Da anormalidade
Claro que «não é normal». Mas a princesa angolana insiste em tratar Portugal como se de uma República das Bananas se tratasse.
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Claro que «não é normal». Mas a princesa angolana insiste em tratar Portugal como se de uma República das Bananas se tratasse.
Merdas que cheiram muito mal. O que vale é que num país de gente séria estas merdas não têm pernas para andar. De qualquer forma, agradeçamos à empresária angolana Isabel «dinheiro do paizinho ditador» dos Santos a preocupação com o nosso interesse nacional.
No jornal da Ongoing, um dos principais accionista da PT, a capa pertence a um tal de Murteira Nabo que acha que o Estado devia intervir na eventual venda de uma empresa privada através da «mobilização de um conjunto de empresários que possam comprar a companhia em Portugal». Neste país, até para os empresários se mobilizarem é preciso o Estado? Querem melhor exemplo de uma cultura empresarial nacional que só sabe viver debaixo das saias do Estado do que este? Enfim, não é preciso muita inteligência para saber o que o Nabo quer e o porquê de ter de ser o Estado a "mobilizar" os empresários. Nabo ele não é, mas somos nós sempre que chamados a alimentar esta cultura parasita.
Podia ter sido mais criativa: faltou dizer que os ovos era ela quem os punha. Afinal, com muito trabalho, fazem-se milagres.
Ai não que não criam. Em boa parte, servem para criar empregos para os próprios e amigos, numa procura constante de fragilizar quem lhes bloqueia o caminho. Se antes da crise já assim era, então agora com a crise não é difícil imaginar o que uma pessoa no poder poderá fazer pela carreira dos que têm os cartões e as relações certas.
Naqueles que se opõem às privatizações, aparece frequentemente o argumento ou sugestão de que estas são uma oportunidade para uns tipos pouco sérios que fazem parte do Governo - e não só - encherem os bolsos e ganharem uns trocos valentes. Longe de mim defender que neste Governo, como em qualquer outro que tenhamos tido, só existe gente séria e honesta, mas perceba-se: se temos governantes pouco sérios e desonestos que querem encher os seus bolsos e os dos amigos, com privatizações ou sem privatizações, eles lá arranjarão forma de encherem os bolsos. Seja em privatizações; na construção de estradas, escolas ou hospitais; na compra de submarinos; ou no licenciamento de projectos tipo Freeport; oportunidades não faltam. Por isso, acenar com esse argumento ou sugestão para tentar travar as privatizações, parece-me coisa com pouco sentido e até, em alguns casos, pouco séria, sobretudo quando vinda de quem estaria na primeira fila a aplaudir efusivamente se em vez de privatizações estivéssemos a falar da construção de TGVs, de aeroportos e de outras coisas mais. Se somos governados por gente pouco séria, as privatizações, como é óbvio, são o menor dos nossos problemas.
«Achei que as pessoas têm de saber quem é este homem». Embora toda a história, inclusive o momento de divulgação da mesma, seja esclarecedora sobre como se processam certas coisas em Portugal.
«Na eventualidade de alguma das entidades em causa não ter disponibilidade para integrar o capital da nova sociedade, a Semapa informou os destinatários da referida proposta que encarava como alternativa poder vir a proceder à compra das correspondentes participações na Cimpor por valor não inferior ao acima indicado». Volto ao suposto iliberalismo da decisão do Estado de intervir no processo: a Caixa Geral de Depósitos tem de ter ordens específicas para deixar de favorecer empresários nacionais em negócios deste género. A CGD precisa de capital, também por isso não pode, e deve ter indicações precisas nesse sentido, andar a aventurar-se em novas sociedades para defender supostos «interesses nacionais». Pedro Queiroz Pereira que torne as coisas mais interessantes e avance com a alternativa que sinaliza no comunicado à CMVM, mas para já é uma pena que tal alternativa não passe de mera possibilidade. Até porque se uma proposta de 5,75€ por acção surgir, não vejo motivo para a CGD preteri-la em relação a uma de 5,5€. É preciso é que surja.