Outro erro na fórmula
Nota: claro que as decisões do TC pesam fortemente nesta equação.
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Nota: claro que as decisões do TC pesam fortemente nesta equação.
A coisa mais estúpida do sector público no que à educação diz respeito é, certamente, o modo como se processa a colocação de professores a cada ano, com regrazinhas burocráticas arcaicas, muito dependente de factores quantitativos, adequadas a uma sociedade do paleolítico, que nenhum ministo atreve-se a tentar mudar. Se em quase tudo o que diz respeito à gestão dos recursos humanos o nosso Estado já é mau, na educação é péssimo. E, perante nova polémica no sector com tal processo - realço a ideia de que não estamos perante uma novidade -, mais importante do que apurar o que deve acontecer à cabeça do ministro, parece-me adequado constatar em primeiro lugar que este modelo de colocação de professores está ultrapassado; é ineficiente; não passa de uma tonteria. Também por isso, num futuro breve e numa reforma da educação que ainda está por fazer, devia ser radicalmente alterado. Termine-se com a piadola, misto de brincadeira e coisa séria: o ministro Crato não implodiu o ministério, o ministério implodiu-o a ele.
Algumas reacções a que assisto durante o dia de hoje por parte de professores se levadas a cabo por trabalhadores de uma qualquer empresa privada em reacção a uma decisão de um superior hierárquico teriam uma consequência imediata: o despedimento/a não renovação do contrato. Só mesmo no sector público é que quem quer ser contratado acha-se no direito de impor as regras que ditam a decisão sobre a sua contratação. Dito isto, o ministro Crato, tirando o facto de ter sido o responsável final pela saída de Relvas do Governo, tem-se revelado um autêntico banana. Está, portanto, a ter o que fez por merecer.
Mesmo levando em consideração que o que alguns pediram foi uma alteração da data do exame, as notícias não deixaram de cair todas para o mesmo lado: Pais e directores pedem ao Ministério que adie provas nacionais ou Pais e directores defendem adiamento dos exames de dia 27. Pode ser um pormenor, mas está carregadinho de carga simbólica. Está tão enraizado o hábito neste país de adiar o que tem de ser feito que poucos imaginaram que o exame podia ser antecipado.
«Mais depressa acho que Oliveira mente quando escreve que «Crato garantia estar no relatório» o tal desvio de mais de 400%». Escrevi isto num post mais abaixo, entretanto já tentei obter prova da mentira do ministro, junto de alguns que o acusam de tal, e a verdade é que ainda não a obtive. Por outro lado, constato que nos vídeos disponíveis aqui parece que o ministro nunca chega a dizer aquilo de que é acusado. Mas se alguém tiver prova da mentira, agradeço que a disponibilize.