We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Não consigo compreender como é que o governo demorou tanto tempo a tratar do processo que apanha-se agora na situação inadmissível de ter de fechar a coisa a fugir, por ajuste directo - ainda que aproveitando as bases do concurso internacional lançado anteriormente -, em cima das eleições. Tenho Sérgio Monteiro por um tipo muito competente, mas neste caso, à falta de outros dados, foi, no mínimo, imprudente. Esta justificação, no fundo, não abona muito a favor do próprio. Agora, ainda que fosse necessário avançar no imediato - por um mix de pressões de Bruxelas, que as há, e financeiras, que também as há -, não dá para ignorar que uma nuvem negra ficou a pairar sobre o caso. E todo e qualquer barulho sobre o mesmo acaba por ser facilmente justificado.
Não tenho pachorra para o debate emocional que afecta alguns portugueses por estes dias a propósito da privatização da TAP (um debate exacerbado por políticos medíocres e incentivada por estarmos em ano eleitoral). Parte do objectivo do chinfrim é afastar compradores deste processo, mas quero acreditar que alguém se chegará à frente e finalmente o contribuinte português vai deixar de ser o principal responsável por uma empresa que não faz sentido estar na esfera pública, resolvendo-se este problema de vez. Mas, até imaginando que isso não sucede, deixo aqui uma nota para registo futuro: já assisti a esta chinfrineira noutros casos no passado e no fim aquilo que tão irracionalmente alguns procuraram evitar, mais cedo ou mais tarde acabou mesmo por acontecer. É recordar os debates acalorados sobre os bancos que não podiam ficar em mãos estrangeiras ou a PT que não podia ir para o Belmiro. Todos nós sabemos o que a história ditou em relação a esses casos. Também o ditará no caso da TAP. Mais cedo ou mais tarde, o Estado acabará por abdicar do controlo da TAP. É inevitável. E quanto mais cedo, melhor. Podem apontar.
Não tenho pachorra para as conversas sobre a TAP e a sua importância: por mim, era privatizar a totalidade da empresa a quem quisesse pegar naquilo e se no dia seguinte a companhia tivesse de falir e desaparecer, falia e desaparecia. É, aliás, precisamente o falir e desaparecer que torna o sector privado mais eficiente e melhor gerido do que o sector público. A mim só me preocupam as empresas com prejuízo atrás de prejuízo que não desaparecem porque contam com a protecção do contribuinte/Estado. E é isso mesmo que gostava que a TAP deixasse de ser.
Tomás Vasques, no Facebook, escreve que o «Estado - este governo - vai pagar 30 milhões de euros de indemnizações para despedir os mais de 600 trabalhadores do Estaleiros de Viana do Castelo, de modo a privatizá-los por uma renda de 415 mil euros por ano. Com a capitalização de juros, nem com as rendas dos próximos 10 anos o Estado recebe o que paga agora. A isto chama-se privatizar por razões ideológicas». A isto chama-se asneirar por razões ideológicas ou, por outro lado, contas à socialista, esquecendo-se de incluir no deve e no haver aquilo que o Estado tem perdido todos os anos por causa dos ENVC, basta atentar nesta pequena informação: ajudas públicas atribuídas à empresa entre 2006 e 2011, não declaradas à Comissão Europeia, no valor de 181 milhões de euros. É preciso um desenho? Enfim, apesar das críticas que possam ser feitas ao negócio - e também tenho algumas dúvidas sobre o mesmo -, sorte teve o Estado em ter encontrado alguém que quisesse pegar naquilo. Aliás, o negócio era tão atractivo que a coisa só teve um concorrente. Porque será que é assim com a TAP, com o BPN, com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo? Porque será que é de outra forma com os CTT? Porque será? E, no entanto, há uns tolinhos - que ou não devem pagar impostos ou fazem-no por gosto, certamente -, que querem muito que o Estado continue a aguentar estas empresas. Por favor, se gostam muito de defender trabalhadores, tenham dó da malta que esgana-se a trabalhar para pagar impostos ao Estado, ok?