We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Isto é Marinho a fazer de «attention whore» ou há algum fundamento de verdade no que aqui é escrito? Escusado será dizer que uma tal história, pela questão do financiamento - de onde vinha o dinheiro? - e ao contrário do que diz Marinho, teria óbvio «interesse processual». E permitiria várias e interessantes leituras políticas. Lá chegaremos, porque existindo escutas deste teor, mais cedo ou mais tarde virão à tona de água.
Ferro Rodrigues, que a avaliar pelo primeiro debate parlamentar tem tanto carisma e habilidade quanto Seguro, também neste elogio a Marinho e Pinto foi particularmente honesto. Até ao inclui-lo na esquerda, de onde muitos outros tentam exclui-lo. Alguns companheiros e simpatizantes do partido que agora falam de um "monstro" do populismo sem se lembrarem do tempo em que o alimentaram faziam bem em ter a mesma memória histórica. Até porque podem muito bem vir a ter de precisar dele para governar.
A entrada do líder do PS interrompeu por minutos os trabalhos e gerou uma salva de palmas na sala do Centro Olga Cadaval. A originalidade da politica portuguesa em todo o seu esplendor. Perante isto, entre o Livre e o Marinho e Pinto, o último é bem capaz de ser, do ponto da proposta política que acarreta, muito mais sincero e honesto do que o primeiro. O Livre, perante tamanha exibição de ingenuidade, não passará mesmo de uma brincadeira de miúdos. E, confesso, estranharia muito que, tal como aconteceu nas europeias, o partido do Marinho não volte a ter muitos mais votos do que esta simulação de partido.
Foi pena não ter sido feita uma destas para o amigo Sócrates, material não faltaria. Mas aproveitando o texto no DN, de crítica a Marinho e Pinto muito comum nos tempos que correm pela corte lisboeta, recordo-me de outros tempos em que assim não era. Claro que o facto de se ter metido na política-partidária ajuda a explicar o motivo pelo qual o ex-bastonário é agora mais criticado, mas não é só isso: a atitude para com Marinho mudou imediatamente por parte de certos sectores no dia em que este decidiu opor-se publicamente à adopção por casais do mesmo sexo. Isso - e apenas isso - tornou-o imediamente persona non grata entre muitos dos que anteriormente eram mais tolerantes quando confrontados com as suas traquinices. É que sou do tempo em que a jornalista Manuela Moura Guedes, confrontando precisamente Marinho e Pinto com uma das inúmeras contradições que o seu discurso populista já então encerrava, recebeu resposta deste último em termos totalmente inaceitáveis, termos esses que visavam precisamente fugir a ter de dar uma resposta à contradição indicada. Se não me falha a memória, julgo não estar a ser injusto, muitos dos que agora o criticam, ou estiveram calados nessa altura, ou até elogiaram a sua performance. Mais honestidade. Menos hipocrisia.
Ainda agora foi eleito para o Parlamento Europeu e já anuncia que vai abandonar o cargo para se candidatar às legislativas. Ainda às legislativas não concorreu e, pelo sim, pelo não, vai logo deixando claro que, depois de trocar Estrasburgo por São Bento, o novo lugar também não é para aquecer porque a ambição é mesmo chegar a Presidente da República. Ah! E não deixa de ser eurodeputado imediatamente porque parece que, sendo «pobre», o dinheiro de eurodeputado dá-lhe jeito (ao menos é sincero, reconheço-lhe isso). Votem nele, votem.
Marinho e Pinto é o factor que desequilibrou o jogo, concentrando em si muito do voto de protesto. Ele é o fenómeno destas eleições e o grande vencedor da noite. De resto, esta coisa do PS ganhar as eleições, mas não ter motivos para fazer uma grande festa não é novidade: nas autárquicas aconteceu precisamente o mesmo. Falta é saber para onde é que o voto daqueles que não se sentem representados pelos partidos do sistema, numas legislativas, poderá ser canalizado. Mas que muitas pessoas quererão e procurarão uma válvula de escape onde votar, não tenho grandes dúvidas. E é cada vez mais provável que das futuras legislativas decorra a necessidade de um acordo de governação entre PS e PSD.