We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Agora é colocar num cartaz com a cara do Costa, tipo este. Mas, atenção, que a coisa é científica: o número nem sequer é redondo, podiam ser 200 mil, mas são 207. Às tantas, é preferível fazer como a coligação e nem dar números. Enfim, quando algumas pessoas irritaram-se com a conversa dos cartazes porque tal era um assunto menor e o que importava era discutir coisas sérias, questionei-me: qual o político, ligado ao governo ou à oposição, disposto a ter uma discussão séria sobre o país? A resposta a que invariavelmente chego é nenhum.
1. Na última publicação do Eurostat sobre emprego, para o primeiro trimestre do corrente ano em relação ao trimestre anterior, o crescimento do mesmo em Portugal ficou em 0,7%, contra 0,1% para a zona Euro e 0,3% para a União Europeia. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento do emprego em Portugal foi de 1,4% que contrasta com 0,8% na zona Euro e 1,1% na UE. Ou seja, o nosso desempenho está a ser melhor do que o do conjunto dos restantes parceiros europeus na vertente da criação de emprego. É este o país da economia que definha?
2. Na última publicação do Eurostar sobre cescimento económico, para o primeiro trimestre do corrente ano em relação ao trimestre anterior, o crescimento da economia em Portugal ficou nos 0,4%, contra os mesmos 0,4% para a ZE e a UE. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento da economia em Portugal foi de 1,5% que contrasta com 1% para a ZE e 1,5% para a UE. É este o país da economia que definha?
Segundo parte da oposição, há uma explicação muito simples para quase toda e qualquer variação nos números do desemprego: as políticas activas de emprego financiadas pelo Estado, sobretudo os famosos estágios do IEFP. Se o desemprego baixa, é porque o governo está a investir forte nos estágios. Se o desemprego sobe, é porque o Governo está desinvestir dos estágios. Nada mais simples. Logo, daqui conclui-se que (perspectiva gráfica aqui) até Setembro de 2014 o Governo usou os estágios para fazer descer o desemprego e a partir dessa data, certamente pela aproximação das eleições, decidiu desinvestir dos estágios e deixar o desemprego subir. O Governo é, obviamente, parvo. Ainda na mesma onda, permitam-me as seguintes perguntinhas: 1) o PS se e quando for Governo abandonará as políticas activas de emprego?; 2) se os estágios do IEFP garantem emprego que de outra forma não haveria, então o custo do trabalho conta para as empresas na hora de contratar, não?; 3) no seguimento disso, servirão os estágios profissionais, em parte, para compensar a existência de um salário mínimo e o que este significa enquanto barreira no acesso dos jovens ao mercado de trabalho?
Importância que deve ser dada a este relatório? Zero. Afinal, os tipos conseguem chegar ao resultado por demais conhecido de que os «trabalhadores com salário mínimo mais que duplicaram com a crise» ao mesmo tempo que defendem a subida desse salário. Isto num relatório que tem como título «Enfrentar a Crise do Emprego em Portugal». Se o objectivo é provocar desemprego, iriamos pelo bom caminho. Talvez o Baptista da Silva tenha mesmo encontrado colocação nesta organizaçãozinha relativamente obscura da ONU. Mas isto nem é o mais relevante da historieta. O mais importante, para mim, foi a reacção governamental, pela boca do senhor ministro Mota Soares, que veio lamentar que o salário mínimo não subia por responsabilidade da troika. Deixando com isto subentendido que assim que a troika for embora este Governo permitirá uma subida do salário mínimo pois acredita na bondade da medida. Uma vez que os salários têm vindo a descer em Portugal, com gente desta qualidade a nos governar, ainda conseguiremos a proeza de igualar o salário mínimo ao salário mediano. Devemos apostar numa política de salário baixos? Não. Mas, por muito que a ideia seja agradável, os salários não crescem por decreto. Quando governantes desesperados, ditos de direita, começam a aceitar usar decretos para aumentar salários que no puro jogo do mercado têm vindo a descer de forma significativa, estamos perante gente que nunca mais terá o meu voto. Até porque, assim sendo, ninguém poderá dizer destes governantes que não querem respeitar a CRP, nomeadamente na parte que toca a «abrir caminho para uma sociedade socialista».
