We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
O futebol. Muito bem o Porto a vencer o Chelsea. Muito bem o Benfica a ganhar ao Atlético de Madrid. Muito bem o futebol português que continua a dar cartas na Europa. Muito bem o Marco Silva que ganhou em Londres ao Arsenal. Muito bem o Villas-Boas que ganhou e já lidera o seu grupo. Muito bem o Nuno Espírito Santo que também ganhou e vai logo atrás do Villas-Boas. Muito bem o treinador português que contínua a dar cartas na Europa (Mourinho abriu o caminho, mas desta vez só ele fica mal na fotografia). Parabéns ao Cristiano Ronaldo, que infligiu a segunda derrota da noite dos espanhóis, tornando-se o melhor marcador de sempre do Real Madrid. Muito bem aquele que ainda detém o título oficial de melhor jogador do mundo. Muito bem o Rúben Neves. Muito bem o Guedes. Muito bem os jovens talentos portugueses. E, para terminar, parabéns a Jorge Jesus, que a esta hora ainda está à espera do prolongamento.
Ainda que possa dar-se o caso da vida acabar por correr-lhe bem esta temporada, o que não desejo, estou inclinado a suspeitar que Jorge Jesus está próximo de descobrir o quanto a «estrutura» conta. Num caso que, muito provavelmente, devia ter tido tratamento semelhante a este. Bruno de Carvalho, por outro lado, tal a forma atabalhoada como tem gerido o dossier Carrillo, ainda arrisca, pela bitola instituída pela próprio, a perder o cartão de sócio. Entretanto, humilhado em casa num jogo da Liga Europa, depois de ter sido afastado do torneio dos milhões, Jesus nem se lembrou de recorrer à famosa tirada «um jogo com nível de champions», mas voltou à lengalenga do «campeonato é o nosso objectivo», a qual usa pelo segundo ano consecutivo, o que demonstra não só disco gasto, mas também mentalidade medíocre (tanto mais incompreensível quando estamos perante um treinador que nas últimas três épocas foi por duas vezes à final da Liga Europa: perdeu ambição ou reconhece que essas presença não foram apenas, nem sobretudo, mérito dele?). Enfim, queiram os adeptos do Sporting que isto não comece a correr mal também no campeonato nacional, pois quando e se o presidente da instituição decidir que é tempo de afastar Jesus, não tendo o clube capacidade para pagar-lhe a indemnização face ao salário elevado que usufrui, à luz do modus operandis evidenciado por Bruno de Carvalho em situações diversas, vai ser o bom e o bonito.
Perguntava o Expresso aqui há uns dias. Eu respondo: problemas de comunicação e de liderança. No dia em que no PS acontecia a primeira chicotada psicológica da época, com o abandono de funções do seu director de campanha, no Estádio do Algarve, Jorge Jesus, demonstrando que os "mind games" que antecederam o jogo funcionaram na perfeição, ganhava ao Benfica e resumia o essencial sobre o jogo com a declaração «o Benfica teve medo do Sporting», logo confirmada pelo próprio treinador do Benfica. Se não quer seguir o caminho do Ascenso, alguém avise Rui Vitória, agora simplesmente Rui, que se os jogadores do Benfica tremeram a responsabilidade só pode estar numa pessoa: no homem que os lidera, a quem faltou a arte e o engenho para virar o discurso de Jesus, por via de uma maior motivação dos jogadores encarnados (visivelmente afectados pelas palavras de Jesus, como se viu no final do jogo pela reacção de Jonas), contra o próprio Sporting. Depois do forte ataque verbal que Jesus lhe fez, Vitória esteve fraco na resposta, a que se soma a posterior exibição medíocre em campo e as declarações no final do jogo, que arriscam tornar o técnico do Benfica, com ou sem justiça, num «banana» aos olhos dos seus jogadores, por contraponto ao homem com a personalidade forte que é a do colega do outro lado da segunda circular. Dirão os defensores de Rui Vitória que este não é arrogante enquanto o actual técnico do Sporting o é, não sendo a arrogância uma virtude. Talvez, mas como demonstra igualmente Mourinho - na época passada, até o demonstrou ao próprio Jesus -, no futebol, não é arrogante quem quer, é quem pode. Jesus, pode. Vitória, não podia, mesmo que quisesse.
Tanta gente com inveja do sr. Blatter. O sr. Blatter fez muito pelo futebol mundial. O sr. Blatter tem direito à presunção de inocência. E o timing da justiça americana, em cima das eleições para a FIFA? Vergonha, vê-se logo qual é o objectivo. E o circo mediático? Inadmissível. Atribuir um Mundial ao Qatar é ridículo e, só por si, devia fazer soar todas as campanhias? Isso só dizem os que querem travar o progresso e a democratização do futebol. A FIFA enche os bolsos também à custa de países com povos na miséria onde organiza as suas competições? Nada disso, a FIFA até é uma organização sem fins lucrativos. E a luta que a FIFA está a fazer contra os fundos abutres? Porque aos fundos falta transparência e a FIFA é um foco de luminosidade. Deixem o sr. Blatter em paz. E o sr. Putin, presidente do país que vai organizar o próximo Mundial, é que tem razão.
