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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Barreira à entrada

Tentativa inaceitável de domar o quarto poder. Na verdade, acho que os partidos ficaram contentes com o que tem vindo a acontecer nas últimas eleições. Pode muito bem ter passado por ai, pela ausência da campanha política e dos debates políticos das televisões, a inexistência de fragmentação político-partária em Portugal de modo igual à que ocorreu nos restantes países do sul da Europa.

O nosso filho da puta

Passos Coelho "vendeu-se" como um gajo simples: habita em Massamá e frequenta a praia da Manta Rota nas férias. Imaginem este homem deixar de ser primeiro-ministro e adoptar no período imediatamente a seguir uma vida luxuosa, não lhe conhecida anteriormente. Isto merecia ser notícia ou não? Claro que merecia. Isto exigia explicações ou não? Claro que exigia. Aliás, estas mudanças de vida repentinas em Portugal aconteceram a alguns ex-político e, infelizmente, nem sempre foram noticiadas, vá-se lá saber porquê (por exemplo, foi preciso Duarte Lima cair em desgraça para se lembrarem de divulgar que o homem tinha uma riqueza extraordinária difícil de explicar). Ora, com Sócrates, houve apenas um jornal que se atreveu a fazer este escrutínio obrigatório regularmente: o Correio da Manhã. O jornalismo de sarjeta - reconheça-se que frequentemente vai longe de mais, não é isso que está em causa - foi, afinal, o único que não largou o osso, nem deixou de dar conta de que o ex-PM vivia uma vida para a qual aquilo que podia ter ganho nos cargos que lhe eram conhecidos não permitia justificar. E o que isso irritava os apaniguados e crentes do ex-PM: o CM era uma vergonha, as suas capas uma palhaçada, o ar que se respiraria em Portugal seria muito melhor sem um tal jornal. E quem se atrevesse a levantar as mesmas dúvidas que o CM, a interrogar-se de onde vinha o dinheiro para aquela vida luxuosa, era tratado abaixo de cão: eram os doidinhos por Sócrates, os maluquinhos, gente a quem não se devia prestar atenção.

Contudo, volta e meia, lá aparecia outro jornal, que não o CM, também noticiando factos relacionados com a vida luxuosa de Sócrates e o próprio, sentindo-se incomodado e sabendo o quanto isso podia minar as aspirações que nunca terá deixado de ter, sentiu-se na necessidade de fornecer uma explicação: um empréstimo da CGD. A coisa continuava a soar estranha, mas logo os apaniguados e crentes do ex-PM ficaram convencidíssimos que estava tudo explicado e só por má-fé e por má-língua é que os doidinhos não se calavam em torno da vida que Sócrates levava. Sabe-se agora, pelo próprio Sócrates, que a história envolve afinal "empréstimos" do «amigo que todos queríamos ter, mas nunca tivemos». Para apaniguados e crentes do ex-PM contínua a não se passar nada que mine a credibilidade do ex-PM, enfim, «tudo como dantes, no Quartel-general em Abrantes». São camadas de histórias mal contadas em cima de histórias mal contadas, num homem que governou Portugal e deixou-nos à beira da bancarrota. Apesar disso tudo, para apaniguados e crentes de Sócrates, o homem deve ser tratado como o nosso Mandela - cada país tem o Mandela que merece -, e, quiçá, ainda vai a tempo de chegar à presidência da República, bastando para isso que se liberte desta maçada que é estar a contas com a justiça (e com as próprias leis que assinou enquanto esteve no poder). Muito mais do que Mandela, para quem não compreende o fascínio que Jim Jones inspirava nos que o seguiam, acho que temos aqui case study.

