We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Pedro Silva Pereira, clone do Sócrates, responde a Catroga e lá voltamos, novamente, a debater quem chamou a troika. O PS desde o primeiro momento que anda a tentar reescrever a história: quer o motivo pelo qual tivemos de chamar a troika (o pec IV é a maior história de ficção da política portuguesa), quer o que lá estava assinado (bastou um ou dois meses de governação de Passos Coelho para o partido socialista já mostrar um enorme esquecimento sobre aquilo com que se tinha comprometido). Mas note-se outro pormenor interessante: no meu post anterior faço referência a declarações de Lello, neste a declarações de Silva Pereira; se no outro dia, quando a TVI meteu Relvas a comentar o debate de Passos com Costa, tal foi de uma enorme maldade para com Passos, a constante presença dos amigos socráticos por estes dias nas notícias, também são uma enorme maldade para Costa. As coisas são o que são.
Se a estratégia passa por «envergonhar publicamente as empresas que insistam em manter rendas injustificadas», presumo que estamos bem tramados. Espero que existam outras armas além dessa. A escolha do homem de cabelos brancos para defender os interesses da EDP foi uma jogada de mestre por parte dos accionistas chineses, mas da mesma forma que o maior ídolo do nosso clube passa a maior vilão ao transferir-se para um clube rival, assim Catroga vai ter de ser tomado como um alvo a abater.
Este, defendi-o eu para ministro das finanças. Em bom rigor, fosse eu accionista privado da EDP e também o escolhia sem pestanejar. O problema não está nele individualmente considerado, o problema está no conjunto dos escolhidos. Ele próprio, velho matreiro, percebe-o. Talvez por isso tenha decidido atirar Celeste Cardona «under the bus», como dizem os americanos.
Esta coisa dos prazos apertados aumenta a importância que tem de ser atribuída à escolha do próximo ministro das finanças. Este não pode ser um individuo que vá para o cargo com necessidade de perder tempo a inteirar-se dos assuntos que dizem respeito ao ministério. E não só tem de estar por dentro dos principais tópicos acordados no memorando de entendimento com a «troika», como tem de ter uma ideia clara de como cumprir o acordado. Do lado do PSD não me parece difícil adivinhar quem é a figura apropriada para o cargo. Homem experiente, que não precisa da política para nada, com carreira feita, incluindo anterior passagem pelo cargo de ministro das finanças, podemos até questionar-nos sobre o que levará um homem como Eduardo Catroga a aceitar tal missão nestes tempos difíceis, mas tenho poucas dúvidas de que não só aceitará o cargo - há rumores de que já aceitou - como, fruto das negociações que liderou em nome do PSD - quer para o OE2011, quer com a «troika» -, será difícil encontrar alguém mais habilitado do que ele para a tarefa hercúlea que se adivinha. Isto não implica que não tenha defeitos, mas as circunstâncias contam e estas limitam muito a capacidade de escolha no momento actual. O que já não sei responder, até porque o candidato não anda muito bem acompanhado no domínio económico, é em quem recairia a escolha caso o engenheiro Pinto de Sousa ganhasse as eleições. Só sabemos quem não seria: Teixeira dos Santos. Mas de quem colocou Silva Pereira como membro integrante da equipa de negociadores com a «troika», não faço ideia do que esperar. Enfim, que estupidez a minha perder tempo a pensar nesta matéria: esta é questão que não se colocará. É que já só faltam 5 dias para nos livrarmos de José Sócrates.
A comparação entre a propaganda demagógica socrática e a hitleriana não é válida, nem aceitável. Válida e aceitável só a comparação entre leis internas do PSD e a prática estalinista. Duas notas: i) o PS, à falta de propostas para o país, continuará a basear toda a sua estratégia na campanha de faits divers; ii) é normal que não gostem de Catroga e tentem desqualificá-lo, não é todos os dias que aparece alguém com coragem para falar com estaclareza ao país.
Catroga, numa crítica à comunicação social, disse que esta passa a vida a discutir pentelhos. A comunicação social, apressando-se a dar-lhe razão, introduziu os pentelhos, literalmente, no centro da discussão política. Sim, não resolvemos todos os nossos problemas só por nos livrarmos de José Sócrates.