We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
É óbvio para qualquer pessoa com dois dedos de testa que Rangel referia-se à instrumentalização que o PS fez da justiça. É igualmente óbvio que Sócrates, até pelas histórias agora conhecidas, era gajo para instrumentalizar a justiça. Essa evidente instrumentalização da justiça ficou personificava pelas figuras sinistras de Pinto Monteiro e Cândida Almeida. Instrumentalização que contou com o silêncio cúmplice de todo o PS, inclusive do ex-ministro da justiça e número dois socrático, António Costa. O PS, invés de estar com lágrimas de crocodilo em relação às declarações de Rangel, devia antes fazer mea culpa sobre esse seu passado recente e demarcar-se da governação socrática. Coisa que não só ainda não fez, como Costa e seus apaniguados, nunca nos esqueçamos, vinham preparados para recuperá-la em forma de elogio, provavelmente a tempo de lançarem Sócrates para as presidenciais. A lata desta malta é tal que João Galamba, sempre muito activo na frente demagógica, até veio falar no PSD como o «partido dos banqueiros», esquecendo, como Rangel também fez questão de sublinhar, a ligação do seu partido a Salgado e as salganhadas verificadas em várias empresas nacionais no seguimento disso mesmo. Enfim, a malta sem vergonha que suporta o PS bem pode vir com Tecnoformas, submarinos e quejandos, que essa realidade triste do nosso passado não apagam. De resto, em qualquer sociedade séria, o que se passou com Sócrates seria motivo para amplo debate, ponderação e reflexão, no sentido de evitar que tal voltasse a suceder. Nunca este silêncio podre para onde muitos gostam de atirar o caso socrático. Por isso mesmo, obrigado Paulo Rangel. Alguma malta ficou incomodada? É normal, a verdade dói.
Há um argumento usado pelos críticos de António Costa que considero particularmente irrelevante ou, ainda melhor, relevante no sentido inverso ao que apontam. É esse argumento o que se prende com o facto deste, ao disputar a liderança do partido e, por conseguinte, pretender concorrer a primeiro-ministro, não corresponder às expectativas nele depositadas pelos eleitores lisboetas e deixar pelo caminho um projecto com o qual está comprometido. Este mesmo argumento foi usado contra Paulo Rangel, acabado de triunfar numas eleições europeias, na disputa interna com Passos Coelho e sempre o considerei estúpido. Muitas das vezes irritam-me os candidatos sem provas dadas fora da política, mas não é menos irritante achar que quem deu provas de ser bom político - e alguém só pode provar ser bom político ganhando eleições e exercendo cargos políticos -, ter nisso algo que o diminui. António Costa ganhou as eleições de Lisboa e ganhou-as bem. Foi a novas eleições e foi reeleito: os eleitores gostaram do trabalho que fez à frente da câmara. Isso não o deve impedir de sonhar com voos mais altos, antes pelo contrário, e os habitantes de Lisboa só se deviam sentir ofendidos ou desiludidos se, porventura, achassem que o novo cargo a que Costa se candidata está num patamar de inferioridade ao de edil lisboeta, mas ainda não vi ninguém argumentar isso. Alguns dirão que tenho razão na mais-valia política que representa a vitória nas eleições e a boa avaliação feita à posterior pelo eleitorado sobre a obra realizada, mas António Costa poderia ter usado esse mesmo capital político para chegar a PM quando já não exercesse o cargo na Câmara de Lisboa. Devia cumprir o mandato até ao fim. Não pode ser assim porque na política o timing é tudo. E para Costa, como para Rangel naquela altura, este é o timing certo. Não inventemos barreiras à disputa interna dentro dos partidos onde elas não devem existir. Os partidos já estão suficientemente fechados sobre si mesmos, não os fechemos ainda mais.
Um grupo de políticos tugas, aparentando ter ali um grande trunfo para exibir ao seu eleitorado, recebe um bacano estrangeiro com nome de esquentador que diz zero à maior parte dos portugueses, no meio de fingido entusiasmo, exibindo cartazes à política americana. No discurso, o bacano estrangeiro que outrora disse que quando as coisas ficam sérias eles têm de mentir, na qualidade de especialista da coisa diz para «não acreditarmos nos socialistas» e ainda, demonstrando o quão conhecedor é da nossa realidade, atribui a um tal de Colombo nacionalidade portuguesa. Querem mesmo saber porquê que os portugueses andam afastados da política, a sério? Estas merdas não falam por si?
They're meaningless and all that's true. «Os serviços da Presidência da República identificaram um erro no texto publicado em Diário da República sobre a controversa Lei da Limitação de Mandatos em 2005. A notícia foi avançada na edição online do Jornal de Notícias, que adianta que os serviços da Presidência da República descobriam que houve um erro na publicação da lei com a troca de um “de” por um “da” da Lei de Limitação de Mandatos» [fonte]. Sou dos que acha que nunca houve intenção do legislador de impedir que um determinado presidente da/de (riscar o que não interessa) Câmara estivesse impedido de se candidatar à mesma função noutra autarquia. Mais: nem acho que fizesse sentido essa limitação. Dito isto, esta da troca do "da" pelo "de" é a cereja em cima do bolo de um processo todo ele vergonhoso, mas sintomático de como se fazem as coisas em Portugal. Mas o que realmente gostava de realçar é isto: também não gosto de Menezes, sobretudo esse, mas derrotem o homem nas urnas e deixem de pretender usar a justiça para o afastar da corrida ou atacá-lo politicamente. Disputas internas de poder no PSD arrastadas para o palco da política nacional desta forma só diminuem os intervenientes. Paulo Rangel, pessoa por quem tenho o mais sincero apreço, neste caso em concreto tem andado francamente mal. E note-se: Rangel pede a clarificação de uma lei que o próprio gaba-se de ter redigido. Notável, não?