We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Mas calma que Lains tem outra solução: que Passos se demita. Esta gente nem inventada. E depois, se for preciso, ainda vêm dizer que a dupla PSD/CDS é que não percebeu os resultados eleitorais. Igualmente brilhante é o argumento de que o PSD radicalizou quando é o PS que anda a negociar com a extrema-esquerda. É preciso encontrar forma de justificar o injustificável (nota: o PS na campanha usava uma pergunta para atacar a PàF que era aquela do «pode alguém ser quem não é?», curiosamente, a mesma pergunta é perfeita para ser feita aos novos "companheiros" do PS: o BE e o PCP).
Um dos argumentos mais extraordinários para justificar a permanência de António Costa na liderança do PS depois do desaire ocorrido é a de que não há ninguém no partido em condições e com capacidade para substituir o actual líder. Quando é que o PS deixou-se cair nesta pasmaceira em que, como se já não bastasse não ter candidatos fortes e credíveis para apoiar nas presidenciais, alguns sugerem não existir ninguém com qualidade suficiente para subsituir um candidato que liderou o partido rumo a uma derrota estrondosa e que ocupou a liderança da forma como o fez? O partido vai ficar quieto? Permitir ao falhado Costa continuar a liderá-lo? Enfim, por um lado, talvez agora comece-se a compreender melhor uma das coisas que atormentou Costa durante toda a campanha: a solidão. Há um deserto de figuras credíveis moderadas dispostas a ir à luta pelo partido e uma mão cheia de jovens turcos a pretenderem tomar conta do partido, ainda que nenhum com força e credibilidade suficiente para assumir a liderança efectiva. Por outro lado, também se percebe que temos um Costa, produto das jotas (aderiu com 14 anos à JS e tem todo um percurso ligado à política e ao partido, ainda que extraordinariamente nunca se tenha associado ao ex-edil lisboeta o mesmo rótulo que se associa a um Seguro ou a um Passos), agarrado ao poder que nem uma lapa, controlando o aparelho e contando com este para evitar ataques à sua frágil liderança (a ironia, depois de tudo o que dizeram do Tozé). Mas este desespero de Costa que leva-o a não pretender abandonar o palco, ainda que, por um qualquer milagre, consiga mesmo evitar que o tirem de lá, acabará por resultar em prejuízo do PS. Costa, por maioria de razão, nunca conseguirá ser figura para unir e pacificar o PS. Não o foi antes, muito menos o será agora. Costa não está em condições de ser agora o que Passos Coelho foi em 2009 no PSD, porque é antes disso a Manuela Ferreira Leite da mesma altura. Se no PS andam tão alucinados que não percebem isso e vão apostar na lógica do manter actual líder com base no argumento «depois de ti mais nada; nem sol nem madrugada; sem ti não há amor; a vida não tem cor», a coisa só pode correr-lhes mal. A coligação sorri.
José Miguel Júdice, na tv, ensaia o discurso da "elite" bem pensante que apostou todas as fichas no bom do Costa, um homem da sua confiança, e fez tudo por tudo para correr com Seguro e Passos: Costa devia governar, mesmo que perdendo as eleições, com o seu executivo a ser viabilizado pelos partidos à direita que constituem a PàF, ainda que esta última vença as eleições. É a quadratura do círculo: o perdedor governa com o suporte do vencedor. Há uma "elite" que continua a pensar que a vontade do povo serve para eles fazerem o que bem entenderem. É também para ver esta gente lixada da vida que no dia 4 vou-me divertir à brava com uma eventual vitória da PàF.
Em que Passos e Seguro não prestavam e Rio e Costa é que eram bons. Mas Costa, o bom, prepara-se para levar banhada e sair humilhado do confronto com Passos, o mau. Ainda assim, alguns simpatizantes socialistas continuam a dizer que se Costa arrisca ter um mau resultado eleitoral, com Seguro ainda seria pior. Mais: Costa agora até pode perder, por que motivo não pode continuar a liderar o partido? Lembram-se de algum? Eu também não. Acreditaram no mito, agora agarram-se a ele com todas as forças que têm. No dia 4 tudo isso ameaça ruir.
Uma postura muito costista, sob o lema: «a devolução da sobretaxa não é uma promessa, é uma estimativa». Mais sabem eles a forma como o eleitorado percepciona estas cenas.
Sentiu-se na necessidade de largar esta: «Não vim de empresas de objecto social obscuro». Pois não, só tem vida que se conheça na política, com particular destaque para a fase em que foi número dois do animal feroz. Enfim, o que Costa quer dizer, denotando algum desespero, é qualquer coisa como isto: «deixem lá de me chatear com as contas para a segurança social do meu programa de governo, temos de arranjar novo tema». Ou como os socialistas gostam de dizer: entramos na nova e importante fase da discussão de ideias para o país da tecnoforma.
Reparem neste furo do jornal de campanha socialista Público: «A carta de Passos a Sócrates em 2011 prometia apoio à vinda da troika». Como se não estivéssemos perante uma coisa há muito conhecida e, particularmente, irrelevante. Uma das coisas mais deprimentes da vida política/jornalística portuguesa é a forma como alguns apostam permanentemente na tontice do eleitor/leitor. Não me parece difícil perceber, parece-me mesmo bastante óbvio, aliás, a diferença entre desejar/defender, a partir de determinada altura, a vinda da troika e ser o responsável pela vinda da troika. Confundir os dois planos pode dar jeito a alguns chico-espertos, mas só não percebe a diferença entre ambos quem ou é tonto ou está de má-fé. A responsabilidade pela vinda da troika encontra-se evidentemente nas políticas irresponsáveis que meteram o país numa situação de pré-bancarrota e tiraram-nos o acesso aos mercados da dívida. Foi isto, nada mais do que isto, o que chamou a troika. A partir do momento em que estávamos nessa pré-bancarrota, qualquer pessoa responsável e com dois dedos de testa só podia suspirar pela vinda da troika, precisamente porque só esta evitaria a bancarrota efectiva. Perante isto, querer levar a discussão para um jogo de vontades é, como dizê-lo, pateta. E como quem não aprende com os erros do passado está destinado a repeti-los, bastaram uns dias de discussão sobre quem «chamou a troika» para pôr em evidência algo que tenho há muito como garantido: noutros países pode não o ser, mas em Portugal discutir o passado contínua a ser fundamental.