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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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A quadratura do círculo

Helena Garrido, por quem tenho simpatia até pelo bom senso e moderação com que aborda matérias económicas - ler e escutar o que ela diz serve para me moderar a mim próprio -, acena com o bicho-papão da extrema-esquerda ao mesmo tempo que lamenta a forma como o BCE trata o novo governo de extrema-esquerda grego (num processo que aponta ser antidemocrático; como se, também não me canso de apontar, a democracia de uns não acabasse onde começa a democracia dos outros). Mas vamos lá ver se nos entendemos: o governo grego é a extrema-esquerda, ou bem que é o bicho-papão - e nos seus propósitos tem de ser combatido -, ou bem que tem ideias inovadoras e devemos dar-lhe atenção/carinho. Parece-me complicado é combinar estes dois aspectos. Eu até percebo que se exija às instituições europeias ideias inovadoras para combater a crise - a aprovação do QE por parte do BCE há não muito tempo foi o quê? -, já exigir que se trate as diabrites dos governantes do Syriza com tolerância, é que tenho maior dificuldade em perceber.

Engravatados

Os governantes europeus e os credores deram à Grécia condições que mais nenhum outro país da zona Euro beneficiou - nem Portugal, nem Irlanda, nem Espanha, ninguém. Se ainda assim eles estão no buraco, ora digam-me lá, com seriedade, de quem será a responsabilidade maior? É que um dos argumentos de que gosto muito é aquele que evoca o sofrimento dos gregos para explicar o porquê de merecerem ser tratados de forma diferenciada, para melhor, dos restantes. Ainda que o sofrimento seja, em boa parte, auto-infligido? Enfim, o que o BCE acaba de fazer à Grécia - que deixa relativamente claro qual a força negocial do Syriza e o quanto depende da boa vontade das insituições europeias para cumprir o que quer que seja daquilo que promete -, não podia ser feito, neste momento, ao nosso país. Portugal e a Irlanda, com maior ou menor rigor, maior ou menor sacrifício, cumpriram o programa que lhes foi imposto, já os gregos contam não cumprir o seu e acabar premiados por isso? É assim tão difícil perceber que há qualquer coisa nesta "saída suja" do programa de assistência que não bate certo e dificilmente resultará em triunfo? Mas, ainda assim, há quem queira ver na Grécia o farol da zona Euro. São os mesmos que acham que na zona Euro só existe uma democracia, a grega, e um eleitorado cujos interesses e vontade merece ser defendido, o grego. Lamento, mas as coisas são um bocadinho mais complexas do que isso.

Acordar o irrealista do sonho

No BCE mandaram logo avisar que se os gregos metem-se com tretas, os seus bancos ficam imediatamente sem qualquer financiamento e depois logo descobrem o que é uma crise humanitária. Entretanto, cada manisfestação do Podemos em Espanha à boleia da onda Syriza, temo, é mais um prego no caixão grego. No PS, entretanto, garantem que não são o PASOK, nem o Syriza, e, presumo, daqui a não muito tempo também estarão a garantir que não são o PSOE. Portugal, afinal, não é a Grécia, nem a Espanha. E é o PS quem anuncia tal coisa. Que ironia! São os «ventos de mudança» na Europa. Na Europa e em Portugal (a nossa dívida é sustentável, assunto arrumado):

 

 

Alinhamentos e artificialidades

Só agora reparei que, continuando o seu caminho de posicionamento editorial alinhado com a esquerda (com especial foco na dita caviar), o Público criou um blogue para dar voz a três economistas apoiantes da reestruturação da dívida (todos eles subscreveram o manifesto; dois deles contribuíram para uma solução concreta). Não criou nenhum outro novo blogue para dar voz a quem pense de forma diferente de Louçã e companhia, presumo que por não o julgar necessário, dado que já existe o Observador. Há, contudo, uma grande diferença entre um e outro projecto: o último deixa bastante claro o seu alinhamento; o Público contínua sem assumir o seu com clareza. Ainda assim, infelizmente, nem tudo são diferenças. Por exemplo: na falta de capacidade de interpretação da realidade e no fabrico de notícias artificiais parecem-me ambos muito bons. Note-se este "furo" do Observador muito partilhado nas redes sociais: Banco Central Europeu obrigou Portugal a enterrar o BES. Fui reler o comunicado do governador Carlos Costa, porque tinha a certeza de que nada do que diz na notícia é particularmente novo, e lá está na exposição do contexto que obrigou à actuação apressada do BdP: «No dia 1 de agosto, o Conselho do Banco Central Europeu determinou a suspensão do acesso do Banco Espírito Santo às operações de política monetária com efeitos a partir de 4 de agosto.» O Observador descobriu dia nove o que o Governador já tinha dito dia três. Muito bom. E acrescento: é muito fácil perceber que não foi o BCE que levou ao que quer que seja - a decisão do BCE é reactiva e não activa -, mas foram os prejuízos muito acima do esperado apresentados pelo próprio BES que despoletaram tudo. Vá lá, não é preciso pensar muito para perceber o básico. Mas se nem o básico entendem...

