We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Estas declarações de Pedro Nuno Santos são a todos os títulos vergonhosas. Quer porque a herança pesada sabemos muito bem quem a deixou e quem teve de lidar com ela, quer porque mais sabem os socialistas que o Novo Banco não é um custo. Pelo menos, não é um custo sob o ponto de vista demagógico a que o deputado, o tal que queria pôr as pernas dos banqueiros alemães a tremer, sugere. O défice em 2014 fica mais alto, mas não foi porque o Estado atirou dinheiro para um buraco sem fundo - como, por exemplo, aconteceu no caso BPN -, mas antes porque emprestou dinheiro a um fundo de resolução que é suportado por todo o sistema financeiro (e o Estado não só está a receber juros por isso, como conta recuperar todo o dinheiro desse empréstimo de volta). E é também por isso mesmo que ninguém está à espera de ver Bruxelas a nos pedir medidas adicionais de austeridade por causa do processo Novo Banco, ainda que o valor do empréstimo tenha acabado por ter impacto negativo no défice no ano em que o mesmo foi concedido. Da mesma forma, à medida que o empréstimo for sendo pago, esses pagamentos irão ter reflexo positivo nas contas futuras do Estado, anulando o efeito negativo que teve de ser reconhecido em 2014. Por isto tudo, discutir o impacto do défice em 2014 como um custo que vai sair caro aos contribuinte é, em bom rigor, demagogia barata. Mas, diga-se, fica giro ver Nuno Santos e outra malta socialista alinhada com a demagogia bloquista de uma Mariana Mortágua.
«Parece não haver dúvida que ao Governo interessa que a venda ocorra depois das eleições». Pelo contrário, se o melhor lado deste governo de Passos Coelho voltar a manifestar-se - e há sinais nesse sentido -, o governo nada fará para travar a venda antes das eleições, antes pelo contrário. Existirão perdas? Sim, suportadas pelo fundo de resolução. Mas ou bem que se acredita na virtude do modelo de resolução escolhido - que atira as perdas para o sector bancário (entenda-se, igualmente: a coisa vai ser paga pelos clientes dos bancos) -, ou então o Governo estaria a dar razão aos que querem confundir perdas para o fundo de resolução com perdas para o contribuinte. Carlos Costa que venda o banco e deixe aparecer um novo player, plenamente capacitado, no mercado.
Sempre que apanho um comentador a dizer que os bailouts da troika à Grécia serviram sobretudo para salvar os bancos alemães e franceses, como se repete abundantemente por ai, sei que estou perante um comentador, no mínimo, mal informado. A dada altura, isso até poderia ser argumentado. Em 2012, com o haircut que os privados tiveram de fazer à Grécia, esse argumento ruiu, lamento informar.
* Notas para a recordação do meu mestre Caeiro, Álvaro de Campos
Há muito percebemos que é uma chatice ter outros que não os suspeitos do costume a adquirir activos em Portugal: Ulrich sente-se "chocado" com investimento chinês em Portugal. E é inveja também: por o BPI não ter uns chineses que o queiram comprar, encontrando-se no limbo entre angolanos e espanhóis. De resto, olhando para a avalição que, supostamente, os chineses fazem do Novo Banco, muito acima daquela que o BPI fez, percebe-se isso mesmo. Não só o banco liderado por Ulrich perdeu uma oportunidade que noutros tempos, com jogada de bastidores, provavelmente ser-lhe-ia entregue de bandeja (os centros de decisão nacional, meu Deus), como é provável que vá existir um novo player no mercado e que esse player venha para jogar forte. Maldita concorrência. O drº Ulrich e parte das elites nacionais não gostam? Mas vão ter que aguentar.
Silva Lopes dizia coisas interessantes sobre a natureza de quem tem poder mediático e faz barulho quando tocam nos seus interesses. Raramente são os mais necessitados que o fazem. Vendo o tempo de antena dado pela comunicação social, permanente e continuamente, a um universo de duas mil e quinhentas pessoas que tinha dinheiro suficiente para ter em aplicações de papel comercial um montante de 520 milhões de euros, tenho-me lembrado muito disso. De resto, bem sei que o assunto é complexo e o facto do Banco de Portugal ter andado aos ziguezagues não ajuda, mas não há economia de mercado que resista se gente que andou a aplicar o seu dinheiro em produtos financeiros com risco, correndo o negócio muito mal, acabassem por se safar sem perdas.