No PS, Ana Gomes, para lembrar um exemplo evidente e de enorme simbolismo, que nunca precisou da intervenção da justiça para malhar em Portas com o processo dos submarinos, perante o caso Sócrates é notoriamente mais branda. Segue a máxima que está instalada no partido - e é típica dos outros partidos de poder - de que Sócrates «pode ser um filho da puta, mas é o nosso filho da puta». O patriarca deu o mote e, da mesma forma que outrora ficaram calados enquanto o país ia sendo atirado ao fundo, ninguém do partido se atreve a duvidar publicamente do homem que o liderou e secou tudo à volta, não vá gerar-se convulsão interna, com derrota pesada e afastamento de quem mantém pensamento crítico e dá mostras disso: «don't diss my family, get it?».  De resto, é ver o rol de figuras do PS e da sociedade portuguesa que vai em romaria a Évora e que merecem ser notícia não tanto pela visita em si, mas pelo que vão dizendo a cada saída da prisão: com tentativas sucessivas, mais ou menos subtis, de descredibilização da investigação em curso.

Depois, temos os partidos no Governo e o incómodo curioso que o caso Sócrates lhes causa. A quente, muitos acharam que iriam tirar proveito político da coisa, mas depressa foram percebendo que não era assim tão simples. Mas qual a origem do incómodo? Sentem-se desconfortáveis agora em mencionar Sócrates como o homem que destruiu o país e colá-lo ao PS, como alguns analistas sugerem? Se sim, são tolos e também isso é retrato de um país pequenino e medíocre. É óbvio que o caso Sócrates é um caso com implicações políticas e que o homem estar a braços com a justiça devia dar mais cartuchos a quem sempre se lhe opôs e diminuir politicamente quem sempre o defendeu. Ou há aqui uma família maior, que não se restringe apenas ao PS, mas vai dar directamente ao bloco central dos interesses, que também importa defender e salvaguardar? Que interesses sentem-se minados por um possível desfecho desfavorável ao ex-PM e até que ponto isso toca em todo o regime, em todos os partidos políticos? Bem, os submarinos já foram mencionados por aqui, mas qual o simbolismo de ter Marco António Costa, número dois do investigado Luís Filipe Menezes, como a voz oficial do PSD? Terá cada partido os seus filhos da puta a defender? Temo bem que sim.

Para terminar, se há conversa que não suporto é a do «eles são todos iguais». Mas insisto que para que não pareçam todos iguais convém que quem não é igual aos outros faça por o demonstrar. O refugio neste silêncio podre e cúmplice que se instala frequentemente, com ausência de denúncia de quem tem todo o ar de ser um enorme vigarista e aldrabão, não ajuda a mudar essa percepção. E esta politica de sarjeta que mete o homem, um qualquer homem, à frente das ideias e dos ideais tem sido a nossa desgraça.

Leitura política

«À política o que é da política, à justiça o que é da justiça» é um belo refúgio para não reconhecer o óbvio: o caso José Sócrates tem de ter leitura política. Da mesma forma que a presunção de inocência é válida a titulo pessoal, mas a política está para além dela, no sentido em que um político não pode, nem deve, refugiar-se nela (volto a lembrar que a propósito do caso da demissão de Miguel Macedo houve quem procurasse constatar que a sua demissão era coisa normalíssima - e eu acho que o devia ser -, mas repito que isso ainda está por provar). Sem que a situação do ex-PM, que pode muito bem acabar por não ser condenado - não é isso que está em questão  -, não mude, torna-se inadmissível que o PS continue sendo representado e dominado por socráticos. Ainda que esses socráticos tenham sido a principal força dentro do PS a provocar a queda de Seguro e a garantir a ascensão de Costa, o que coloca problemas evidentes ao actual líder. Contudo, se Costa é mesmo um líder forte e assim quer apresentar-se, tem agora a oportunidade para mostrar o que vale. Nem quero imaginar que, em 2015, com Sócrates a braços com a justiça, a campanha para as legislativas por parte do PS seja conduzida por socráticos ou que um futuro governo do PS tenha no seu núcleo duro socráticos - entendam-se os socráticos como aqueles que sempre rodearam o querido líder, tendo para com ele até relações de amizade; gente que foi promovida de forma sistemática dentro do PS por este; e que fez da defesa da honra de Sócrates uma das suas causas -, é inadmissível. Tão inadmissível como imaginar que Paulo Portas seria apanhado nas teias da justiça com o caso dos submarinos e, tirando o afastamento de Portas, tudo no CDS ficasse igual. Imaginam que assim seria? Achariam admissível que assim fosse? Se um partido não demonstra verdadeira capacidade de regeneração quando a necessidade desta é por demais evidente, esse partido não vale nada. E aqui, sim, essa incapacidade dos partidos de se regenerarem, isso é que coloca em causa, a prazo, o regime. Já a justiça seguir o seu rumo - investigando, acusando e condenando, quem quer que seja, se assim tiver de ser -, se alguma coisa, é sinal de vitalidade do regime.

