We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
A avaliar pela qualidade da malta que discursa na campanha socialista e o critério dos temas escolhidos para o discurso, ainda aguardo pela aparição e regresso do grande Manuel Pinho com um discurso dedicado ao tema «as rendas no sector eléctrico que este governo foi incapaz de cortar» e do não menos grande Mário Lino com um discurso dedicado ao tema «as PPPs que este governo foi incapaz de renegociar».
É uma boa ideia do PS (ou deveria dizer do drº Centeno?) para pôr o Estado a gastar menos. Há muita gente a receber do Estado, directa ou indirectamente, que nunca contribuiu para justificar o que recebe e, mais importante, não necessita de o receber, estando muito longe de estar entre os que mais necessitam de apoio do Estado. Dito isto, O drº Centeno é um tipo que o PS usa para se credibilizar ao mesmo tempo que tenta iludir o eleitorado sobre aquilo que este realmente pensa. Em bom rigor, o principal responsável pela vertente económica do programa do PS, noutras circunstâncias, até poderia estar a colaborar com a coligação. Isto porque boa parte daquilo em que Mário Centeno acredita, na sua área de especialidade, costuma provocar na maior parte dos socialistas que conheço, sobretudo na malta defensora dos direitos adquiridos, palavras de indignação. E a coligação aproveita para acenar, a propósito deste tema (não por acaso aproveitado primeiramente por Catarina Martins), com o «tenham medo, tenham muito medo», mas com isso também limita-se a ser algo (ou ate muito) hipócrita, ainda que exista alguma justiça poética na critica por estar a usar as tonterias em que os socialistas acreditam - e a que recorreram abundamentemente para criticar medidas deste executivo - contra os próprios.
Afinal, os socialistas não se comprometem com prazos para acabar com a sobretaxa no IRS. E também já não é líquido que baixem a TSU para as empresas. Porque será? Lê-se o que foi apresentado hoje, com o lero-lero que acompanha o PS, pelo menos, desde o tempo do Guterres, e percebe-se que se algum do lero-lero é para acabar na apresentação de medidas concretas, isso vai implicar gastar mais dinheiro na saúde, na educação, etc. De onde virá esse dinheiro? Se o cenário macro do PS já apontava para um défice de 3% em 2016, um objectivo que representa o mínimo dos mínimos, a resposta fica dada. Além disso, se assumirmos, como assumo, que o cenário tal como estava desenhado já era, ainda assim, demasiado optimista, e que as medidas que agora estão a cair são as melhorzinhas do documento, a que lhe davam uma dimensão positiva, de preocupação com o crescimento e de alteração da estrutura económica no caminho desejado, e não apenas uma dimensão despesista, de atirar dinheiro para cima dos problemas, o que se pode concluir? Que o PS aprendeu pouco com o passado. E que, como por aqui escrevi, os socialistas serão os primeiros a destruir o trabalho do Centeno.
A conversa do «não há alternativa» é de quando não havia fontes de financiamento além da troika, como aconteceu na fase 2011-13, nos dias que correm estamos numa outra fase, onde o executivo consegue obter coisinhas destas: «permite poupanças de cerca de 180 milhões de euros por ano em juros e comissões». É mais do que tudo o que PS promete gastar a mais com a reposição do Complemento Solidário para Idosos, a reposição das condições de acesso ao Rendimento Social de Inserção e o aumento dos montantes destinados ao abono de família, abono pré-natal e majoração para famílias monoparentais beneficiárias de ambos.
Aumentos da despesa e diminuição de receitas certos, compensados em boa parte por receitas incertas, em muito dependentes de uma melhoria expressiva da actividade económica (maior crescimento e muito menor desemprego). O excel do PS é bem mais optimista que o excel do actual Governo. E, tal como o excel do actual Governo falhou, o do PS também vai falhar. Mas eles sabem disso.
É para «pensar à grande» que o PS quer o investimento público. E o dinheiro para esse investimento virá de onde? Das pensões não virá pois o PS não as vai cortar e ainda promete aumentar o complemento solidário para idosos. Dos gastos com pessoal do Estado também não virá porque o PS quer repor os salários na função pública a um ritmo superior aos do Governo. E com isto estamos conversados sobre as duas maiores rubricas do OE. Então, virá de onde, do aumento da carga fiscal? Mesmo ai o PS sugere que quer baixar o IVA da restauração. De onde virá o dinheiro para o investimento público? É mistério, mas Costa promete que tem um cenário macroeconómico que faz milagres. Paleio político na vanguarda da ficção nacional. Ou, traduzido por miúdos, «pensar á grande». Não é preciso ser bruxo para saber como onde é que isto acaba.
A propósito do Programa de Estabilidade e Crescimento, onde o Governo também já em campanha eleitoral a todo o gás, mas ainda preocupado com a matemática, chega a prever um corte de 600 milhões nas pensões sem explicitar como chegaria lá, vou registando tudo o que a malta que é do PS ou que torce por este, uns mais tontos, outros apenas demagogos, vão dizendo/escrevendo sobre o assunto. Depois das legislativas e se o PS formar Governo, tendo de elaborar o orçamento de Estado para 2016 no imediato, voltamos a falar.