We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Outra coisa que se constatou ontem no Prós & Contras é que já temos todos os lobos da democracia portuguesa, novamente, a babarem-se pelo aumento da parte do bolo que lhes cabe em sorte. O dr. Pires de Lima, então, queria dar aparência de mãos largas: por desejo dele, dava tudo a todos, mas, coitado, em alguns casos não pode, noutros não lhe deixam. Um queriducho este Pires de Lima. O Governo agora quer é esbanjar antes das eleições. Os lobos excitam-se, agitam-se, aproveitam. E só as alcateiasque têm acesso à comunicação social para chorar é que irão mamar alguma coisinha. Os bastonários, os sindicatos, as associações, os funcionários públicos, os pensionistas. Já o contribuinte individualmente considerado, não fazendo parte de nenhuma destas alcateias, está tramado. Enfim, no final do Prós & Contas a ideia que ficou no ar foi a de que se estamos num tempo em que a troika até pode estar prestes a se ir embora, não tardará a regressar.
Cinquenta e nove (eram trinta na proposta inicial). Ou como maximizar a satisfação do maior número de interesses instalados com os recursos disponíveis.
«Temos um ministro das Finanças com enorme peso político e omnipresente e depois temos um ministro da Economia que não tem experiência de fazer e que viveu distante da realidade portuguesa e até da realidade empresarial durante muitos anos, dificuldades que são perceptíveis». Felizmente, o orçamento para 2014 é o resultado de um Governo com uma ministra das finanças fragilizada, relegada para segundo plano atrás do vice e grande negociador Paulo, e de um ministro da Economia com experiência de fazer e que viveu próximo da realidade portuguesa e até da realidade empresarial durante muitos anos. O homem que queria baixar o IVA na restauração. O homem que queria subir o salário mínimo. O homem que queria tudo e mais alguma coisa quando mandava bocas de fora. Dai, que milagre produz este ministro? Onde está o seu dedo espelhado neste orçamento? Bem, a reforma do IRC - bastante timida em 2014, de tal forma que no OE até está previsto que a receita deste imposto cresça - é a que foi praticamente preparada no tempo do Álvaro e o diminuto crescimento económico que se perspectiva não será muito diferente daquele que Pires de Lima herdou de quem lhe antecedeu no cargo. Este tipo de orçamento é daqueles que diziam não ser voltado para a economia e que resultava da pouca influência, capacidade e competência do ministro Álvaro Santos Pereira. Ou então, não era bem assim. É que milagres, não há.
Num país com tantos impostos elevadíssimos que deviam descer e depressa, que se concentre tanta atenção na porcaria do IVA da restauração é de loucos. E é típico da cultura que nos meteu onde estamos: tentativa clara de protecção de um sector que não precisa, nem deve, ser protegido. Embora compreenda o que motiva a discussão em torno do tema: é um sector que envolve muita gente e que dá votos. Se este Governo descer o IVA da restauração, estará a ter o seu momento subida de salários da função pública em 2009. E o dr. Pires e dr. Portas estão desejosos por esse momento.
Apresento-vos o homem que, muito provavelmente, será o próximo ministro da economia e irá combater aqueles interesses todos que o Álvaro não combatia. Falo dos rentistas da electricidade, das parcerias público-privadas e outras coisas tais. Ou se calhar não. Mas que importa? Aposto que não terá uma campanha contra si que se aproxime daquela que montaram contra o Álvaro. Combater interesses instalados é garantia de boa imprensa ou será o contrário? Ah, perdão! Isso agora também não interessa nada que o que vem ai é o crescimento assente na procura interna, com subida de salário mínimo pelo meio e sabe-se lá mais o quê. Olha, sabem que mais, com este calor todo vou ali beber uma Super Bock para animar ao mesmo tempo que ajudo a dinamizar o mercado interno. Afinal, recorde-se o aviso muito sério do presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja, um dos muitos lóbis destes país, de que estava-se «a chegar ao limite do que é possível para manter as nossas actividades rentáveis». Não admira, por isso, que os empresários aplaudam esta possível escolha que pode simbolizar mudança de rumo. Com Paes do Amaral, conhecido por fazer bons negócios no mundo da arte, logo à cabeça. Uns artistas estes gajos. Alguns até podiam ser convidados para o Super Bock Super Rock, um daqueles espectáculos imunes à crise de grande utilidade a dar ânimo à malta.