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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Difícil de perceber é como é que se deixou embrulhar no primeiro debate, quando toda a retórica socialista é tão fácil de ser desmontada: «Desta vez, Passos ganhou o debate, cortando com a estratégia falhada da semana passada, esquecendo Sócrates e levando o debate para temas que domina. António Costa manteve o mesmo registo, mas esteve menos seguro e falhou redondamente na Segurança Social, o que vai prejudicar a campanha do PS». A prova mais evidente de que Passos desta vez esteve muito bem no debate é Pacheco Pereira lamentar o assunto abordado. Essa bússola nunca falha. Costa, aliás, foi obrigado a ir para o facebook tentar explicar o que não soube explicar no debate, nem na conferência de imprensa posterior. Tivesse este duelo sido o televisionado e era praticamente certo que Costa, que em boa parte, sob pressão, está-se a revelar politicamente um flop, podia ter dito adeus à ideia de ser primeiro-ministro. Assim, num debate na rádio com muito menor audiência do que o outro, apesar dos bons títulos e do bom dia para Passos, o efeito será muito mais reduzido.

O PS a debater com ele próprio

Alguém mais distraído podia pensar que o debate de hoje foi essencialmente entre António Costa e Catarina Martins, mas a jovem actriz esteve muito bem no seu papel de confrontar o PS com a sua própria retórica. Antes disso, ainda esclareceu uma confusão de Costa recente, a de que só a direita questiona o PS: de tal forma que às tantas, no debate sobre a segurança social, até fiquei com medo que Costa atirasse à cara de Catarina, por esta questionar as contas do seu programa económico (o «estudo», como Costa gosta de lhe chamar), que esta era a porta-voz de Passos Coelho. O Porfírio - sempre brilhante, como neste forte ataque a Ricardo Costa - deve ter ido logo investigar se a líder do BE também é sobrinha de Dias Loureiro (um dia chegaremos aos amigos e ex-compadres deste activo tóxico, num país onde a elite dorme toda uma com a outra). Mas a parte mais interessante do debate, aquela onde Costa foi verdadeiramente encostado às cordas, foi quando Catarina Martins atirou-lhe à cara que, tal como ele, também tinha ficado contente com a vitória do Syriza, tendo passado os minutos seguintes a debitar a retórica que os socialistas e os apoiantes de Costa usaram vezes e vezes sem conta contra a governação da actual maioria. Costa fazia sorriso pateta; Catarina esfregava as mãos de contente. Costa lá teve de ir, a contragosto, para a linha mais evidente de ataque ao BE, a mesma que Passos e Portas usaram tão bem: a hecatombe da governação syrizica (Costa tentou usar o debate para demarcar-se da direita, mas acabou colando-se na argumentação a ela). O «choque com a realidade», chamou-lhe Costa. Só que como negar que esse «choque» também serve aos socialistas? Do Pedro «até tremem as pernas» Santos; passando pelo João «sei mais e sou mais arrogante do que o Krugman» Galamba; ao Ferro «manifesto pela reestruturação da dívida» Rodrigues? Disse ainda Costa que quem governa não pode estar preso a retórica fútil e irresponsável: muito bem, mas ao quê que se agarrou o PS nos últimos quatro anos se não a isso mesmo? Ainda se agarra, o que é triste. É uma pena que Costa só se lembre de nos lembrar que a realidade é muito mais complexa do que aquilo que algumas frases tontas proferidas abundantemente por alguns esquerdistas nos querem dar a entender quando apanha a líder do BE pela frente.

Tiques socráticos

Costa irrita-se com jornalista da RTP. Foi a única tirada de Passos que correu bem no debate: quando Costa negando ter uma filosofia política igual à de Sócrates, levou o primeiro-ministro a atirar com a frase «não é muito diferente». E na arrogância com que trata os jornalistas que não lhe dão o que ele quer, não é mesmo muito diferente. Na forma como ganhou o debate, se pensarem bem nisso, também não. Terá tido, aliás, a mesma malta que preparava os soundbites ao outro a preparar os seus. Mas se Sócrates também ganhava os debates todos, depois foi o que se viu.

