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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Ideias "roubadas"

Claro que estuda. Ou como o cenário macro do PS assustou os partidos do Governo porque veio "roubar-lhes" parte das ideias que tinham. Uma ideia que há muito os peritos do FMI têm vindo a defender para Portugal: Crítico assumindo do aumento do salário mínimo em Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou esta quarta-feira à carga: a recente decisão foi "prematura" e deverá mesmo prejudicar os trabalhadores menos qualificados. Para o FMI, se o Governo quer elevar os rendimentos de quem menos ganha, deve adoptar um crédito fiscal – o chamado "imposto negativo". Agora, o que seria normal, dada a retória que acompanhou os principais blocos partidários neste período do ajustamento, seria os partidos da maioria virem com o crédito fiscal e o PS com o aumento do salário mínimo, até porque isso era uma marca que distinguia Costa de Seguro e ainda recentemente Costa voltou a insistir no tema. Contudo, contrariando essa pré-sinalização de enorme irresponsabilidade, o PS, até ver, com alguma lata, trocou a volta aos partidos da maioria, se bem que ainda estou convencido que os primeiros a atirarem o «cenário macro de Centeno» para o lixo serão os próprios socialistas. Restará o «cenário macro de Galamba», aquele que parte de projecções irrealistas para prometer o que não terá para dar.

Falta cumprir-se a troika

Se há conversa tonta é aquela de que o Governo foi além da troika. É bom recordá-la a propósito disto. E aquilo nem é o mais relevante, porque se há coisa que me anima no cenário do PS é, precisamente, a da baixa da TSU para os empregadores. Um Governo que tivesse ido além da troika nunca teria deixado cair o «game changer» como o actual deixou. Mais, ao contrário do que alguma malta quer dar a entender, se há mais alternativas hoje do que no passado é porque há maior margem orçamental e o financiamento está muito mais facilitado - fruto, parcialmente, do trabalho deste governo, tenha-se noção disso - e não porque se comprove que, afinal, havia alternativa ao discurso do «não há alternativa». Mais: o cenário macro do PS revela que parte daquilo que se entende como alternativas mais não são do que variantes de um mesmo caminho que este governo percorreu, tentou percorrer ou está a percorrer. Há questões estruturais da economia portuguesa que têm mesmo de ser resolvidas e o que tem de ser tem muita força. Nesse sentido, onde outros vêem grandes diferenças, eu vejo muitas semelhanças. Aliás, se nos basearmos na retórica que dominou Portugal nos últimos anos, faria mais sentido algumas propostas do cenário macro do PS saírem de alguém com um mindset de direita do que um de esquerda. A diferença é que se essas mesmas medidas tivessem sido apresentadas por um partido de direita, caia o carmo e a trindade. Não o sendo, passam a ser boas e aceitáveis. As medidas são boas ou más não pelo seu valor intrínseco, mas por quem as apresenta. Como por aqui escrevi, tocar na TSU deixou de ser estúpido e a reposição parcial dos salários deixou de ser inconstitucional. Ah!, sobre aumento do salário mínimo o cenário macro do PS nada pressupõe, optando antes pelo crédito fiscal que tal como citado na notícia acima era ideia que a própria troika admitia. É, portanto, por quem se posiciona à direita, possível tecer elogios ao cenário do PS, não se percebe é a continuação da conversa que tenta fazer da troika o monstro mau.

Os estágios explicam tudo

Segundo parte da oposição, há uma explicação muito simples para quase toda e qualquer variação nos números do desemprego: as políticas activas de emprego financiadas pelo Estado, sobretudo os famosos estágios do IEFP. Se o desemprego baixa, é porque o governo está a investir forte nos estágios. Se o desemprego sobe, é porque o Governo está desinvestir dos estágios. Nada mais simples. Logo, daqui conclui-se que (perspectiva gráfica aqui) até Setembro de 2014 o Governo usou os estágios para fazer descer o desemprego e a partir dessa data, certamente pela aproximação das eleições, decidiu desinvestir dos estágios e deixar o desemprego subir. O Governo é, obviamente, parvo. Ainda na mesma onda, permitam-me as seguintes perguntinhas: 1) o PS se e quando for Governo abandonará as políticas activas de emprego?; 2) se os estágios do IEFP garantem emprego que de outra forma não haveria, então o custo do trabalho conta para as empresas na hora de contratar, não?; 3) no seguimento disso, servirão os estágios profissionais, em parte, para compensar a existência de um salário mínimo e o que este significa enquanto barreira no acesso dos jovens ao mercado de trabalho?

Dom Sebastião (1)

«Direita falhou no diagnóstico e na resposta», diz António Costa, numa crítica fortíssima aos governos de José Sócrates que começaram a aplicar forte e feio a austeridade, isto depois de terem aplicado, com os resultados que se conhecem, forte e feio a expansão keynesiana. Começa a ser recorrente este distanciamento de Costa em relação a Sócrates, há poucos dias fez o mesmo quando recordou que havia um acordo de concertação social para o salário mínimo que deixou de ser cumprido. Pois bem: o acordo foi patrocinado pelo governo socrático e quem deixou de o cumprir, embora dissimulando o incumprimento do mesmo (eram peritos nisso), foi precisamente esse mesmo governo socrático quando em 2011 limitou a subida do SMN para os 485€ (e não para os 500€ com que se havia comprometido). E deixou de o cumprir, por insistência de Teixeira dos Santos para insatisfação da ministra Helena André, porque na altura era já evidente o impacto deste no aumento do desemprego. De resto, Costa insiste em imitar Seguro, na vacuidade: «O que o país exige não é que mudemos o ritmo nem diminuamos a dose, o que o país nos pede é que façamos diferente, com uma alternativa clara a este Governo». Que alternativa é essa? Obras públicas? PPPs? Aumento do emprego público? Aumento do défice? Não se sabe: deve ser por isso que é clara, basta acreditar.

Ciclos eleitorais

Aumentar salário mínimo; baixar impostos; lançar os investimentos públicos; etc... etc... enfim, gastar toda a "folga" que a política dos últimos anos permitiu obter antes das próximas eleições. Com isto, não só ambicionam melhorar o score eleitoral, como limitam o campo de acção do PS no início da próxima legislatura. O que paira na cabeça dos actuais governantes é isto e só isto: «se não formos nós a fazê-lo, serão eles. Para isso, fazemos nós.» É a política, estúpido!

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