We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
O desprezo por todos menos pelos milionários, conta a narrativa ficcionada e desesperada do PS. Porque diz a lenda, a esquerda defende os pobres, a direita os ricos. Por isso é que nunca como hoje os bancos tiveram taxas efectivas de imposto tão elevadas. Por isso é que o império da família de Salgado, um grande amigo do PS socrático, ruiu. O «dono disto tudo» sentiu o desprezo do governo e tem o PS a lata de vir com este discurso? Mas há mais: por isso é que os grupos de interesses que se alimentavam da e na PT ruíram. Por isso é que as construtoras, onde se construíam milionários como Carlos Santos Silva, o amigo do outro, ou rebentaram ou tiveram de ir procurar negócio fora do país (mas, não se preocupem, Costa quer pôr novamente a construção a mexer com o dinheiro que descontamos para a segurança social). Só nisto ruiu boa parte do conjunto nefasto de interesses que ajudava a bloquear o país e alimentava o PS, alegado partido amigo dos pobrezinhos que defende os mais fracos (mas que depois atira um país para a bancarrota e não pede desculpas aos que diz defender pelas consequências das asneiras que fez). Porque sou do tempo em que se gastava muito dinheiro para conseguir pôr o milionário Figo a apoiar Sócrates, para depois Perestrello, um dos actuais homens fortes de Costa, sendo informado da história limitar-se a perguntar: «e isso vale muitos votos! Essa merda dá muitos subsídios de desemprego». Belos tempos em que se desprezavam os milionários e se defendiam os restantes. Enfim, só na falta de actuação do governo quer no GES, quer na PT, foram vários milionários que ficaram muito mais pobres. Só nisto desapareceram boa parte dos que antes eram fortes neste nosso pequeno Portugal e que estavam habituados a que o poder político lhes fosse beijar a mão. E deve também ser por isso que na campanha eleitoral quem mais se manifesta na rua contra o Governo são os pobrezinhos e fracos dos lesados do GES, que de tão pobrezinhos que não eram, mas agora são, conseguem correr o país em autocarros em acções de campanha organizada, porque querem recuperar, nas palavras dos próprios, os muito milhões que perderam (milionários virá de milhões?). Mas o Governo, tonto, antes preferiu o incómodo nas acções de campanha do que forçar nos bastidores uma solução que calasse esta gente. Porque, sim, este governo não enfrentou todos os interesses em Portugal: a EDP de Mexia e Catroga, por exemplo, foi relativamente poupada, mas até ai quem é que mais defendeu estas empresas milionárias e de milionários se não o governo PS com as rendas que gerou no sector eléctrico (o Manuel Pinho, esse pequeno milionário, que o diga)? Porque os anos da troika não foram perfeitos e muito ficou por fazer, mas nunca como nesta legislatura se tocaram em tantos interesses, tanta gente forte deixou de o ser e tantos milionários sentiram-se à rasca e sem protecção do poder político. É olhar para aquilo que se pode considerar a estrutura do poder económico do país. Os ramos de poder alargaram-se, estando mais dispersos, mais frágeis e sendo de nacionalidades mais variada. O país mudou, também neste aspecto. Julgo que para desgosto do PS, porque alguns dos seus amigos sofreram muito com a mudança.
«A tributação especial de grandes fortunas teria um efeito imediato de fuga (em capitais e bens móveis) e alienação de patrimónios em bens imóveis numa economia aberta e globalizada. O país perderia atractividade e competitividade, ou seja, empobreceria ainda mais». Por exemplo aqui o Eduardo Pitta vem lembrar-nos que entre o património dos ricos está o «dinheiro parado nos bancos (os depósitos)». Óptimo exemplo, pela estupidez que significaria a sua tributação. Para começar o dinheiro não está parado no banco ou de onde pensa o Pitta que vem parte do dinheiro para os empréstimos concedidos pela banca? Em segundo lugar, qual seria o efeito de taxar as poupanças dos mais ricos? O que os impediria de pegarem nas suas poupanças e irem colocá-las numa conta na Suiça? Se é que a maior parte dos ricos, verdadeiramente ricos, já não é isso que faz. Acrescente-se ainda que o estudo abordado pelo jornal i foi feito, segundo o DN, em 2009, pelo que terá sido o que justificou a medida de novo escalão máximo do IRS em 2010. Medida que é convenientemente esquecida por quem quer que apareça a defender nova taxa extraordinária ao nível do IRS. Não deve haver nova taxa porque pura e simplesmente já há uma taxa nova e extraordinária que faz precisamente isso que o PR diz defender. Por fim, não posso deixar de notar que para criar um novo imposto não falta gente cheia de ideias de como e o que taxar, enquanto que no que toca à despesa do Estado, esse sim o nosso verdadeiro problema que urge combater, lamento que as mesmas pessoas sejam tão limitadas de ideias.
PS: por outro lado, e de certa forma relacionado, quando e se chegar a altura de ajustar taxas de IVA para financiar a baixa da TSU, será bom que o Governo recupere esta ideia: PSD prefere tributar bens de luxo. Até porque a maior parte dos bens de luxo são importações.
Esta medida do Sarkozy que afecta os franceses que auferem mais de 500 mil euros anuais foi adoptada em Portugal há mais de um ano para quem aufere rendimentos superiores a 150 mil euros anuais. O que eles estão a fazer já nós fizemos, por isso escusam de pedir que façamos igual. Mais: quando o Governo de Sócrates tomou tal medida, não me esqueço que o PSD e o CDS deixaram a proposta passar por via da abstenção, mas apresentando reservas quanto à medida em si. «Não é este o caminho», disseram.