Chinfrineira
O homem co-responsável pelo maior aumento da carga fiscal que os portugueses conheceram numa só legislatura está muito preocupado com as taxinhas do dr. Costa? Tem a sua graça, mas percebe-se: está com medo que Costa assim que se apanhe no Governo insista em bater o recorde do actual executivo (e, enfim, reconheça-se que o orçamento da Câmara de Lisboa tem um simbolismo tremendo no que toca a perspectivar o que ai virá no OE2016). Mais interessante é a posição do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que usou precisamente os mesmos termos de Portas: taxas turísticas exigem «prudência infinita [...] para não matar a galinha dos ovos de ouro» [leiam a notícia, um senhor qualquer do BE até já propõe «uma taxa sobre multibancos quando estes ocupam espaço público»]. Mas compreende-se a prudência aconselhada por Rui Moreira, não vá a Câmara da Maia de lembrar-se de lançar um imposto sobre as chegadas ao aeroporto do Porto que ocupa o seu concelho, prejudicando com isso a cidade do Porto, sem que esta tire qualquer proveito disso para o seu orçamento (o que remete para a situação de concelhos turísiticos à volta de Lisboa como Sintra e Cascais: se, ao menos, Sócrates e Lino tivessem levado a sua avante com o aeroporto da OTA lá se ia a nova galinha dos ovos de ouro de Lisboa). Entretanto, já há quem diga que Costa governa contra a constituição (isto é que não pode ser!!!, assim, com três pontinhos de exclamação como aprendi com Costa). O ministro Moreira "Verde" da Silva, por outro lado, vendo tanto defensor com unhas e dentes das taxinhas do dr. Costa (que, por milagre, de pequeninas, aparentemente não produzem qualquer efeito nefasto na economia ao mesmo tempo que enchem os cofres da autarquia lisboeta: se isto não é uma medida obra de um messias, qual será?), deve estar a lamentar não ter levado a sua posição adiante. Da minha parte, com tudo isto, só me lembro de citar Soares, do tempo em que sabia-a toda: «Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos». Dos economistas do dr. Costa, que entretanto e, no caso concreto, felizmente, já deixou cair a promessa da descida do IVA da resturação do drº Seguro (o historial passado é para assumir, mas isso só valia para Seguro em relação a Sócrates), espera-se criatividade sem limites.