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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Notas finais sobre as legislativas

1. O PS passou de uma vantagem à volta dos 4 pontos para a coligação PSD+CDS nas Europeias para uma derrota à volta dos 6 pontos nas Legislativas. A coligação melhorou o score para o principal partido da oposição em 10 pontos percentuais. Não sei como é que Costa pode sobreviver a uma derrota humilhante destas.

2. Ao contrário do que as notícias iniciais apontavam, a abstenção aumentou em relação a 2011 (terão votado cerca de menos 180 mil pessoas, um aumento de dois pontos percentuais dos abstencionistas). A afluência intermédia às urnas aumentou porque as pessoas terão antecipado o voto por causa do futebol/receio do mau tempo.

3. O Bloco de Esquerda quase duplicou a votação em relação a 2011. Passou de 5,15% para um valor acima de 10%. Um resultado a todos os níveis brilhante e que o colocam como um dos mais claros vencedores da noite. Também para este crescimento muito contribuiu a aselhice de António Costa: quis fazer discurso para satisfazer o centro e a sua esquerda, abriu duas frentes, perdeu ambas as batalhas.

4. Não há um único partido dos pequenos que valha mais do que o PSD sozinho nas ilhas. O tempo de antena que foi dado pelos OCS ao Livre do Tavares e ao PDR do Marinho foi ridículo. O PAN, Partido dos Animais e da Natureza, não teve o mesmo tempo de antena, mas vai ser o partido mais votado de entre os pequenos e conquista um deputado por Lisboa. Um feito extraordinário.

5. A coligação ganha, mas perde mais de 700 mil votos em relação a 2011. Acabam por fazer a festa, mas é uma perda brutal (no fundo, coligação PSD+CDS nestas eleições é reduzida à força eleitoral do PSD sozinho em 2011, mas consegue melhor resultado que combinação de PSD e CDS em 2005). De resto, de todos os partidos com representação parlamentar, só mesmo os partidos que constituem a coligação é que perdem votos e vêem os seus grupos parlamentares reduzidos.

6. As sondagens estavam correctas. Quem andou a inventar teses sobre manipulação das mesmas teve a resposta devida.

7. A PàF ganhou no Concelho de Lisboa. 37,47% para 34,76% do PS. A derradeira humilhação para Costa.

8. Ainda faltando os círculos eleitorais do estrangeiro, onde em 2011 a distribuição foi de 3 para o PSD e 1 para o PS, neste momento, segundo julgo saber, o PS não só não conseguiu obter o maior grupo parlamentar (está 86 para o PSD contra 85 dos socialistas), como nem sequer PS+BE conseguem superar os deputados da coligação (104 vs 104). Nem por aqui podiam fazer barulho e legitimar um golpe na secretaria.

9. Um país pintado a duas cores e dividido ao meio: PàF ganha no norte, PS no sul.

A campanha pela negativa

A campanha tem sido toda ela, em boa parte por responsabilidade das sondagens - que obrigaram sobretudo o PS a adoptar um registo desesperado -, feita pela negativa. Mas metam negativa nisso. O último grande acto propriamente dito onde houve discussão de ideias foi o debate nas rádios entre Passos e Costa que resultou, como se sabe, num enorme problema para o PS. Onde os socialistas achavam que iam ter mais força do que a coligação, no programa eleitoral, descobriram que tinham uma fraqueza gritante. Mais: Costa foi obrigado a começar a cortar nas promessas que fazia diariamente porque ficou claro que o povo não só já não ia em cantigas, como aquilo acabaria por tirar votos. Restou a campanha pela negativa, que a coligação também ensaia frequentemente, mas nunca com a intensidade do PS (que até teve de ir aos submarinos e outras coisas do género). O problema destas campanhas super negativas é a de que ainda que possam ter algum efeito benéfico para quem as lança, ao fim de algum tempo, com a repetição dos mesmos chavões vezes e vezes sem conta e sem mais nada para além disso, a coisa torna-se cansativa (o efeito Sócrates é muito útil à PàF, mas o discurso Sócrates, Sócrates e mais Sócrates, a que Passos recorreu no primeiro debate, não foi). O registo permanente de campanha pela negativa torna-se evidência do absoluto vazio que domina quem a ela recorre e acaba por afastar eleitores não só do partido atacado, mas também do que ataca. Não estranharei, portanto, elevadíssima abstenção no próximo dia 4 de Outubro.