A pedir a substituição

Depois do debate de Passos com Costa, cheguei à conclusão de que sou capaz de defender melhor o legado deste governo perante o argumentário socialista do que o próprio líder do governo. Até por isso, no fim, a impressão com que fiquei de Passos foi a de um homem sem rasgo, cansado, sem convicção e paixão a defender o seu legado na História. Certamente não seria essa a sua intenção, mas Passos aparentou estar esgotado. A pedir a substituição. As coisas são o que são.

Seguro vs Costa

O debate de hoje foi mais centrado sobre a oposição que o PS tem feito ao Governo e o lero-lero socialista. Seguro, neste campo, demonstrou toda a sua insegurança e os seus defeitos. Por outro lado, Costa não só fez acusações fortes sobre a tibieza e pouco fulgor com que o PS se demarcou em certos momentos do actual Governo, algumas dessas acusações que passaram sem resposta de Seguro, como esteve muito bem a demonstrar que o lero-lero que constitui boa parte daquilo que Seguro tem como o seu programa - banalidades que foram passadas para um papel que Costa diz também ter aprovado e ser de todo o PS e não apenas de Seguro, para logo depois ridicularizar tal documento, o que não deixa de ser uma posição curiosa -, mais não passa do que o lero-lero que o PS vem dizendo de há muitos anos a esta parte, incluindo no tempo de Sócrates e ainda antes disso. Seguro contra-argumenta que não, que traz uma novidade consigo, com ele chega o milagre da revolução industrial. Mais e pior lero-lero, no fundo. E é nesta vacuidade, de que Seguro se gaba, que o futuro ex-líder do PS demonstra todas as suas fragilidades. Claro que Costa também só tem lero-lero, mas ao menos não se gaba dele da mesma forma que Seguro. É uma diferença que se restringe ao estilo, mas o estilo de Costa é claramente mais agradável. De resto, a referência de Seguro ao laboro intenso do laboratório de ideias e da convenção novo rumo, de onde saíram as ideias deste PS que o preparam para governar, de forma tão intensa que Seguro garante que as contas estão feitas e não será necessário aumentar a carga fiscal - se tiver que a aumentar, demite-se, diz o homem seguro de estar preparado -, só convencem os tolos. Por fim, o único momento onde me diverti com o debate, bem conduzido por Clara de Sousa, foi o da acusação de Seguro a Costa de que ele, Seguro, não passou os últimos três anos a fazer política da janela do município e, pelo contrário, andou por todo o país. Costa, que antes tinha dito que com Seguro era tudo «eu, eu, eu», achou por bem aproveitar para dizer que a observação de Seguro era indelicada para todos os autarcas, o que não deixa de ter a sua ironia: o edil lisboeta também achou por bem confundir a sua pessoa com a de todos os autarcas. Afinal, não será só Seguro a ter o ego inflamado. Dito isto, da minha perspectiva de gajo de direita que será sempre oposição quer o candidato socialista se chame Seguro ou Costa, este segundo round foi muito menos divertido do que o anterior. Mas muito melhor para Costa, que o venceu. Imaginando-me na pele de um socialista, confesso que julgo que não hesitaria um segundo sobre em qual dos candidatos votar.

