We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Muitos dos ditos refugiados não são refugiados, são emigrantes puros (não só pelos países de onde vêm, como é vê-los com cidades de destino escolhidas). E eu não gosto, lamento mas não gosto, de ver algumas destas pessoas que procuram a Europa, assim que entram nas suas fronteiras, em evidente show-off mediático, a reclamarem direitos que não têm. Mas detesto ainda mais, muito mais, ver a foto chocante de uma criança morta numa praia da Turquia. E não deixo que os primeiros, chico-espertos, me façam perder o foco do essencial. Pelo que, apesar de tudo, até tenho para mim que a Europa devia acolher quer uns (refugiados, cujo estatuto especial dá-lhes sempre outros direitos), quer outros (emigrantes, sobre os quais deveria existir maior controlo, mas nem por isso uma rejeição imediata), com braços tão abertos quanto possível. Infelizmente, sei também, porque está um pouco por todo o lado (nas redes sociais, nas conversas com amigos, etc...), que a xenofobia anda pelo ar. O Expresso (que não comprei e não li), tinha na capa da sua revista Donald Trump sob o título «A América que adoramos odiar». Trump que marcou o inicio da sua campanha por declarações xenófobas que visavam, sobretudo, os mexicanos que vivem nos Estados Unidos. Diria que se há uma América que adoramos odiar, por vezes também nos fazia bem olharmos para nós próprios. Confrontado com problema semelhante, não faltam europeus (e portugueses) à procura do seu Trump.
Aqui “imposto” significa “querido” e isso diz muito sobre a Dinamarca. Nos últimos tempos a admiração da nossa esquerda às sociais-democracias do norte esmoreceu muito por culpa da dicotomia Europa do norte vs periféricos do sul, mas é bonito vê-los a inspirarem-se novamente por lá. Ainda que a esquerda portuguesa continue a chatear-se sempre que alguém se refere às evidentes diferenças culturais entre os povos do norte e do sul e o reflexo disso mesmo no nosso grau de desenvolvimento. De igual forma, a esquerda portuguesa "chateou-se" muito com o aumento brutal de impostos do Gaspar, quando é evidente que esse é o preço a pagar pelo Estado que temos (e que a esquerda defende que devemos ter). E, no fundo, também gostava que os os impostos em Portugal fossem vistos como «queridos», no sentido de serem tratados com o devido respeito pelo trabalho de quem os paga e não para os enormes disparates (nomeadamente em obras públicas) que têm sido feitos.
A ideia de que Portugal, como acabou sugerindo o primeiro-ministro, terá tido alguma contribuição decisiva para o fecho da reunião de ontem não faz qualquer sentido. O nosso governo pode ter sido o primeiro a levantar uma ideia que depois outros decidiram pegar, mas não mais do que isso. Portanto, compreendo que tal sugestão seja motivo para brincadeira. Um país pequeno só passa a ter alguma relevância em matérias de grande importância quando assume uma posição inflexível na forma do «tudo ou nada», como a assumida pela Grécia (neste caso concreto, era mesmo a matéria em questão) e, ainda que em menor grau, pela Finlândia. Mas, achando o tom gozão normal nestas coisas, não deixo de notar como também nisso se permitem fazer outras leituras: a) há malta que não quer/gosta de reconhecer que o governo português nunca colocou Portugal entre os países que adoptaram uma linha mais dura para com os gregos, ao contrário do que a nossa imprensa e os próprios gregos, por motivos estratégicos, tentaram vender (nota: é muito curioso que parte da nossa imprensa entre na onda do gozo com a frase do PM, mas aparentemente não esteja interessada em revelar se o conteúdo do que foi dito tem mesmo um fundo de verdade); b) se esta frase é motivo de paródia, como não parodiar o papel do PS e de Costa que tentam passar a mensagem, contra todas as evidências, de que António Costa já é um tipo influente na Europa e que quando for eleito então reinará mesmo aquela cena toda?
Com as devidas diferenças (o processo não foi de todo semelhante): o Che Guevara já fez o seu papel; Fidel Castro ganhou a batalha e consolidou o poder; a invasão da Baía dos Porcos falhou. Se a Europa tivesse o pragmatismo dos norte-americanos a lidar com estas coisas era tudo tão mais fácil.
Muita gente que fala numa "crise humanitária" na Grécia e que considera que o FMI devia ser tolerante/solidário para com os governantes helénicos por respeito a isso mesmo, fazia bem em dar uma vista de olhos pelos 188 membros do fundo. O que não falta são países na listagem muito mais pobres do que a Grécia e, esses sim, com verdadeiras crises humanitárias. Chamar "crise humanitária" ao que se passa na Grécia é conversa eurocêntrica, de quem se deixa embalar com contos de crianças, e que não faz ideia do que fala. Aliás, a Grécia e o seu governo de extrema-esquerda radical se falharem o pagamento ao FMI até ao final deste mês, entram num clube restrito onde estão neste momento Sudão, Somália e Zimbabué. Que um país rico, para não tocar nas suas pensões ricas, dê o calote a uma instituição mundial a que outros muito mais pobres também recorreram, sem nunca terem falhado com as suas obrigações, só pode ficar mal na fotografia, por muito que alguns nos queiram convencer do contrário.
O Partido Popular Europeu ganha à rasca, perdendo imensos eurodeputados. É o melhor cenário para os líderes europeus acabarem com a fantochada, lixarem-se para o Juncker e escolherem alguém para presidir à Comissão Europeia que seja minimamente competente.