A perturbação da tranquilidade nacional

Mudanças sugeridas pelo Banco de Portugal na gestão do Grupo Espírito Santo servem também para preparar chegada do BCE à supervisão da banca portuguesa. Em boa parte, é por causa disto que o BdP anda a cair em cima do BES: toda a banca nacional anda sujeita a uma pressão que lhe era, de todo, desconhecida. E cair em cima é chateá-los permanentemente. Pedir informações. Insistir nos pedidos. Queixar-se na comunicação social que o banco não responde aos pedidos de informação. Solicitar auditorias. Usar o poder de que dispõe para fazer exigências. Ontem, João Galamba, no twitter, usava o caso para desculpabilizar Constâncio. Dizia ele que Constâncio tinha feito o mesmo em relação ao BPN. Não, não fez. Não com a mesma insistência e urgência. E essa alegação seria mesmo motivo de chacota, não fosse estarmos perante coisas muito sérias. Constâncio, ao seu tempo, usou uma coisa muito típica que foi «o deixa andar» e «o que é preciso é não levantar muitas ondas». Enfim, isto dito, e podendo ter a União Bancária no espaço europeu alguns efeitos positivos como o que agora se constata ao nível de uma maior exigência ao nível da supervisão, fico á espera que isto nunca se confirme (a notícia é de 2012): Vítor Constâncio apontado para a presidência da União Bancária europeia.

Espuma dos dias

Esta história das declarações de Draghi sobre o programa são tão simples de perceber que o tempo que se perde em torno delas é digna de um país de gente sem noção. E a nossa comunicação social, nesse aspecto, é do piorio. Em Outubro, quando a Irlanda ainda não tinha decidido ficar à margem de um programa cautelar, já Pires de Lima anunciava as intenções do Governo. Que vai existir programa é aquilo que toda a gente mais ou menos sabe e era o esperado (desejado, seria até mais correcto) há muito tempo, muito antes ainda de parte da nossa comunicação social ter sequer percebido que existiam mecanismos para garantir a possibilidade de tal programa. Diga-se que acho que podíamos/devíamos ter ambicionado regressar plenamente aos mercados como a Irlanda, mas os bloqueios a que se adoptasse a política necessária a tal feito foram muitos e estou convencido que no próprio governo não falta gente que prefere este caminho mais demorado, mas menos agressivo. O que não se sabe é naquilo em que consistirá totalmente esse programa: não se pode saber porque não está negociado. Mas sabemos que a escolha de optar ou não pelo programa cautelar, por exemplo se não gostarmos do resultado das negociações, será sempre nossa. Tanto quanto foi a escolha de chamar a troika. Embora dependendo dos juros da dívida pública exigidos pelo mercado no momento em que tivermos de escolher, deverá ser tipo a escolha entre um doce ou um tiro no pé.

