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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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A UE, o Euro e a vanguarda do Euro

Hollande sublinhou que para pôr em marcha essas reformas faz falta "uma organização reforçada, com os países que assim o decidam, uma vanguarda". Estas propostas já foram também abordadas pelo primeiro-ministro francês Manuel Valls, que revelou que essa "vanguarda" seria composta pelos "países fundadores da União Europeia: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda". Portanto, segundo a proposta francesa, íamos ter os países que fazem parte da UE. Os países que fazem parte da UE e do Euro. E os países que fazem parte da UE, do Euro e da vanguarda do Euro. E embora a coisa inicialmente tenha sido apresentada como uma opção individual de cada país, não me admira que na concretização da mesma, tal como detalhada pelo primeiro-ministro francês, fiquem excluídos países como Portugal. Quanto maiores as disparidades económicas e sociais entre membros da "vanguarda", fica mais difícil a concretização e implementação de tal ideia. Por mim, Portugal sobreviveria muito bem sem se meter numa tal aventura.

Os comunas que querem viver com o dinheiro dos outros

O que Piketty devia pedir ao governo francês, já que gosta tantos dos gregos, era que este perdoasse tudo o que a Grécia deve à França. Ainda que na França a maior parte do eleitorado, a avaliar por sondagens recentes, também defenda a Grexit. De resto, não estejam à espera que sejam os contribuintes dos outros países a entrar com o dinheiro deles, pois por muito que esta boa malta socialista neotonta ache que o dinheiro dos outros é de todos e que eles é que dizem como os outros devem dispor ou não do que é deles, a Europa, felizmente, está longe de ir nesta lengalenga marxista.

Os hollandeboys e o novo ciclo

«A mesma Comissão Europeia que inscreveu no MoU [memorando de entendimento] com o Estado Português a redução do prazo de atribuição do Subsídio de Desemprego; a mesma Comissão Europeia que recomendou ao Estado português reduzir mais o Subsídio de Desemprego (o que foi recusado pelo actual Governo), agora expressa preocupação com a alegada menor cobertura desta protecção. É uma posição de hipocrisia institucional que não podemos deixar de lamentar». Porque a Comissão, entretanto, nestas matérias, ficou sobre influência dos hollandeboys (como alguém hoje no twitter chamava à malta que influencia as conclusões apresentadas). Depois de passada esta fase de austeridade muito dura e corrigidos alguns desequilíbrios, a Europa prepara-se para transmitir a ideia de novo ciclo (o que implica ligeira inflexão de discurso e de prioridades). E essa mudança de ciclo vai trazer complicações políticas àqueles que protagonizaram o ciclo anterior, como o nosso governo está a descobrir (isto agora vindo da UE tem sido pancada atrás de pancada e ainda mais pancada). Será uma UE, nesse sentido, mais francesa e mais Hollande e menos alemã e menos Merkel.

Da oposição ao governo

Até estes continuam a implementar reformas impopulares. E a usar estratagemas para implementá-las que outrora, os próprios, consideraram anti-democratas. Deve ser por gosto. Mas o Syriza veio para revolucionar isto tudo e vai mostrar como é que deve funcionar uma democracia a sério, onde cumpre-se promessas feitas em campanha e as medidas adoptadas têm sempre o apoio do eleitorado. Claro que quer fazer isto tudo, entre outras coisas, com o dinheiro dos outros, mas isso é um pormenor. A verdade é que o Syriza já ganhou as eleições na Grécia, mas ainda não saiu da oposição. Apenas substituiu a oposição que fazia ao governo grego pela oposição às instituições europeias. Contudo, mais cedo ou mais tarde, vai ter de deixar-se de joguinhos e lidar com a realidade. Para quem prometeu a lua, a descida à terra não vai ser fácil.

Posição negocial "muita" forte

Porquê que Portugal saiu com o rabo entre as pernas da cimeira europeia dedicada à energia e ao clima no que às interligações diz respeito? Porque a França má do nuclear assim forçou, como conta-nos simplisticamente a nossa bela imprensa? Se beneficia todos e só a França anda a empatar, não devia ser a França a estar isolada na matéria, invés de Portugal (que, pelos vistos, nem de Espanha pôde contar com muita ajuda)? Mas o que será isto: «a primeira - e única - interligação de electricidade a ser construída nessa zona [os Pirinéus], abre em 2015 e tem só 65 quilómetros e uma capacidade de transporte de 2800 MW, mas como incluiu um túnel para soterrar os cabos nas montanhas custou mais de 700 milhões de euros, segundo o Financial Times». Com esta informação começo a suspeitar do porquê da posição negocial de Portugal não ser assim tão forte.

Agora é que é

Primeiro eram as eleições francesas que iam mudar a política «ideologicamente extremista» da Europa. Venceu quem os socialistas queriam que vencesse. Mas pouco mudou na política europeia: o socialista Hollande, pelo contrário, adoptou mesmo a política «ideologicamente extremista» como sua (a expressão de Assis é adorável, mas não se preocupem que assim que os nossos queridos socialistas forem para o governo descobriremos que o discurso extremado do actual PS não era para levar a sério). Depois eram as eleições alemães. Nem sequer ganhou quem os socialistas queriam. Ainda assim, Merkel para governar precisou de coligar-se com o SPD e as últimas novas que tivemos numa área tutelada por uma ministra do partido que partilha o partido político europeu com os nossos queridos socialistas foi esta. Agora, são as eleições para o Parlamento Europeu que são decisivas e vão mudar a política europeia (note-se que, para já, o mais certo até é terminarmos com a direita a dominar o Parlamento Europeu e Juncker à frente da Comissão Europeia, embora isso nem interesse tanto quanto isso). Alguém acredita? Enfim, sempre que alguém argumentar a favor da importância das eleições europeias para uma alteração da política que tem vindo a ser seguida pela Europa, das duas, uma: ou é eleitoralismo básico, de quem quer iludir para ganhar votos - atribuindo uma importância a uma eleição que não a tem -, ou é ignorância pura. O eleitor que decida.

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