Reparem que concordo que Santos Pereira devia estar calado, mas se há coisa que o ex-ministro da economia não tem no curriculum é ter pertencido a «um Governo que nos conduziu ao estado em que estamos». Quanto muito não teve estaleca para tirar o país do estado em que o meteram. Dai, agora desculpa-se com a dívida. É que se «factos são factos», sendo igualmente um facto que o desemprego já tinha disparado antes deste governo tomar posse (porque seria?), a emigração idem (porque seria?) e que a austeridade (inteligente, talvez?) já era uma realidade (porque seria?), fiquemos por estes e não alimentemos qualquer narrativa fantasiosa.
mas a dupla Gaspar & Álvaro, pelo menos ao nível do discurso, cada vez mais faz-me lembrar a dupla Pinho & Lino: que vacuidadediscursiva. Quem é que lhes anda a escrever os discursos, o Duarte Marques?
Ano e meio passado e inúmeras revisões do memorando realizadas, o Álvaro lembrou-se disto? Como é evidente, sendo a questão da refundação do Estado o maior exemplo, não abandonamos o modelo de governação «à vista».