We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Parece que teve de existir uma «solução para a dívida». A culpa é do neoliberalismo. «Acima da dívida, estão as pessoas». É preciso mais dívida, para ajudar as pessoas. O problema é socialista. As consequências são neoliberais. Se não estivéssemos limitados pelos recursos existentes isto era tudo tão mais fácil. Seriamos todos socialistas.
Olhamos para os dados do Eurostat sobre pobreza relativa e descobrimos que entre 26 países da UE, no indicador que abrange todo o conjunto de pessoas que cai pelo menos num dos indicadores utilizados para tentar medir o risco de pobreza e exclusão social (a saber: 1. pessoas em risco de pobreza após transferências sociais; 2. situação de grave privação material; 3. viver numa casa com muito baixa intensidade de trabalho), entre 2008 e 2012, Portugal é não só um dos poucos países que melhorou a sua situação relativa como, pasme-se, só a Roménia e a Alemanha, em igual período, tiveram melhor performance. Imaginem se este Governo fosse mesmo uma máquina de criar pobreza como alguns, da classe média - os que foram mais afectados pelas medidas de austeridade -, nos contam na televisão.
A notícia e a reacção que provocou fizeram-me recordar este episódio do Seinfeld. Contudo, parece que no caso português não vai ser necessário recorrer ao «The Cleaner». Existindo pobreza e gente a passar fome; não existindo risco para a saúde pública e estando perfeitamente identificado o que está a ser distribuído; acho que é uma solução preferível à destruição dos alimentos.
«Não somos a Grécia. Gritavam os membros do atual Governo, há um ano, com alguma insistente sobranceria. Vendo as coisas, comparativamente, à luz de hoje, é caso para dizer, "antes fôssemos".» Vejamos as coisas, comparativamente: na variação percentual do PIB no terceiro trimestre deste ano quando comparado com trimestre igual do ano passado a Grécia caiu 7,2% contra 3,4% para Portugal; na taxa de desemprego a Grécia, em um ano, passou de uma taxa de 18,4% para uma de 25,4% quando em Portugal a subida foi de 13,7% para 16,3%; e, já agora, apesar das limitações do indicador, a percentagem da população em risco de pobreza ou exclusão social era no último ano de 31% na Grécia, o que representava uma subida significativa face a anos anteriores, enquanto em Portugal era de 24,4%, o que representava uma descida significativa face a anos anteriores. Dado isto, poderia ser dito: mas os gregos já percorreram um caminho que Portugal ainda está a percorrer. Nada mais errado: o défice, a dívida pública e até a previsão para crescimento económico em 2013 da economia grega têm valores piores do que os nossos. Claro que nada disto é de grande regozijo porque com o mal dos outros podemos nós bem e, não fosse a Grécia, a lanterna vermelha em quase todos estes indicadores éramos nós, mas só um lelé da cuca é que acha que seria preferível sermos a Grécia. Até porque o pior da Grécia é algo que não é medido por estes indicadores e que o dr. Soares traduz por um benigno «lá se arranjou o dinheiro necessário para dar à Grécia». Lá se arranjou forma da Grécia ficar na completa dependência da Europa sem acesso aos mercados por largos e largos anos. «Quando há vontade política, é assim que acontece.» Parece que a vontade de alguns senadores lelé da cuca é essa mesma: atirar-nos para a situação da Grécia, o que só pode ser entendido numa lógica de quanto pior, melhor. Deve ser isto que se entende por defesa do interesse nacional.
Estes descobriram agora que o conceito de pobreza aplicado pelo Eurostat é relativo. Se estamos a empobrecer, é natural que o rendimento a partir do qual alguém passa a entrar no perímetro da pobreza baixe. Percebamos: se todos os portugueses, sem excepção, passassem a ganhar 420€ por mês, no que representaria um empobrecimento geral significativo, mas o alcançar de uma sociedade igualitária, a verdade é que tal representaria o fim da pobreza relativa. Mas não é grande coisa como objectivo, pois não?
Há 327 mil portugueses a viver do Rendimento Social de Inserção. A notícia adianta ainda que por dia há 60 novos beneficiários deste subsídio. Acredito que sim, mas a verdade é que desde o inicio do ano a quantidade de beneficiários tem-se mantido estável e está muito longe dos mais de 400 mil beneficiários existentes no ínicio de 2010. Considerando que desde então a situação do país não melhorou, muito pelo contrário, é lógico presumir que alguma coisa foi feita no sentido de garantir que só beneficia deste rendimento quem dele efectivamente precisa. E tenho poucas dúvidas que a maior parte dos que o recebem actualmente precisam e a diminuta prestação que auferem está longe de poder/dever ir para o famoso lote das gorduras do Estado.