Um direito

Hoje é um bom dia para exercer um direito, o direito fundamental de poder escolher entre participar ou não numa eleição à qual, no actual contexto, não atribuo particular importância, pelo que facilmente deduzirão qual o sentido da minha opção. E, felizmente, esta decisão que resulta do exercício da minha soberania individual, do meu estatuto de homem livre, ainda ninguém me quis retirar. Dito isto, não deixa de ser caricato que o homem que ontem veio apelar para que fossemos votar, dada a crescente relevância do Parlamento Europeu para as nossas vidas, tenha estado, depois de pressões de Merkel et al., na primeira linha dos que recusaram um referendo ao Tratado de Lisboa e pressionaram o Governo de Sócrates para ignorar o que tinha sido uma promessa eleitoral. Enfim, para Cavaco me vir dar lições de democracia, tinha que nascer duas vezes.

Da desinformação

Há dez anos, na reeleição de Jorge Sampaio, a abstenção teve níveis semelhantes mas os cadernos eleitorais de então detinham um erro de perto de 8% em relação aos votantes reais - ao contrário de ontem, onde a votação dispunha de cadernos eleitorais "limpos", com um desacerto que não deveria ultrapassar o nível de 1,5%.

Escreve Carlos Abreu Amorim, é a campanha da desinformação que já ontem tinha sido levada a cabo por Pedro Adão Silva e Luís Delgado na SIC Noticias. Nunca é demais referir: em 2001, estavam inscritos 8.950.905 eleitores. Em 2011 o número de inscritos, após a "limpeza" dos cadernos eleitorais a que CAA faz referência, disparou para 9.629.630. São só 678.725 eleitores a mais. Portugal deve ser dos países no mundo com maior crescimento populacional. Ou isso, ou desde 2008 terão sido acrescentados cerca de 600 mil eleitores por via do recenseamento automático e a "limpeza" dos cadernos eleitorais deixou muito a desejar.

Eleições presidenciais (5)

1. O grande vencedor da noite é, como não podia deixar de ser, Aníbal Cavaco Silva. Queria ganhar à primeira volta e ganhou. Contudo, com base nas expectativas, é certo que não foi uma vitória estrondosa. Mas 52,94% dos votos é, recordo, maior do que os 50,64% que obteve em 2006.

1.1. Cavaco ganhou em todos os distritos, conseguindo superar o candidato apoiado pelo PCP em Beja, coisa que não aconteceu em 2006.

1.2. Mesmo com a oposição explicita de Carlos César, o actual presidente obteve 56% dos votos nos Açores. Fica o registo.

1.3. Na votação por distrito, Cavaco seria obrigado a segunda volta pela votação na Madeira (44%); Beja (33%); Setúbal (36%); Évora (37%); Lisboa (48%); e Portalegre (44%).

1.4. Os melhores distritos para Cavaco Silva: Bragança e Vila Real, em ambos acima de 65%.

2. O grande perdedor da noite é Manuel Alegre. Os 19,75% obtidos agora contrastam com os 20,7% obtidos há cinco anos quando não contava com o apoio do PS e do BE.

2.1. Manuel Alegre ficou em segundo lugar em todos os distritos, excepto na Madeira e em Beja. O melhor resultado obteve-o no distrito de Portalegre, com 26,42% dos votos.

3. Fernando Nobre só por distracção é que se pode considerar o grande vencedor da noite. Andou a pregar que ia à segunda volta, não foi, e logo de seguida diz-se o grande vencedor da noite? Aprendeu depressa com os políticos. Sim, acho-o também um dos vitoriosos da noite, mas não foi o grande vencedor, afinal, a corrida presidencial acabou e Nobre não será o Presidente.