Regresso aos mercados

É possível – provável, parece-me – que a crise política tenha afectado as taxas com que nos conseguimos financiar nos mercados. Mas tem de haver aqui mais qualquer coisa, não será? Se calhar é completamente óbvio, mas eu sou verdadeiramente ignorante sobre estes temas e não estou a ver. Sim, claro que há mais qualquer coisa. As variações dos juros dos países periféricos - entre outros - não se devem só a questões internas de cada país. As políticas do BCE e da Reserva Federal Americana, por exemplo, têm forte influência na evolução dos nossos juros. Mas isso não invalida que a política interna também tenha. Se me permitem a análise simplista, nos gráficos que o Pedro Magalhães exibe no seu blogue, nota-se claramente que há em larga parte um padrão semelhante aos três países, indício claro de que há algo a influenciar os juros que não deve depender exclusivamente, nem especialmente, das políticas internas de cada um, mas nota-se igualmente, quer na magnitude das variações, quer sobretudo na recta final dos gráficos, que a situação portuguesa deixou de seguir o padrão italiano e espanhol, apresentando uma evolução muito mais desfavorável. E é nisso que está indício claro de que a política interna, com a irrevogável demissão de Portas ou as decisões do Tribunal Constitucional, desempenhará igualmente papel importante. Qual pesará mais? Depende e não estou habilitado a dar uma resposta definitiva à pergunta. São tantos os factores a influenciar a evolução das taxas que, embora muitos possam jurar a pés juntos saber qual a que terá maior relevância - ao ponto de saberem que as acções do Governo em nada explicaram o "regresso" aos mercados ocorrido em Maio e em tudo explicam o não regresso aos mercados ocorrido durante o dia de hoje -, eu não tenho essas certezas, pelo contrário, tenho mesmo muitas dúvidas. Posso, contudo, dizer algumas coisas que tenho como certas: sem a política do BCE, não teríamos regressado antecipadamente aos mercados ainda com Gaspar como ministro, como também sei que sem défices elevadíssimos e dívida a subir sem parar não teríamos saído dos mercados em 2011 (e é por ter o défice e a dívida em pior situação do que a nossa que a Grécia, nem com BCE a ajudar, regressa aos mercados). No fundo, a situação é extremamente complexa e o debate político, que tem de se apresentar com clareza para que o eleitorado o entenda, não é terreno onde estas coisas sejam discutidas de forma séria.

Continuando (e este post vai ser grande): no post de Pedro Magalhães é feita ligação a este post de Aguiar-Conraria sobre o erro muito comum «de fazer análise política com base na volatilidade diária dos Mercados». Obviamente, concordo. Dito isto, quando Pedro Magalhães questiona-se sobre a «trajectória ascendente» dos nossos juros «desde Maio» e na busca de explicações pergunta: «O Tribunal Constitucional?», ao que responde que «a decisão sobre o Orçamento foi em Abril», o que parece tirar essa decisão da equação explicativa para a subida posterior dos juros, esquece-se de um pormenor, mas já lá vou. Começo por tornar a afirmar o óbvio: a evolução de descida dos juros é comum a Portugal, Espanha e Itália até Maio; bem como é comum a tendência de subida após isso, logo, há factores externos a influenciar ambas as situações. Contudo, como pode uma decisão do TC de Abril - e houve, pelo menos, uma outra posterior com bastante relevância há não muito tempo - condicionar a evolução dos juros nos meses seguintes? Recordemos: o que fez Passos após a decisão de Abril do TC? Apareceu a garantir que outros cortes na despesa viriam substituir aquilo que se perdia com a decisão do TC. Se esses cortes viessem a ocorrer, qual a influência expectável da decisão do TC sobre os nossos juros? Certamente, muito baixa. Mas existe confiança de que esses cortes substitutos venham a ocorrer? Se juntarmos um abalozinho chamado crise política, outra decisão do TC no sentido de impedir novos cortes e, até, a tentativa de renegociar metas para o défice, acho que se percebe que essa confiança foi sendo perdida e existe um sentimento de degradação sobre a capacidade do Governo, este ou outro qualquer, assegurar a sustentabilidade da nossa dívida pública. E assim, meus caros, não há política do BCE que nos salve.

Termino regressando a algo que por aqui já sublinhei, mas que quero tornar a realçar: sei que a memória é curta, mas nós "regressamos" aos mercados antes da data prevista. Esse regresso foi, aliás, altamente noticiado e propagandeado pelo Governo, originando até um «dia negro» para o PS de Seguro que viu a sua liderança ser ameaçada. Hoje, com taxas a 7%, dificilmente poderíamos repetir o brilharete. Mas que o regresso fosse hoje, especificamente no dia de hoje, era a coisa que menos interessava. Interessava, isso sim, que existisse uma probabilidade elevada de nos pudermos voltar a financiar no mercado num futuro próximo. Em Maio, essa probabilidade era bem real. Depois da crise política e dos chumbos do TC, coisa que, aliás, Gaspar sabia que ia acontecer e por isso pôs-se a andar, não passa de uma miragem. Dito isto, ouvi muitas vezes durante o dia referências depreciativas a Gaspar, mas, no fundo, a realidade com que nos deparamos dá-lhe mais razão do que a tira e deixa muito mal visto o Paulo "Quero Outro Rumo" Portas e o Tribunal "Não Aceitamos Cortes da Despesa" Constitucional.

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