We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Porquê que a historieta contada em tons dramáticos dos gregos terem perdido 25% do PIB não me emociona por ai além (porque eles perderam o que só por ilusão pensaram que chegaram a ter):
Um dia a malta que polui - poluição sonora é o melhor termo que encontro - os nossos espaços opinativos ainda me há de explicar o caso italiano à luz das teorias da treta que vão espalhando.
Mais notícias do governo italiano, outro que deve estar entre os que matam a social-democracia, «Sabemos bem que a Grécia está fora dos parâmetros, mas não é culpa dos vilões alemães, e sim responsabilidade dos governos gregos que se têm sucedido em Atenas nos últimos 15-20 anos». Porquê que o governo italiano decide falar assim? Porque de 2008 para a frente, a Itália, sem qualquer intervenção da troika, foi o país cujo PIB mais caiu a seguir à Grécia. Isso mesmo que leram: o PIB italiano caiu mais do que o português desde o inicio da crise e a performance da economia italiana contínua a ser inferior à portuguesa. E o actual governo italiano mais do que sabe que a culpa disso é da própria Itália e do seu diminuto espírito reformista. Atirar responsabilidade para o exterior, como faz o governo tonto do Syriza, pode ser bom para preservar o statu quo grego intacto e, com isso, garantir apoio interno para prosseguir a batalha contra o "inimigo" externo, mas custará muito caro ao nível das reformas internas que vão ficar por fazer. Uma sociedade paralisada que não se reforma é uma sociedade que só pode ter um futuro sombrio. O governo italiano sabe disso, o grego não me parece que saiba.
O PS, invés de optar pelo radicalismo que está a seguir, fazia bem em olhar para outros líderes políticos da sua área e o que têm dito. Para não ir aos socialistas do norte europeu, fiquemos por um do sul a quem Costa foi comparado: Matteo Renzi. Eu já ouvi de Renzi coisas como ser impensável os italianos contribuirem para um sistema de pensões grego que seria mais generoso do que o italiano, alvo de ajustes recentes, ou que uma coisa era os gregos pedirem flexibilidade, outra era acharem-se os mais espertos do grupo que não precisavam de respeitar as regras. Verdade seja dita que em Portugal, apesar de também termos muito dinheiro em jogo, nem o primeiro-ministro se atreve a dizer algo semelhante ao que Renzi tem vindo a constatar.
Aos italianos, que não tiveram de passar nem sequer por metade das dificuldades dos restantes países periféricos, tinha-lhes feito bem levarem com uma troika em cima.
The end of Matteo Renzi’s Italian honeymoon: «If Mr Renzi hoped he would arrive at the right time to ride a wave of economic recovery, he has been disappointed. His success in the European elections brought the unusual prospect of an Italian prime minister with a clear mandate for radical change. In reality, and not for the first time (Georges Papandreou, François Hollande), a centre-left eurozone leader has come to power being defined by the state of the economy rather than his electoral platform.»
Italian Prime Minister Renzi Struggles to Find Funds for Economic Plan: «But Mr. Renzi is struggling to scrape together the funds needed to pay for his far-reaching platform [...] "If you exclude health care and pensions, reaching the savings targets becomes almost impossible," said Massimo Bordignon [...] The financial squeeze has stoked expectations that Mr. Renzi will be forced to raise taxes in the fall to meet EU budget requirements—a move that could erode the public support he needs to push through the tough measures Italy needs. [...] "One by one, we are addressing the main causes of Italy's lack of competitiveness: the inefficiencies of the public administration; the long delays of the justice system; an oppressive fiscal regime," he said.»
Muita parra mediática e pouca uva. Mais: a ideia de que a Itália conseguirá liderar qualquer processo de mudança na UE é, em si mesmo, absurda. Eram muito mais realistas as expectativas em relação ao presidente francês (nota: ainda assim, diga-se que estou convencido de que a ideia italiana serve apenas de aperitivo para o inicio de um processo negocial: começa-se sempre por pedir o impossível de forma a obter o possível).
Dois socialistas italianos. A mesma luta. Um (Prodi) travou-a há mais de uma década. O outro (Renzi) trava-a agora. É a repetição da história, movida pelo mesmo desejo laxista de não cumprir regras de controlo orçamental. O que não deixa de ser curioso é que o do lado direito seja apresentado como uma espécie de novidade. Não é. É mais do mesmo.
87 anos? Por este andar, o Soares, apenas seis meses mais velho do que o Napolitano, ainda vai a tempo de se re-recandidatar à Presidência da República Portuguesa.