We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
E pensar: nos próximos anos, devemos vir a ter muito investimento estrangeiro em Portugal. Ou então não. Muito do que se escreve até nem faz particular sentido, mas nada disso interessa: o que conta é a imagem que passa. E o que passa é que isto é uma bandalheira, de onde gente que se preocupe com o seu dinheiro e queira segurança deve fugir.
Ter o PCP e o BE a dar cobertura a um governo liderado pelo partido do Jorge Coelho e do António Vitorino, respeitador do Tratado Orçamental e de todos os outros compromissos internacionais assumidos pelo país, não me parece que seja coisa má para os mercados. Pese embora alguns excessos que tal governo viria a cometer, seria, pelo contrário e no essencial, a vitória final da economia de mercado sobre o radicalismo ideológico da nossa extrema-esquerda. Não acredito é que PCP e BE se vergassem a um tal diktat e por isso está-se mesmo a ver no que é que a coisa vai dar (se o PS sonha domar esta gente, está muito enganado). Mas sonhar não custa.
O caso grego não terá implicações no mercado da dívida porque o BCE tudo resolve? Afinal, alguns que antes argumentavam isso mesmo, estão agora a descobrir que não é bem assim. A confiança dos mercados não interessa e podemos gozar com os que acreditam na fada da confiança? Se calhar, também não será bem assim. Os cofres cheios da Maria Luís são motivo de chacota? Se calhar, motivo de chacota deviam ser os que não perceberam a importância dos cofres cheios, do tal seguro contra riscos que tal opção consagrava. Porque, admitamos que a Grécia entrará em default e acabará mesmo por sair do Euro, tal situação irá, no mínimo, provocar perturbação imediata nos mercados. Perante isso, embora acredite que a zona Euro está neste momento preparada para lidar com uma saída da Grécia, será preciso resistir a uma primeira onda de choque. Felizmente, como não tivemos governantes irresponsáveis, estamos preparados para lidar com essa turbulência inicial. Mas, no imediato, outros problemas se colocarão a Portugal: ficaremos ainda mais obrigados, caso seja nosso desejo continuar no Euro, a adoptar um discurso e uma prática de rigor e cumprimento do Tratado Orçamental. Ou como a margem de manobra do PS para prometer uma alternativa fica ainda mais limitada (limitará inclusive o PS a nível de coligações eleitorais caso esse problema se venha a colocar). Vá lá que António Costa teve, ao menos, juizinho para afastar a conversa da reestruturação da dívida para fora do discurso eleitoral do PS. Mas quando me lembro do buzz gerado em torno de um famoso manifesto. Um manifesto que ia da «esquerda à direita». Um manifesto que mostrava onde estava o «consenso» na sociedade portuguesa. Enfim, tanta gente tonta.
Benfica patrocinado pela TAPEmirates. António-Pedro Vasconcelos entra em depressão profunda. Seis milhões de portugueses que até aqui tinham a TAP no coração passam a estar indecisos entre dois amores.
Ainda esta semana, a The Economist tem um artigo interessante sobre as empresas de auditoria: The dozy watchdogs. Esta história do BES com a PWC, empresa que foi prontamente substituida pela KPMG após esse relatório, diz muito sobre como estas coisas se processam. A PWC atreveu-se a levantar dúvidas, ficou logo sem cliente.
«Sempre fizemos tudo para impedir a intervenção estrangeira». Os deputados da maioria recorreram ao riso em resposta a esta estapafúrdia e vergonhosa declaração de um ex-ministro socrático, mas a mim este tipo de discurso apenas causa náusea. Este novo PS retorna ao delírio e não consegue fazer mea culpa em relação aos erros que inegavelmente cometeu quando esteve no poder, coisa que parecia-me indispensável para poder voltar a ele: com este discurso, o regresso ao poder dos socialistas será coisa indigna de um país sério (ainda que reconheça a limitação com que o eleitorado está confrontado: já é tempo de correr com estes que nos governaram no pós-socratismo, mas opções não abundam). Entretanto, algo relacionado, sobre esta coisa da «intervenção estrangeira», convém recordar os discursos do «Portugal é a Grécia com um ano de atraso» ou do «antes fossemos a Grécia»: pois bem, a Grécia «está longe» de poder financiar-se só nos mercados. Ou seja, terá de continuar a sujeitar-se a uma ingerência externa de que nós já nos livramos.