Dirigentes e adeptos do Vitória de Guimarães sugerem que a cidade é deles e ai do benfiquista que se atreva a festejar por lá. «Eles que festejem no marquês», atiraram, como se o Benfica fosse um mero clube com implementação lisboeta ou, mais importante, a cidade de Guimarães fosse propriedade do clube da cidade. Pouca indignação isto provocou, mas estava visto no que este incentivo à violência ia dar, até pelo historial de agressividade dos adeptos do Vitória (vejam o vídeo, vejam: uma violência que foi até certo ponto desculpabilizada pelo presidente do clube vimaranense). Bastava isto, não mais do que isto, para nenhum filho meu ir a tal jogo (é assim que um pai responsável se comportaria). No seguimento disto, adeptos do Benfica, provavelmente associados às claques que estão recheadas de "macacos" (sem que os clubes decidam bani-las dos seus recintos - recorde-se esta outra história onde o presidente do Benfica reagiu tarde e a más horas e só depois de forçado a isso), aparecem durante o dia do jogo, sem bilhete, só para provocar arruaça, forçando a entrada em cena da polícia de intervenção (um dia, experimentem ir a um jogo "quente" incluídos numa claque: no meu caso, só o fiz uma vez e jurei que nunca mais, mas que dá uma nova perspectiva sobre o quão difícil é o trabalho da polícia em controlar esta gente selvagem, dá). O clima de guerrilha e violência estava instalado. Só estranhou quem quis. Neste contexto, um polícia decide agredir um pai acompanhado por dois filhos e o avô (também ele agredido), sem aparente motivo forte que o justificasse - sendo que a justificação de que foi cuspido pode não passar de uma invenção -, confirmando a tese de que entre a polícia também não faltam "macacos" que gostam de violência e só esperam uma oportunidade para reagir. Registe-se igualmente que os adeptos do Benfica deixaram as instalações do Vitória completamente destruídas. No marquês, mais arruaceiros bêbados - juntar dezenas de milhares de adeptos de um clube de futebol, sabendo o tipo de gente que é atraída para estas coisas, num espaço público, sem qualquer possibilidade de controlo e vistoria do que essas pessoas trazem consigo, ao contrário do que acontece num recinto desportivo, talvez não seja a melhor ideia, digo eu - decidem passar dos festejos para a violência e, no que também me pareceu uma intervenção exagerada do corpo de intervenção que ampliou aquilo com que supostamente pretendia terminar, acaba tudo com pedras e garrafas a voar contra a polícia e esta também a agredir alguns cidadãos sem a mínima justificação aparente (quando decidem intervir, manifestamente, há polícias que são brutos e decidem levar tudo e todos à sua frente). No novo mundo da tecnologia e da internet, centenas de vídeos por tudo quanto é lado a retratar esta situação. A CMTV delira: teve uma grande noite. No fim, indignação a sério, essa, só com o polícia que agrediu o pai (e o avô) com os filhos a assistir. Por mim, esse polícia provavelmente merece ser expulso. Mas essa cena é apenas a árvore, convém olhar para a floresta. E na floresta, não é a polícia, muito menos um único polícia, o principal problema.
No outro dia assisti a uma entrevista bem-humorada do ex-presidente do Benfica, Manuel Vilarinho. A dada altura, Vilarinho referiu, visivelmente emocionado, o período de Vale e Azevedo e o quão orgulhoso ficou do mandato que fez depois de ter corrido com a «fera» (expressão apropriada, quase podia ter-lhe chamado «animal feroz»). Vilarinho recordou que o Benfica praticamente não ganhou nada durante os três anos em que ocupou a presidência, mas nem por isso o próprio deixou de se colocar entre os melhores presidentes que o clube já teve. E, provavelmente, terá razão. O que importava era criar as bases para o Benfica voltar a ser o que tinha sido no passado (o próprio até referiu uma redução de 240 para 60 funcionário durante o seu mandato) e 14 anos depois do afastamento de Vale e Azevedo, na verdade, o clube prepara-se para festejar o seu terceiro título em seis anos. Dito isto, por vezes, na brincadeira, alguns portistas explicavam que o Benfica devia ser mesmo o clube que melhor representava o panorama geral português, num certo sentido de caso de insucesso permanente, que vivia na sombra do que havia sido, e sempre num quadro-mental de quem, apesar de tudo, achava-se o melhor e que só perdia por culpa de factores exógenos. Até nisso gostei de ouvir Vilarinho: o Benfica não perdeu campeonatos para o Porto por responsabilidade das arbitragems, mas porque os plantéis que tinha não prestavam. E também recuperou entretanto porque cortou totalmente com Vale e Azevedo. Agora, imaginem que depois dos três anos de Vilarinho, invés de subir ao poder o Luís Filipe Vieira, numa linha de continuidade, tinha subido a malta que andou com Vale e Azevedo ao colo? Pois, talvez o Benfica nisso não se venha a confundir com o país. É que, bolas, António Costa à sua volta está cheio da malta que andou com o «animal feroz» às costas e essa malta que todos os dias apanho nas tvs a falar em nome do partido - um caso recente paradigmático: Rui Paulo Figueiredo sobre a TAP -, pelos vistos não considera que devia sujeitar-se a um período de nojo. Bem, Costa também foi o número dois da «fera» e nunca se demarcou do bicho, pelo que o que estranho eu?
Infelizmente, já esperava isto. Até porque há muito que me parecia que o torneio, num país como Portugal, só teria pernas para se aguentar de pé com forte apoio do Estado (e eu contava, aqui felizmente, que esse apoio não se concretizasse): por exemplo, a inexistência de um complexo próprio adequado ao torneio dificilmente seria resolvido sem muito dinheiro público metido ao barulho. Entretanto, diga-se que se «o nome Portugal Open remete para algo mais patriótico», como sugeriu o ministro Portas quando incentivou Lagos a mudar o nome ao torneio, a queda do torneio pouco após a mudança do nome dirá o quê sobre a Pátria?
Do "comentarismo" nacional: a selecção portuguesa sob o comando de Fernando Santos ainda não fez um único jogo e, aparentemente, já é garantido que o seleccionador nacional cometeu inúmeros erros. A guerra pelas audiências é tramada e a comunicação social vive da polémica.