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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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5 de Outubro

Tenho algum receio daquilo que pode ser do país no dia 5 de Outubro: um governo frágil, sem maioria absoluta, seja ele de direita ou de esquerda, será o primeiro passo para começarmos novamente a derrapar e a colocar todo o esforço feito até aqui em risco. E suspeito, por manifesta falta de responsabilidade política, que é para uma situação dessas que o país caminha. Quando, se necessário, a estabilidade poderia estar sempre garantida de forma tão simples e óbvia: CDU, CSU e SPD selam acordo de «grande coligação».

O «rodinhas»

O Schäuble é fascista. O Schäuble é nazi. São qualificações em relação aos governante alemão, sobretudo ele, que frequentemente encontro por estes dias nas redes sociais (até encontro coisas piores que é melhor nem mencionar). Este tipo de tontice, pura manifestação de irracionalidade e, paradoxalmente, extremismo, deve ser a forma encontrada por alguns para justificarem perante si mesmos que não têm de respeitar a democracia alemã da mesma forma que querem que se respeite a democracia grega. Mas convém dar-lhes números: a forma como Schäuble liderou as negociações pelo lado alemão, obteve aprovação de 64% por parte do eleitorado perante o qual responde, até porque 57% desse mesmo eleitorado concorda com o acordo final. Schäuble pode ter muitos defeitos, mas o de ter uma atitude totalitária e não respeitar a vontade de quem o elege, não tem certamente. Os syrizos fazem o mesmo? Quase, é que os syrizos e o eleitorado grego têm essa particularidade de precisarem da vontade do eleitorado alemão para conseguirem obter o que desejam. Uma campanha anti-germânica não é certamente a melhor forma de terem sucesso.

O amigo britânico

Manda avisar: «Our eurozone colleagues have received the message loud and clear that it would not be acceptable for this issue of British support for eurozone bailouts to be revisited,” one UK Treasury insider said. “The idea that British taxpayers’ money is going to be on the line in this latest Greek deal is a non-starter.» Alto e bom som: nem se atrevam a colocar um cêntimo do contribuinte inglês em risco com o caso grego, compreendido? Os jornalistas britânicos que, a par do seu governo, têm feito campanha contra a Alemanha e demais países por recusarem emprestar sem garantiras milhares de milhões de euros dos seus contribuintes aos gregos, devem estar desolados.

Uma belíssima ideia

O plano alemão, o tal que também contempla a opção de saída da Grécia da zona Euro - uma opção que considero a que melhor serve todas as partes, ainda para mais com esta ideia de saída com algum suporte financeiro por parte dos restantes membros do Euro -, pode ser encontrado aqui (versão em inglês). Uma posição alemã (malta que entende bem a contradição entre os activos valiosos na posse do Estado grego e a conversa do «não conseguimos pagar») que traduzo da seguinte forma: o referendo que fizeram, de uma forma ou de outra, vai sair-vos muito caro. Ou como os syrizos diriam: aumentou-lhes o poder negocial.

Perdão de dívida à Alemanha e à Grécia

Para os tontos, tipo Piketty, que falam do perdão da dívida alemã no seguimento da segunda guerra mundial (só o contexto histórico já devia fazer corar de vergonha quem usa tal argumento), exigindo igual tratamento para os gregos: «What's more, a huge event is completely ignored here. In 1948, Germany reformed its currency in a spectacular fashion, giving birth to the Deutsche mark. The change wiped out "approximately 90% of Germany's cash holdings and deposits," according to economist H. J. Dernburg, who was writing in 1954. It was that event, not the 1953 agreement, that provided the most dramatic reduction to German debt levels — but not without the extreme pain for anyone with any savings.»

A direita a cair logo em cima dos gregos

O ministro da economia alemão, líder do partido da mesma família europeia do PS que partilha o poder na Alemanha com a senhora Merkel, já avisou que não há condições para negociar com os gregos. Schulz, outro por quem os socialistas portugueses até andaram a fazer campanha nas últimas eleições europeias, contando colocá-lo como presidente da Comissão Europeia, também avisou hoje que o «não» significava a saída da Grécia da zona Euro. Entretanto, perspectiva minha, a senhora Merkel vai visitar Paris amanhã para impor a Hollande a sua solução para o caso grego. Não por acaso os franceses queriam um acordo com a Grécia antes do referendo. O «não» grego também aumenta o poder negocial de Merkel junto dos países que mais ardentemente desejavam um acordo a bem com os gregos. Sem nada que preveja a expulsão de um dos seus membros da zona Euro, agora é aguardar para ver a solução mais ou menos criativa que os líderes europeus vão encontrar para não ceder ao Syriza (agora, com mais propriedade, até se pode substituir Syriza por «vontade do povo grego»).