3.1. Os melhores resultados da candidatura de Fernando Nobre foram obtidas nos distritos de Setúbal e Lisboa, acima dos 16%. Contudo foi no distrito de Leiria que esteve mais próximo de ter ficando com o segundo lugar. Ficou a míseros 0,12 pontos de Manuel Alegre.

4. Francisco Lopes alcançou 7,15% dos votos, abaixo dos 8,59% que Jerónimo de Sousa havia obtido em 2006. Não foi óptimo, mas foi q.b. para cumprir os mínimos exigidos pelo PCP.

4.1. Há muito que distrito de Beja é onde o PCP tem mais força, por isso não é de estranhar que Francisco Lopes tenha obtido ai o seu melhor score, 26,44% dos votos, ficando em segundo à frente de Alegre. Contudo, não fez proeza igual à de Jerónimo de Sousa que havia derrotado Cavaco em 2006.

5. José Manuel Coelho, o candidato anti-sistema, obteve uns surpreendentes 4,5%. Mas ainda mais relevantes são os 39,01% dos votos obtidos na Madeira, tendo inclusive, penso ser possível afirmá-lo, retirado a maioria absoluta a Cavaco Silva na região. Um caso a seguir com atenção nos próximos tempos.

6. O candidato de Viana do Castelo, deputado socialista, quedou-se pelos 1,57% e esteve ao seu nível, o da cretinice, quando recusou felicitar o vencedor das eleições. Teve o seu melhor resultado, como não podia deixar de ser, no distrito de Viana do Castelo, onde atingiu os 10,65%.

7. Participaram na eleição 4.489.904 eleitores, tendo a abstenção atingido os 53,4% (reparem, participaram mais pessoas que em 2001, parte deve-se, naturalmente, ao crescimento populacional, mas a diferença do nível de abstenção em mais de 3% também terá alguma explicação nas alterações à forma como o recenseamento passou a ser efectuado).

7.1. Muito preocupante, talvez mais preocupante que a abstenção, é notar que 277.702 dos votantes optaram pelo voto em branco/nulo. Para a maioria destes, garantidamente, estas eleições não apresentaram nenhum candidato credível que fosse merecedor do seu voto. Representam 6,19% dos que foram votar (número que de elevado é novidade para mim) e, portanto, eram mais do que suficientes para obrigar Cavaco Silva a uma segunda volta.

Eleições presidenciais (3)

1. Para reavivar a memória: Jorge Sampaio, em 2001, foi reeleito com 55,55% dos votos (2.401.015), numas eleições cuja abstenção foi de 50,29% (fonte). Mas mais do que a percentagem da abstenção em 2001, será relevante saber que nessas eleições votaram 4.449.800 eleitores.

2. De acordo com a Eurosondagem, a abstenção nestas eleições presidenciais poderá ser entre os 47 e os 51,2%.

Eleições presidenciais (2)

1. A afluência às urnas nas presidenciais 2006, às 16:00 horas, era de 45,56%. Este ano ficou-se pelos 35,16%. Apesar da diferença ainda ser notável, numa análise simplista com recurso à regra dos três simples, temos uma previsão de 47,48% de participação dos eleitores inscritos, ou seja, houve uma melhoria face à situação que se verificava ao meio dia. A este ritmo, talvez venhamos a ter uma abstenção inferior a 50%.

2. Em 2006, estavam inscritos 9.085.339 eleitores. Para estas eleições, passados cinco anos, estão inscritos 9.656.474. A diferença em 600 mil eleitores explica-se pela automatização do RE feita em 2008, no âmbito da criação do Cartão de Cidadão (fonte). Para levar em conta na abordagem ao valor da abstenção.

3. Pois: problemas técnicos vão aumentar abstenção. E a responsabilidade, vai morrer solteira?

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