O pior de Portugal

O Relvas do PS, braço direito de Costa, diz que este Governo remete para «o pior» de Santana, já deste PS só falta apurar se remete para o pior do guterrismo ou do socratismo. Que remete para o pior de qualquer coisa não tenho dúvidas, porque no PS a renovação foi zero (como Perestrello é exemplo evidente). E isto está mesmo a pedir uma implosão do sistema partidário.

Se o aplaudem, porque não votam nele?

A entrada do líder do PS interrompeu por minutos os trabalhos e gerou uma salva de palmas na sala do Centro Olga Cadaval. A originalidade da politica portuguesa em todo o seu esplendor. Perante isto, entre o Livre e o Marinho e Pinto, o último é bem capaz de ser, do ponto da proposta política que acarreta, muito mais sincero e honesto do que o primeiro. O Livre, perante tamanha exibição de ingenuidade, não passará mesmo de uma brincadeira de miúdos. E, confesso, estranharia muito que, tal como aconteceu nas europeias, o partido do Marinho não volte a ter muitos mais votos do que esta simulação de partido.

Da falta de vergonha na cara

António Costa faz uma piadola sobre militantes mortos que aparecem em listas e é suposto toda a gente achar muita graça e a comunicação social dar muito destaque ao caso, já a esta acusação que também se sabe ser verdadeira - não acredito é que seja só do lado de Costa, muito menos que seja só problema do PS (uma pesquisa no google revelará facilmente inúmeras notícias semelhantes com o PSD, por exemplo)  -, aparece mister Perestrello a dizer que só faz «campanha eleitoral pela positiva» e não levanta «calúnias e falsidades em desespero de causa». Mais comentários para quê? É a política partidária no seu pior. Aliás, um conhecido apoiante de Costa no twitter, farta-se de malhar em Seguro e nos seus peões com toda a autoridade moral que lhe deve ser reconhecida (foi, para mim de forma surpreendente, extraordinariamente difícil dar com esta notícia, mas sabia que a minha memória não podia estar a falhar): Tiago Barbosa Ribeiro, líder da concelhia portuense da Juventude Socialista vivia com 20 militantes na Rua da Constituição.

