We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
É para «pensar à grande» que o PS quer o investimento público. E o dinheiro para esse investimento virá de onde? Das pensões não virá pois o PS não as vai cortar e ainda promete aumentar o complemento solidário para idosos. Dos gastos com pessoal do Estado também não virá porque o PS quer repor os salários na função pública a um ritmo superior aos do Governo. E com isto estamos conversados sobre as duas maiores rubricas do OE. Então, virá de onde, do aumento da carga fiscal? Mesmo ai o PS sugere que quer baixar o IVA da restauração. De onde virá o dinheiro para o investimento público? É mistério, mas Costa promete que tem um cenário macroeconómico que faz milagres. Paleio político na vanguarda da ficção nacional. Ou, traduzido por miúdos, «pensar á grande». Não é preciso ser bruxo para saber como onde é que isto acaba.
E seria ainda muito pior se tivesse saído do papel. E não faltou muito para ter saído: «A crise é mais uma razão para o fazermos». Só faltou o dinheiro porque entretanto entramos em alta velocidade rumo à pré-bancarrota. Ou ao «século XXI», como explicava aqui, com simplismo, Leonel Moura no blogue Simplex. A campanha das eleições 2009 e tudo o que se lhe seguiu, o grau de delírio que afectava alguns governantes e a malta que defendia Sócrates com unhas e dentes, deverá constar como um dos pontos mais baixos da nossa vida política nacional pós-1974. Na melhor das hipóteses, foram tempos de loucura a que gostaria de nunca mais regressar. Na pior, foram tempos em que as vigarices falaram mais alto e alguns deixaram-se iludir pelo conto do vigário. Se bem que quando apanho gente a discutir que uma entrevista não é uma entrevista, temo sempre que o regresso a esses tempos possa estar logo ali ao virar da esquina.
Ai não que não criam. Em boa parte, servem para criar empregos para os próprios e amigos, numa procura constante de fragilizar quem lhes bloqueia o caminho. Se antes da crise já assim era, então agora com a crise não é difícil imaginar o que uma pessoa no poder poderá fazer pela carreira dos que têm os cartões e as relações certas.
O quadro mental desta gente não muda. Podia tratar-se da mera opinião de um ex-ministro socialista, que se soma a esta de Ana Paula Vitorino, mas é pior do que isso: no PS, ainda que publicamente não o defendam abertamente porque entretanto tornou-se muito impopular defender tal coisa, é com obras tipo TGV, parque escolar ou sei lá que mais, que eles sustentam o seu modelo de promoção do crescimento económico. Entretanto, vão continuar sem perceber, ou a fingir não perceber, o motivo que levou o país a ter necessidade de chamar a troika. Como até foram eles que a chamaram, deviam saber mais do que deixam transparecer.
Isto é um dos motivos porque não vale a pena falar de um novo plano Marshall para a Europa. O plano Marshall foi importante para reconstruir uma Europa destruída pela guerra. Ora, Portugal nos últimos anos não foi destruído pelo que quer que seja, muito pelo contrário, o problema é que houve construção a mais.
O travão nas obras públicas e a inversão moderada na política sobre as renováveis é ou não um ataque aos interesses que agora todos dizem que têm de ser atacados? E digo agora porque a maior parte chegou tarde à identificação desses interesses e à necessidade de não os defender. De igual forma, não deixo de achar graça aos medinas carreiras que se multiplicaram por ai no último ano, quando durante anos a fio, e quando mais importava prestar-lhe atenção, não ligaram peva e fizeram orelhas moucas ao pessimista original. Antes tarde que nunca? Nem isso, pois quando se faz uma leitura mais atenta do que estes neopessimistas andam a dizer percebe-se que mais não fazem do que criticar todo e qualquer esforço de mudança mais profunda. O optimismo destes neopessimistas voltaria num ápice assim que o discurso do "investimento" e do "crescimento" sustentado nos interesses da malta do betão e das renováveis voltasse a ser posto em prática.
Recordar os três manifestos: Investimentos públicos dividem economistas. É lamentável que os que estavam do lado da razão tenham sido precisamente aqueles que menos foram ouvidos, isto da parte do partido no poder. No segundo manifesto figura o nome de um deputado do PS; no terceiro está a assinatura do actual ministro das obras públicas. Parabéns a todos eles. Viva Sócrates! Viva!
"Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal".
Percebam de vez: não basta correr com José Sócrates do governo. É preciso correr com o PS do governo.