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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Não acredito nas sondagens

Seguro foi corrido do PS depois de ter concorrido às Europeias com o moderado Assis como cabeça de lista e o PS ter vencido o acto eleitoral (a moderação era mal vinda). Apesar da vitória, os jovens turcos não gostaram. Os opinadores também não gostavam. A oposição ao governo era fraca. Era preciso radicalizar para chegar à maioria absoluta. Vitórias por poucochinho é que não (agora até já ensaiam cenários onde a derrota do PS permite deixar Costa como PM ou, como dizia o outro, «o mundo mudou»). É por isso que não acredito nas sondagens, instrumento, aliás, agora desvalorizados por quem antes aplaudia efusivamente esta opinião: António Costa diz que sondagem demonstra urgência de nova liderança no PS (até 4 de Outubro já não dá para trocar a actual liderança, mas depois disso estejam á vontade). Mas porquê que não acredito nas sondagens? Porque malta como o deputado João Galamba e o opinador Adão e Silva só podiam ter razão na altura e, por arrasto, nestas eleições o PS vai ganhar folgado. Ou lembram-se de alguma vez esta gente ter falhado estrondosamente em alguma coisa que defenderam? Enfim, acabaram-se as vitória por poucochinho, ou vitória folgada... ou derrota humilhante.

A "elite" que não gosta do CM porque há peças do puzzle que preferia ver ignoradas

Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã, no P&C - num programa que, se dependesse do Galamba, tinha levado à demissão do director de informação da estação (fica o aviso para o futuro: é preciso ter cuidado com esta gente) -, iniciou o debate a malhar em Sousa Tavares (recordando-o que é apenas mais outro digno representante da "elite" onde todos dormem na cama uns com os outros) e acabou deixando novamente o agora opinador, que preza muito o seu passado de jornalista de investigação, acabrunhado por não ter uma única investigação incómoda para o poder nacional para exibir. O Correio da Manhã tem muitos defeitos, mas ao ter sido o único a noticiar a vida de luxo de Sócrates, tendo inclusive obrigado este a mentir despuradamente sobre o sítio de onde provinha o dinheiro para tal vida (o famoso empréstimo da CGD, lembram-se?), deu uma banhada a toda a restante imprensa. Mais: essas notícias não partiram de nenhuma fuga de informação da justiça, tendo sido antes trabalho de investigação puro do jornal. O CM teve a lucidez para ir atrás de uma história com muito sumo. Os outros preferiram tapar os olhos e aceitaram a mentira socrática. Se o CM erra muitas vezes e não é confiavel, à luz destes factos, os outros são mais confiáveis porquê, se ignoraram o que tinham debaixo do nariz? Talvez seja mais correcto assumir que ficamos tão melhor servidos quanto mais plural e diversa for a nossa imprensa. Sobretudo por isso, ainda bem que o Correio da Manhã, jornal que raramente leio, existe.

Desvalorizar todo e qualquer número positivo da economia portuguesa

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(quadro retirado daqui)

 

Nem que para isso tenhamos de usar argumentos ridículos. Note-se esta notícia com declarações do protótipo de jovem turco socialista, João Galamba. Apanha-se tiradas brilhantes como a que diz que a variação homóloga de 1,5% do PIB no segundo trimestre está «aquém das estimativas do Governo para todo o ano». A estimativa governamental para o final ano é de 1,6%, serão precisos mais comentários? Mas há mais: a média da zona Euro deixa de ser critério relevante, agora o que interessa é comparar-nos com os países que «aceleram o seu crescimento», «novilingua» para designar os países com crescimento acima do nosso, numa falácia argumentativa vulgarmente designada por «cherry picking», pegando o PS para tal no exemplo espanhol, ainda que Galamba vá mais longe e chegue a usar a Grécia, um país que como todos sabemos vai ter um crescimento económico espectacular este ano. E, por fim, insiste Galamba, «é a procura interna que cresce e o comércio externo pesa negativamente com uma deterioração significativa do nosso saldo comercial». Como se o crescimento da procura interna não tivesse reflexo no comércio externo com o aumento significativo das importações. Efeito que, se descontado, mostraria uma realidade muito diferente da tontice em que Galamba insiste.

Costamessias

A maior colagem de Costa a Sócrates, até resultado das tropas que se mexeram no terreno para derrubar Seguro, pode ter sido um erro cuja dimensão seria impossível de calcular no momento em que foi cometido. Já a colagem de Costa ao Syriza logo após as eleições gregas de Janeiro deste ano foi um erro digno de um político amador. E o azar do homem e dos camaradas Porfírio e Galamba é que, até às legislativas, é possível e provável que o panorama mediático seja dominado pelo caso grego e por Sócrates. Messias sofre.

Quem é que está a tratar da campanha comunicacional do PS?

Pelo que se lê na imprensa, dois dos mais activos socialistas que tratam da propaganda eleitoral de Costa, se não os mais activos, são Porfírio Silva e João Galamba. Estão em todo o lado. Em parte, ainda que com menor importância, já assim tinha sido em 2009, na propagação da mensagem de Sócrates. Ambos foram e são socráticos convictos. Ou como o PS não aprendeu nada nos últimos anos. E foi também para isto que no PS correram com Seguro. Para trazer esta malta, que defendeu as políticas que "faliram" o país, de volta à ribalta política.

A realidade e a cabeça

Apesar de ter votado favoravelmente* o Tratado Orçamental na Assembleia da República, reafirmo que as minhas teorias estavam absolutamente correctas e em nada contradizem o que digo agora porque não assumiam a possibilidade de ser votado favoravelmente um Tratado Orçamental na Assembleia da República (o que foi, diga-se de passagem, uma manifesta estupidez). E a verdade, insisto, é que para que a nossa dívida seja sustentável seria necessária uma política que deliberadamente levasse ao aumento da nossa dívida. Capisce? Recordando o outro: «se não quiserem reconhecer a realidade, não a reconheçam, batam com a cabeça na parede, porque a realidade é sempre mais resistente do que a cabeça».

 

* com declaração de voto pelo meio, é certo.

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