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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Um regime de segurança social especial para políticos do governo PàF

A situação seria sempre vergonhosa, mas por ser visível sobretudo no ministério em que o é torna tudo ainda mais vergonhoso. Recorde-se, aliás, que esse ministério já tinha dado que falar. Longe vai o tempo em que alguém disse «não iremos substituir os boys do PS pelos do PSD». Verdade, há boys do PS que foram subsitituídos por boys do CDS, uma consequência do partido centrista ter entrado definitivamente no «arco da governação». Mas noto, com curiosidade, que nesta campanha eleitoral muito pouco se falou sobre boys. Em todos os partidos há gente séria e gente menos séria, mas a ausência de um discurso forte contra os boys significa que a malta séria desistiu de lutar contra este estado de coisas? Talvez. Sabem também que entre o eleitorado já ninguém lhes leva a sério.

Ainda que desmascarado, vai continuar por ai (e, como ele, muitos outros)

Ele chegou onde chegou por causa das suas ligações políticas. A comunicação social dá-lhe o destaque que lhe dá pela mesmíssima razão. O que importa é entrar no círculo. A banalidade, o lero-lero, a repetição recorrente da mesma treta vezes e vezes sem conta, até acaba por ser bem-vinda. Coordenou um dos grupos de "reflexão" da Plataforma «Construir Ideias» com que Passos Coelho começou a preparar o assalto ao poder. Mas como gajo que se sabe mover nestas coisas, não deixa de recolher apoios "across the aisle", como dizem os norte-americanos. E o país nem tão cedo se vai livrar deste tipo de gente.

Isto não muda, nem em Portugal, nem na Grécia

11 of the 13 regional directors of education appointed by the government were Syriza members. Mas sabem que a partir de certo ponto até compreendo isto, pelo menos tendo em conta a forma de estar na sociedade portuguesa (que não deve ser muito diferente da grega). É que embora estes cargos não devessem ter carga político-partidária, a verdade é que as pessoas que os ocupam também tendem a usá-los para fazer valer as suas posições políticas. Um exemplo: atentar na vaga de demissões que afectou o sector do saúde aqui há uns tempos, numa atitude concertada que tinha objectivo claro de fragilizar o ministro Paulo Macedo. Logo, é normal que até nestes cargos, que também têm a sua relevância no proseguimento da estratégica adoptada pelo poder político para o sector, sejam escolhidas pessoas que se manterão fiéis à linha escolhida. E é muito difícil mudar isto porque essa mudança não passa, obviamente, por uma mera alteração do poder político do momento. Está dependente de uma alteração de mentalidades mais vasta. Nomeadamente de quem ocupa posições intermédias no Estado e que devia, não só mostrar maior respeito pela hierarquia - o eterno problema do Estado -, como cingir-se exclusivamente nas suas acções a avaliações técnicas e não ideológicas.

Centro de Emprego

O Centro de Emprego conhecido por PSD, sob a liderança de Passos Coelho, ontem, perdeu valor. Muitos "empregos" perdidos ou em risco de se perderem, com consequente perda de capacidade para arranjar colocação rápida para os novos candidatos à procura de "emprego". Deter São Bento ainda garante alguma capacidade de colocação - nota: atenção a possíveis nomeações num futuro próximo -, mas já se percebeu que será sol de pouca dura. Quem ainda tem "emprego", contudo, fará tudo por tudo para agarrar-se ao que tem - nota: serão poucos os actuais deputados do PSD que contam permanecer por lá depois de novas eleições -, por outro lado, como em tudo, quem tem curriculum e carreira para mostrar tem maior capacidade de escolha e de poder decidisório sobre o seu futuro. Rui Rio está desempregado. Para onde quererá Rio enviar curriculum á procura de emprego?

Demissões e nomeações

Governo quer demitir gestores das Estradas de Portugal, é a manchete do Expresso. Depois disto e da acusação de que a empresa actuava como braço armado do PS - a esse propósito, recorde-se isto - era difícil outra opção. De igual modo, a administração da Parque Escolar também se demitiu. Perante o resultado da auditoria parece-me acertado e óptimo era que tivesse sido demitida. Esta limpeza dos restos da era socrática mais cedo ou mais tarde tinha de se concretizar. Espera-se é juizinho da parte do Governo na hora de nomear novas administrações.

Não vai longe

Mas bem vistas as coisas, a decisão até teve um mérito: o de mostrar o poder descomunal dos lobbies nos partidos. Só esse poder era capaz de condicionar um 1º ministro desta maneira. Que vergonha. Nunca me quis iludir a propósito do desaparecimento dos boys com a eleição de Passos Coelho. Andava este a prometer que num Governo seu os boys despareceriam e escrevi neste mesmo espaço que essas coisas não se prometem, até por incapacidade para as cumprir. Mas vir para a praça pública afirmar que as nomeações nas Águas de Portugal «deixam o Governo confortável», como dizia Lobo Xavier ontem na Quadratura do Círculo, é uma coisa que custa a compreender. Quem fica numa posição desconfortável é o cidadão comum que observa tudo isto de fora e que, por mais simpatia que tenha para com o actual Governo, não pode deixar de achar que isto fede por todos os lados. Note-se, novamente, que nas AdP lá temos a nomeaçãozinha para um tipo competentíssimo, não tenho dúvidas, do CDS-PP. E da situação do autarca social-democrata Manuel Frexes nem há palavras para descrever o que penso e sinto. Queixa-se o primeiro-ministro que passou uma semana «a levar muita pancada na comunicação social». Pois, com lamento o digo, só se pode queixar dele próprio. E se não o quiser perceber, ou não corrigir o tiro rapidamente, não irá longe.

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