We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Adoro a malta para quem as privatizações são sempre momentos de negociatas, originando insinuações várias, mas os grandes investimentos públicos são sempre projectos para desenvolver o país. Mas reconheço: se Passos Coelho, Pires de Lima ou Sérgio Monteiro virarem funcionários de uma farmacéutica depois de abandonarem o poder, será motivo para preocupação. Enfim: ou bem que as pessoas que estão no poder são sérias ou não. Se não o são, tanto seja por via de privatizações, obras públicas, vistos gold, whatever, arranjarão sempre forma de fazer vir ao de cima a sua falta de seriedade.
* mas note-se que a irracionalidade dá muito jeito ao autarca quando atira com o peso dos encargos que já foram realizados e que não terão qualquer utilidade para tentar ganhar o argumento pelo lado emocional junto de quem lhe presta atenção. Custo afundado, um conceito que, infelizmente, não cabe na cabecinha de muito decisor deste país.
O ministro da economia é insensível e devia ser demitido. Porque, como está bom de ver, sensíveis foram aqueles que apostaram forte na construção civil, tão sensíveis que parte significativa dos recursos da nossa economia, quer humanos, quer financeiros, foram desviados em excesso para tal actividade e ajudaram a colocar o país nesta situação de bancarrota não oficial. No dia em que a evidente insustentabilidade da nossa aposta permanente na construção civil chegasse, o que esperavam mesmo que acontecesse? As falências e o desemprego aos magotes no sector só surpreendem os mais desatentos. E como é que acham que isto se resolve? Continuando a apostar no sector? Por favor, mesmo percebendo o desespero das gentes ligadas à construção civil e obras públicas, esse discurso míope mete nojo. E se pretendem descarregar a frustação em alguém, pois descarreguem naqueles que, com sensibilidade, foram apostando no esticar da corda até que esta rompesse mesmo. Deviam ter pensado na forma como tudo isto iria afectar a vida de milhares de pessoas antes de deixarem a corda romper. Agora, não culpem o Álvaro, que neste caso limita-se a fazer o seu trabalho ao não ceder a pressões, nem a entrar em desvarios.
Ainda a propósito do post anterior, ontem, na SICN, a ex-ministra da educação, Isabel Alçada, defendia a Parque Escolar por ter gerado emprego e contribuído positivamente para a actividade económica. Para o político que vive do e para o momento presente essa narrativa pode ter sido verdadeira. Enquanto as obras decorriam a todo o gás e atirava-se dinheiro para cima da economia gerava-se emprego e não se deixava a economia travar. Mas numa perspectiva mais alongada no tempo a contribuição da Parque Escolar para o emprego e a actividade económica foi certamente negativa. E porquê? Basicamente porque aquele emprego não era sustentável e o estímulo para a actividade económica que daquele gasto momentâneo pudesse vir a ocorrer quebrou totalmente no dia em que o financiamento secou, muito por culpa do endividamento em que incorremos exactamente para pôr em marcha programas tipo Parque Escolar. O presente agora é esse, não é aquele a que a ex-ministra fez referência. Que a ex-ministra continue a defender o projecto tal como desenhado com base nos argumentos do passado sem atender à realidade presente diz muito da ilusão em que esta gente vivia e ainda vive.
Isto para não falar nas despesas ilegais devido a contratos que não foram sujeitos a visto do Tribunal de Contas. Era necessário gastar, gastar, gastar. Atirar dinheiro para a economia. Num quadro mental destes, esperar pelo visto do Tribunal de Contas era um empecilho. Isto é mais uma peça do puzzle que vai explicando como é que a dívida pública disparou da forma que se sabe. Mas o melhor é aguardarmos pela opinião dos especialistas financeiros, tipo Daniel Oliveira e Fernanda Câncio, que eles é que sabem fazer contas e o ministro da educação é mentiroso (ao que parece, tal como o Tribunal de Contas). Mas ainda que na minha ignorância lá vou dizendo que a demissão da administração da Parque Escolar era o mínimo dos mínimos. Quanto aos responsáveis políticos que deixaram estes programas despesistas avançarem sem qualquer controlo de custos já sabem o que penso. Para terminar, uma nota irónica: não deixa de ser notável que sejam aqueles que volta e meia exigem uma auditoria à dívida pública, seja lá o que isso for, que quando confrontados com estas coisinhas aparecem na primeira fila a defender estas obras. Em defesa da escola pública, dizem. Pois, pois...