«Stick the finger to Germany»

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Ontem, o ministro das finanças grego concedeu uma entrevista à televisão alemã onde afirmou perentoriamente que o vídeo onde aparece a dizer que os gregos deviam «mostrar o dedo» à Alemanha foi adulterado (aqui neste blogue, já tinha feito referência a esse vídeo aqui). Parece-me óbvio que o que foi dito no vídeo é muito claro e não carece de contextualização, pelo que é caso para dizer que nem os Monty Python alguma vez pensaram fazer um sketch que atingisse estes níveis de surrealismo. A realidade a ultrapassar a ficção. A reacção do entrevistador alemão à acusação, essa, é priceless.

Uma solução para a Grécia

Um dos boatos que li hoje, saído na imprensa grega, a propósito de supostos diálogos acalorados que terão existido entre Schäuble e Varoufakis, punham o alemão a dizer ao grego que se pretendia colocar a Grécia fora do Euro, eles, alemães, estariam dispostos a ajudar. É a antecâmara para uma saída negociada da Grécia da zona Euro, por oposição a uma saída unilateral e descontrolada, tal como tem sido defendido por João Ferreira do Amaral. A negociação serviria para garantir algum apoio dos restantes países da zona Euro durante a fase de transição deste para o novo dracma, não expondo demasiado a Grécia aos efeitos nefastos e brutais que uma tal opção, se levada adiante sem qualquer outro apoio, teria. Os efeitos nefastos, ainda assim, nunca deixariam de ser brutais. Mas julgo que convém, até para não encostar demasiado os gregos - ou qualquer outro estado membro - à parede, dar-lhes essa opção: se algum Estado não quiser cumprir aquilo que lhe é exigido para permanecer na moeda única, os restantes estados membros, dentro do que é possível/razoável (esta parte ainda teria de ser alvo de negociação), deviam estar dispostos a facilitar uma eventual saída. Deste ponto de vista, quando alguns comentadores, espantados com a estratégia negocial grega seguida até agora, colocam a hipótese do Syriza estar a tentar convencer o eleitorado grego que a saída do país do Euro é inevitável e tal deve-se à posição inflexível alemã, talvez seja mais do que isso: os gregos querem de tal forma irritar os alemães ao ponto destes aceitarem mesmo "pagar" para se verem livres deles. Seria a estratégia do «não "pagam" para nos mantermos no Euro, mas "pagarão" para sairmos dele». Não sei até que ponto esta minha hipótese está perto da verdade, é provável que não passe de tontearia da minha parte, mas, ainda assim, não a excluiria. E se só não é mais provável esta solução é porque muitos dos burocratas e políticos europeus, onde se inclui o presidente da comissão Juncker, têm anti-corpos fortes a uma tal opção pelo que esta significaria de desunião monetária/política e de revés ao seu projecto federalista para a Europa.

«O último refúgio dos canalhas»

O governo grego contínua uma campanha fortemente anti-germânica, xenófoba mesmo, de identificação de um inimigo externo a quem atirar as culpas pelo seu próprio fracasso (o Chávez tinha os Estados Unidos, estes agora têm a Alemanha; com a diferença de que neste último caso ambos os países fazem parte de uma mesma união política e monetária). Ou como «o patriotismo é o último refúgio dos canalhas» para esconder os resultados desastrosos de quem ambicionou e prometeu o impossível. Não é por isso de estranhar que na Alemanha comecem a aparecer sondagens onde a maioria do seu povo defende e prefere a saída da Grécia do Euro (e onde constatam, ai por larguíssima maioria, o óbvio: este governo grego não é de confiança). Lembram-se da história sobre respeitar a democracia? Pois, é um pau de dois bicos (e da forma como é normalmente apresentada, sobrevalorizando a democracia grega, completamente falaciosa). Os gregos aproveitam e dizem que os alemães os querem atirar para fora da zona Euro, mas basta dois dedos de testa e seguir o timing dos acontecimentos para perceber que se há alguém que quer expulsar a Grécia da zona Euro são os próprios gregos, pelo menos enquanto representados pelo actual governo. Entretanto, perante este estado insustentável de coisas, fontes do governo alemão vão deixando sair para a imprensa que permitir um colapso da banca grega (neste momento, completamente ligada à máquina) ao estilo do que aconteceu à cipriota pode ser uma boa opção para levar os gregos à razão. E este governo grego, que outrora vinha para ser e fazer muito diferente do que tinha sido feito até aqui, anda agora a pedinchar por coisas que o seu antecessor tinha conseguido: «Grécia quer o mesmo tratamento que foi dado com Antonis Samaras em 2012». Pois: para terem o mesmo tratamento convém ter o mesmo comportamento inspirador de confiança entre as partes. O mais curioso, e irónico, é que tudo isto vem no seguimento de um ano onde o governo de Samaras, que os gregos decidiram expulsar do poder, até conseguiu pôr a Grécia em rota de crescimento.

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