Seguro vs Costa

De substantivo, pouco foi dito, e do que foi dito fica claro que o ponto fraco de Seguro é as "ideias" que tem, sendo que em boa parte estas resultam de compromissos que se sentiu "forçado" a fazer pelo tempo que já leva no lugar de líder da oposição, enquanto a parte forte de Costa é não ter "ideias", continuando a resistir a comprometer-se com coisas que não poderá cumprir. Mas perante esta posição de Costa, que alega incerteza futura para não se comprometer com propostas concretas, os debates só podem ser sobre lero-lero, que de ideias para o país nunca o serão. Também por isso, não é de estranhar que o sumo do debate tenha sido outro: aquilo que verdadeiramente marcou este primeiro confronto foi a forma como Seguro, com a sua narrativa política da traição, mas também da hipocrisita do seu adversário, linha essa muito criticada por certos opinion makers, encostou Costa de tal forma às cordas que este último chegou mesmo a gaguejar. Caso para perguntar: na ausência de razão para Seguro, porque haveria Costa de se sentir tão incomodado? Mais: reparem que Costa sabia de antemão que Seguro seguiria esta linha no debate e, ainda assim, tendo tido tempo para se preparar, gaguejou e foi levado às cordas. Não estava preparado. Talvez seja preciso rever algumas opiniões sobre a brilhante capacidade política do edil lisboeta. Outra parte que registei do debate foi a forma como Costa, espicaçado por Seguro que faz tudo para colá-lo ao passado socrático, quis demarcar-se do ex-PM dizendo que aproveitou a Quadratura do Círculo várias vezes para criticar a governação socrática: deve ser falta de memória minha, porque não me lembro nem de uma dessas críticas. Dito isto, logo após o debate, lá vieram alguns analistas - alguns desses ainda que reconhecendo o óbvio a contragosto, ou seja, que o azelha Seguro (imaginem se não o fosse) ganhou o primeiro round - com a ladainha de que a linha narrativa do Seguro não é grande coisa. Só mesmo em Portugal alguém pode afirmar, com ar sério, que uma linha política narrativa que mete o adversário a gaguejar é má. Não é má, é óptima. É tudo o que um político pode querer para usar contra o seu adversário. Os opinion makers não gostam? É normal, estavam a torcer para que a passadeira vermelha fosse estendida a Costa. Ainda assim, num debate conduzido por Judite de Sousa, Costa falou mais seis segundos do que Seguro. Caso para concluir, Costa esmagou Seguro.

A rapidinha

Debates de 35 minutos? E Costa até queria 25 minutos? O PS até já pode ter primárias à "americana", mas ainda têm de pedalar muito para chegar àquilo que é política a sério e a doer: Romney precisou de ir a 19 debates antes de ser escolhido como o candidato Republicano às presidenciais de 2012; Obama precisou de 25 debates antes de ser escolhido como candidato Democrata às presidenciais de 2008. Cada um deles, posteriormente e como é tradição por lá, ainda teve de fazer 3 debates com o candidato opositor na eleição geral. Nenhum desses debates teve, obviamente, ridículos 35 minutos. Também é assim porque, ao contrário do que acontece por cá, a política americana, um duopólio partidário, permite uma variedade de candidatos e de propostas políticas que o nosso sistema aparentemente mais concorrencial não tem permitido. Por cá, estamos entregues à pasmaceira total como a campanha no PS tem sido exemplo evidente. Para isso, muito contribui uma comunicação social tão dedicada à pasmaceira como os partidos políticos.

Da impreparação

Passos Coelho, na opinião dos socráticos, havia perdido os debates com Portas, Louçã e Jerónimo. Com Portas e Louçã até havia sido arrasado, explicavam. Na sexta-feira preparavam a festa: Sócrates, sempre muito bem preparado na opinião de alguns, demoliria Passos e os socráticos nos restantes dias insistiriam no discurso da impreparação do líder social-democrata: «como é que é possível termos este sujeitinho impreparado e inexperiente como próximo primeiro-ministro?», perguntariam. Os posts já escritos esperavam pela publicação e os discursos já elaborados aguardavam a hora de serem lidos. Infelizmente para eles, José Sócrates baqueou e Passos surpreendeu. Toda a 'narrativa' que haviam preparado meticulosamente durante o período dos debates ruia e o PS socrático via um dos tópicos mais importantes para a campanha eleitoral perder força. Se as derrotas nos debates anteriores eram prova evidente da impreparação e inexperiência de Passos, como enquadrar a vitória sobre Sócrates? Eu tenho uma proposta: como outro tiro no pé, um tiro no pé de José Sócrates.

Audiências

O debate de ontem, com 1,6 milhões de espectadores, foi o debate mais visto desta campanha. Com isto passou a ocupar o segundo lugar no ranking das audiências dos debates políticos nos últimos dezasseis anos. Imbatível parece ser a audiência do debate entre José Sócrates e Pedro Santana Lopes, em 2005, que atingiu uns impressionantes 2,2 milhões de espectadores, muito acima dos 1,3 milhões que assistiram ao debate de José Sócrates e Manuela Ferreira Leite há ano e meio.

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