Lisboa como trampolim

Há um argumento usado pelos críticos de António Costa que considero particularmente irrelevante ou, ainda melhor, relevante no sentido inverso ao que apontam. É esse argumento o que se prende com o facto deste, ao disputar a liderança do partido e, por conseguinte, pretender concorrer a primeiro-ministro, não corresponder às expectativas nele depositadas pelos eleitores lisboetas e deixar pelo caminho um projecto com o qual está comprometido. Este mesmo argumento foi usado contra Paulo Rangel, acabado de triunfar numas eleições europeias, na disputa interna com Passos Coelho e sempre o considerei estúpido. Muitas das vezes irritam-me os candidatos sem provas dadas fora da política, mas não é menos irritante achar que quem deu provas de ser bom político - e alguém só pode provar ser bom político ganhando eleições e exercendo cargos políticos -, ter nisso algo que o diminui. António Costa ganhou as eleições de Lisboa e ganhou-as bem. Foi a novas eleições e foi reeleito: os eleitores gostaram do trabalho que fez à frente da câmara. Isso não o deve impedir de sonhar com voos mais altos, antes pelo contrário, e os habitantes de Lisboa só se deviam sentir ofendidos ou desiludidos se, porventura, achassem que o novo cargo a que Costa se candidata está num patamar de inferioridade ao de edil lisboeta, mas ainda não vi ninguém argumentar isso. Alguns dirão que tenho razão na mais-valia política que representa a vitória nas eleições e a boa avaliação feita à posterior pelo eleitorado sobre a obra realizada, mas António Costa poderia ter usado esse mesmo capital político para chegar a PM quando já não exercesse o cargo na Câmara de Lisboa. Devia cumprir o mandato até ao fim. Não pode ser assim porque na política o timing é tudo. E para Costa, como para Rangel naquela altura, este é o timing certo. Não inventemos barreiras à disputa interna dentro dos partidos onde elas não devem existir. Os partidos já estão suficientemente fechados sobre si mesmos, não os fechemos ainda mais.

Passos/Durão/Santana

A principal arma de Seguro contra Costa foi a principal arma da aliança governamental contra o PS nas europeias: o passado socrático. Não deixa de ser surpreendente, mas ainda que o racional tenha lógica, é má política. O partido acabará por penalizá-lo por isso, até por mecanismo de defesa (nota: a minha opinião até é a de que Seguro mais do que sabe que perdeu o partido e agora limita-se, já em pleno acto vingativo, a jogar para prejudicar Costa tanto quanto lhe for possível; mas ignoremos as intenções do ainda líder do partido). A vergonha com o passado é sempre tida como uma fraqueza pelo aparelho partidário, constituindo munição poderosa que fica ao dispor dos adversários. Afinal, o aparelho já esteve incondicionalmente ao lado de Sócrates, sem piar um protesto que fosse que se fizesse ouvir contra o antigo querido líder, dai que alegar agora que no passado tinham existido erros graves era tomá-los por hipócritas/oportunistas e isso é coisa que a malta do aparelho, ainda que exista quem diga precisamente o contrário, nunca é, certo? Acrescente-se que o PSD sentiu isto mesmo na pele quando a vergonha manifestada em torno do passado barrosista/santanista, causa de divisões internas, era usada por Sócrates abundantemente contra toda e qualquer liderança social-democrata que tivesse pela frente. Já agora e por falar nisto, recordam-se de algum comentário depreciativo de Passos Coelho em relação à governação barrosista/santanista? Provavelmente, não. Um acaso, certamente.

O Marco António Costa do PS

 

Ou o Miguel Relvas, se preferirem. Porque todo o líder partidário precisa de homens assim. Ah!, mas este Costa é tão diferente de Passos e de Seguro. Então não é, basta olhar para Marcos Perestrello, estrela socialista que ganhou algum perfil mediático a debater política com Marco António Costa num programa da RTP (Corredor do Poder); substituto de Relvas na Finertec - da qual se demitiria assim que a empresa começou a ser mal vista publicamente -; e um dos homens fortes de Costa no assalto ao poder no PS. É assim a vida político-partidária: para alcançar o pote, é preciso ter muita abelhinha. E, curiosamente - ou então não, dai a boa imprensa -, na forma adoptada para o assalto ao poder, é Costa quem mais se aproxima do perfil e da táctica a que recorreu Passos. Mais do mesmo.

Um lugar ao sol

O que é um partido? Um sitio onde debatem-se ideias? Olhe-se então para a disputa à liderança do PS. Os com lugar garantido, estão com Seguro. Os que já perderam o lugar - vem-me à memória Capoulas Santos e Edite Estrela, por exemplo - ou estão em risco de o perder, estão com Costa. É certo que falta saber com quem está António Capucho, mas, enfim, querem um desenho?

 

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