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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Se o ridículo matasse

António Costa nunca poderia debater com Paulo Portas. Portas é número dois da coligação e comparava com Carlos César. Agora, como as sondagens dão a coligação à frente do PS, entre os socialistas (e não só) descobriu-se que é preciso ter em conta que o embate já não é sobretudo entre António Costa e Passos Coelho, mas antes entre o PS e dois partidos distintos, o PSD de Coelho e o CDS de Portas. Por isso, bem vistas as coisas, Costa vai isolado à frente. Se o ridículo matasse.

A grande mentira

Passos Coelho é acusado frequentemente de ser mentiroso e a sua palavra não ter credibilidade. Há vários factos que suportam este tipo de discurso contra o actual primeiro-ministro e, portanto, nem vou tentar negar essa realidade. Meteu-se a jeito, agora leva por tabela. Posso recordar, contudo, que quem mais usa este discurso contra Passos (não é toda a gente, atenção) dava cobertura a José Sócrates, esse sim tragicamente e compulsivamente mentiroso, mas adiante, porque o ponto que pretendo marcar neste post é outro: a grande mentira da política portuguesa é aquela que passa pela explicação socialista para os eventos que resultaram na chamada da troika em 2011 e aquilo que se lhe seguiu. Essa grande mentira é suportada pela adulteração de três pilares base que explicam praticamente tudo o que de mau nos aconteceu: 1) a troika (entenda-se: a austeridade que se associa à troika) tornou-se inevitável por políticas irresponsáveis seguidas no passado e não por qualquer outro factor; 2) o PS assinou um memorando de entendimento onde comprometia-se com praticamente todas as medidas difíceis que se seguiram (sim, no memorando vinha lá escrito que se as medidas explicitadas no memorando não fossem suficientes para alcançar as metas desejadas, mais medidas seriam adoptadas) e essas medidas resultariam nos efeitos práticos negativos que se conhecem (não se corrigiam anos e anos de políticas erradas sem dor); 3) o Governo de Passos Coelho, não tendo em nenhum momento atingido as metas previstas no MoU (metas essas que, recorde-se, eram muito menos duras do que a aquelas com que os socialistas pretendiam comprometer o país no PEC 4), nunca foi além do acordado, tendo ficado sempre aquém. Na versão socialista, a grande e maior mentira política contada em Portugal por estes dias, a história é a de que 1) o país estava relativamente bem governado até 2011; 2) a oposição lixou-nos a vida com o chumbo do PEC IV; e 3) depois da assinatura do memorando e das eleições, quase tudo o que se lhe seguiu é responsabilidade do novo governo em funções, o tal que teve de gerir a bancarrota, porque foi muito além do plano maravilho que Sócrates ainda assim nos deixou e, nesse sentido, pouco ou nada é responsabilidade do governo anterior que deixou o país em falência não oficial. É como se a falência não oficial fosse um mero pormenor, coisinha insignificante. Enfim, quem nisto acredita, bem pode chamar aldrabão a Passos ou coisa algo pior, mas acaba por ser pior do que o aldrabão que critica, pois acredita e propaga uma aldrabice ainda maior. Diria mesmo a maior aldrabice política de todas as que foram contadas nos últimos cinco anos. Noto, portanto, com alguma graça, o caricato que é porem permanentemente em causa a seriedade de outro quando são tão pouco sérios na forma como abordam toda a situação por que passamos. Mas compreendo-os: como sem esta aldrabice é muito difícil justificar racionalmente o voto no PS, há quem forçosamente se veja obrigado a acreditar nela. O pior cego...

Quem é o ignorante ou gosta de tratar os outros por parvos?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revê em baixa a taxa de desemprego de fevereiro, que passou de 14,1%, conforme foi divulgado no mês passado, para 13,6%, segundo os dados desta quarta. Acho que não adianta ir buscar todos os textos jornalísticos e não só onde se fazia troça destas declarações de Passos Coelho. O PM muitas vezes erra, mas erra muito menos vezes do que alguma comunicação social gosta de dar a entender. E nessa ânsia de mostrar a ignorância dos outros ou de como os outros nos tratam por parvos, quem acaba por fazer isso mesmo que sugere que os outros são ou fazem é ela própria, a comunicação social. Para comunicar é preciso perceber do que se fala e boa parte dos nossos jornalistas ou tem má-fé ou não faz ideia do assunto sobre o qual está a escrever.

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