We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
A verdade é que isto é uma bela merda de ensaio para uma revista de carácter académico. Além da questão censória ser discutível, chamar «artigo cientifico» àquilo é ofensivo para quem escreve verdadeiros artigos cientificos (o que explica, aliás, porquê que a questão censória é discutível). Além disso, não sei se já vos contei a minha opinião sobre a maior parte da sociologia que se ensina nas universidades e dos sociólogos produto desse mesmo ensino (opinião que não se restringe ao panorama nacional)? Estão ao nível do ensaio em causa. E esta história só reforça essa minha convicção.
Ignorando o brilhantismo da observação que dá título à notícia e notando que até Costa já fala da necessidade de «empreendedorismo das novas gerações», diga-se que a mim parece-me evidente que Portugal tem um problema de falta de licenciados e não de licenciados a mais, mas isso não invalida que, tragicamente, tenhamos excesso de licenciados em áreas que não interessam para nada ou vindos de cursos onde o que se aprende não tem aplicabilidade no mundo do trabalho, e, também por ai, se explique o desemprego registado em certos e determinados cursos. Taxa de desemprego dos licenciados no curso de Sociologia da Faculdade de Economia de Coimba do drº Boaventura Sousa Santos: 14,7% (média nacional para sociólogos é de 10,6%). Taxa de desemprego dos licenciados no curso de Ciência Política do ISCTE do drº André Freire: 16,3% (média nacional para politólogos é de 10,2%). Taxa de desemprego dos licenciados no curso de Economia da Universidade Nova de Lisboa, a meca do neoliberalismo: 1,8% (média nacional para economistas é de 6,7%). Dados retirados daqui: Infocursos.
Todos os estabelecimentos de ensino superior são bons. Todos os estabelecimentos de ensino superior são igualmente bons. Enfim, a verdade é que há uma série de cursos da treta em Portugal. E a distinção não é exlusivamente feita entre o curso X e o curso Y, mas também entre o curso X na faculdade A e o mesmo curso X na faculdade Z. Neste último caso, pode mesmo existir diferenças consideráveis entre a qualidade de um e de outro curso. Só um tonto é que ignora essa realidade. A maior parte dos alunos (e os seus pais) não ignoram certamente, ou não existisse uma tendência evidente de quem tem as melhores notas no secundário para escolher preferencialmente certos e determinados estabelecimentos de ensino. Da mesma forma que há empregadores privados que, precisando de contratar gente com o curso X e existindo faculdades de A a Z a leccioná-lo, limitam a sua análise de CVs a quem se licenciou exclusivamente na faculdade A e B. O Estado, como grande empregador que é, devia seguir as melhores práticas de recursos humanos que existem nas grandes empresas privadas. Infelizmente, ainda está muito longe de o ter feito. E a verdade é que nunca o fará.
Isto pode ter o seu interesse, mas, outras considerações à parte, tem muito pouca utilidade no que diz respeito à resolução da questão que lhe deu origem. A verdadeira pergunta que interessava responder, assumindo que é a minimização dos custos para o Estado que preocupa cada um dos lados, é: um aluno cujo ensino no privado deixe de ser subsidiado pelo Estado e que, por esse motivo, opte por frequentar uma escola pública, quanto custará a mais ao erário público? Ou seja, o custo que importa apurar não é o custo médio, mas antes o custo marginal. E o custo marginal, suspeito, será em boa parte dos casos muito inferior ao custo médio por aluno.