Graças a uma reportagem que acabo de ver na SIC, fiquei a saber que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) visita empresas e faz cumprir a lei. Se és empresário e tens extintores fora do prazo de validade, toma lá multinha e não te queixes (se bem percebi, a multinha em causa por cada extintor equivaleu a 3 salários mensais de um trabalhador com remuneração baixa, mas podia ir aos 12). Contudo, o empresário multado decidiu fazer uma visita à ACT no Porto e qual não é o seu espanto quando descobre que os extintores presentes nos escritórios desta estão fora do prazo de validade. Devia ser permitido ao empresário passar uma multa à ACT que revertesse a favor do próprio. Estas autoridades moralmente desautorizadas são do pior que há no país. E com as suas multinhas ridículas por tudo e por nada, ainda que no estrito cumprimento da lei, só prejudicam o crescimento económico e a criação de emprego. E o que se perde com isto não é só medido pelas multas que passam: não faltam empresas em Portugal que podiam estar a contratar mais pessoal, ou a pagar melhor aos actuais funcionários, e abdicam de o fazer porque preferem gastar dinheiro a garantir que cumprem todas as merdinhas que estão obrigadas a cumprir por lei. Noutro contexto, até podia compreender o alcance da legislação em vigor. No actual contexto, não compreendo.
Esta, que merece destaque em quase toda a imprensa nacional e muitos comentários críticos da turba enraivecida, com acusações de «cunha» à mistura. Sem discutir a justificação para a existência de apoios do Estado - ou a falta de senso em publicar anúncios com candidato escolhido à partida -, só quem desconhece totalmente os procedimentos de contratação da maior parte das empresas é que ignora que estas recorrem, na maioria dos casos, aos apoios financeiros do IEFP quando já têm um candidato escolhido previamente e que o IEFP, naturalmente, dá seguimento às pretensões da entidade empregadora (nota: em relação ao caso concreto que gerou a polémica, até não me admiraria que a candidata referenciada estivesse a ocupar exactamente a mesma vaga na mesma empresa ao abrigo de outro programa do IEFP, o dos Estágios Profissionais). É assim há muito tempo e dificilmente poderia ser de outra maneira, a não ser que se julgue que o Estado deva forçar as empresas privadas a aceitarem os candidatos que os técnicos do IEFP bem entenderem enviar. De resto, basta dar uma vista de olhos por boa parte dos anúncios de oferta de emprego disponíveis na internet para encontrar como requisito para aceitação da candidatura que o candidato reúna as condições para usufruir dos apoios do IEFP. Maior clareza sobre a forma de funcionamento do sistema não podia existir. Resta o aviso para quem está à procura de trabalho: não vale a pena esperar que o IEFP arranje um emprego caído do céu, é preciso ser pró-activo e ir directamente às empresas. Mas se nesta altura do campeonato há quem ainda não tenha percebido isto...
Seguro desafia Passos a «aceitar proposta» para crescimento e emprego. Se alguém souber identificar concretamente que tipo de proposta é essa fico muito agradecido. Tipo as medidas preconizadas, não sei se estão a ver. Eu não estou, pois só oiço discursos da treta. Pelo que, até prova em contrário, fico com a impressão que o homem comporta-se como o charlatão da feira que apregoa vender «pós de perlimpimpim» que nos curam de todos os males. Há sempre quem compre, especialmente quando o desespero é grande.
Ainda a propósito do post anterior, ontem, na SICN, a ex-ministra da educação, Isabel Alçada, defendia a Parque Escolar por ter gerado emprego e contribuído positivamente para a actividade económica. Para o político que vive do e para o momento presente essa narrativa pode ter sido verdadeira. Enquanto as obras decorriam a todo o gás e atirava-se dinheiro para cima da economia gerava-se emprego e não se deixava a economia travar. Mas numa perspectiva mais alongada no tempo a contribuição da Parque Escolar para o emprego e a actividade económica foi certamente negativa. E porquê? Basicamente porque aquele emprego não era sustentável e o estímulo para a actividade económica que daquele gasto momentâneo pudesse vir a ocorrer quebrou totalmente no dia em que o financiamento secou, muito por culpa do endividamento em que incorremos exactamente para pôr em marcha programas tipo Parque Escolar. O presente agora é esse, não é aquele a que a ex-ministra fez referência. Que a ex-ministra continue a defender o projecto tal como desenhado com base nos argumentos do passado sem atender à realidade presente diz muito da ilusão em que esta gente vivia e ainda vive.