We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
À moda venezuelana: referendo convocado para ser realizado daqui a oito dias, sem qualquer tempo para que se estabeleça uma campanha organizada que permita uma discusão séria e aprofundada sobre a importância do que está em jogo, incentivando o voto a quente, e sem qualquer garantia de que lhes darão as condições para levar adiante o que pretendem referendar (sim, porque anunciam um referendo que depende novamente da vontade de outros, nomeadamente de que os restantes membros da zona Euro lhes permitam uma mini-extensão do resgate e que mantenham as propostas negociadas atá aqui em cima da mesa). Enfim, depois de chegarem ao poder e concluirem a primeira negociação com a zona Euro, estes gajos do Syriza tiveram quatro meses para fazer um referendo em condições minimamente aceitáveis. Não o fizeram. Não me parece difícil adivinhar o que lhes vai na cabeça. É democracia, sim, da pior espécie. E volto a insistir: não é possível partilhar uma moeda única com gajos que se comportam desta maneira.
Acredito que no dia das eleições os números não serão estes, mas não deixa de ser preocupante que o partido que vai à frente nas sondagens em Espanha seja um que apresenta propostas deste género. Como se não bastasse o Syriza na Grécia, agora paira a nuvem negra do Podemos em Espanha. Independentemente do que venha a acontecer, garantido é que não existe conciliação possível entre diferentes tendências na UE se políticos da escola Chávez começarem a tomar o poder nos países do sul.
Foi pena não ter sido feita uma destas para o amigo Sócrates, material não faltaria. Mas aproveitando o texto no DN, de crítica a Marinho e Pinto muito comum nos tempos que correm pela corte lisboeta, recordo-me de outros tempos em que assim não era. Claro que o facto de se ter metido na política-partidária ajuda a explicar o motivo pelo qual o ex-bastonário é agora mais criticado, mas não é só isso: a atitude para com Marinho mudou imediatamente por parte de certos sectores no dia em que este decidiu opor-se publicamente à adopção por casais do mesmo sexo. Isso - e apenas isso - tornou-o imediamente persona non grata entre muitos dos que anteriormente eram mais tolerantes quando confrontados com as suas traquinices. É que sou do tempo em que a jornalista Manuela Moura Guedes, confrontando precisamente Marinho e Pinto com uma das inúmeras contradições que o seu discurso populista já então encerrava, recebeu resposta deste último em termos totalmente inaceitáveis, termos esses que visavam precisamente fugir a ter de dar uma resposta à contradição indicada. Se não me falha a memória, julgo não estar a ser injusto, muitos dos que agora o criticam, ou estiveram calados nessa altura, ou até elogiaram a sua performance. Mais honestidade. Menos hipocrisia.
Ainda no post que antecede este, por uma questão de transparência, sinalizei que veria com bons olhos que os (candidatos a) primeiros-ministros revelassem as declarações de impostos dos anos que precedem a candidatura, à semelhança do que acontece nos Estados Unidos da América, mas este pedido de levantamento, por parte de António José Seguro, do sígilo bancário do PM é ridículo e perigoso. Há certos limites que não deviam ser ultrapassados em política. Seguro, que aparenta andar particularmente afectado pelo disputa com Costa nesta fase final das primárias, ultrapassou-os largamente. Com alegria nos livraremos deste tipo, pelo menos por uns tempos, em breve.
É verdade que os nossos políticos engravatados são uma melhoria estética face ao político de fato de treino, mas, ainda que de forma mais moderada e dissimulada, por vezes gostam de se encaminhar para o que está na origem disto. Um dia, quiçá, alguns aderirão mesmo ao fato de treino. Afinal, um que outrora aderiu aos bonés agora é ministro influente.
1. Mentes brilhantes lembraram-se de apresentar uma proposta que visa limitar o salário dos gestores públicos ao do Presidente da República. Medida popular, certamente. Mas insatisfeitos com a fasquia do salário do nosso Presidente da República e procurando demonstrar o quanto têm a razão do seu lado, foram ainda mais longe e traçaram comparações entre os salários dos nossos gestores públicos e o salário de Barack Obama, Angela Merkel ou Nicolas Sarkozy. Óptimo. Mas esqueceram-se, naturalmente, de comparar o salário do presidente Obama com o salário dos gestores públicos norte-americanos. Esqueceram-se, naturalmente, de comparar o salário do presidente Sarkozy com o salário dos gestores públicos franceses. Esqueceram-se, naturalmente, de comparar o salário da chanceler Merkel com o salário dos gestores públicos alemães. Esqueceram-se, mas não se deviam ter esquecido, pois a comparação não seria favorável à tese populista que defendem.
2. Os salários dos gestores públicos não constituem um problema em Portugal. A incompetência dos gestores públicos, a maior parte deles com lugar assegurado por via do cartão partidário, esse sim é o verdadeiro problema, associado ao elevado peso que o sector (público) tem na economia nacional. E baixar o salário dos gestores públicos não resolveria o problema, pelo contrário, iria agravá-lo.
3. E, como consideração marginal, convém ponderar se o salário do Presidente da República não é diminuto? A minha opinião é que talvez não seja, até porque não é pelo salário que faltarão candidatos competentes ao cargo, mas também ninguém pode ignorar que a função do Presidente da República, contrariamente à função de um gestor, não é particularmente atractiva pelo rendimento auferido. Há, entre outros factores, muito prestigio envolvido. E só o prestígio já tem um valor considerável. Não entremos, portanto, na demagogia e no populismo que isso não nos leva a lado nenhum, embora possa dar votos a uns quantos partidos.