Como é que ficam os três marretas que o apoiaram?
1. Sampaio da Nóvoa pressionado a desistir
2. Eanes, Sampaio e Soares apoiam Sampaio da Nóvoa
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1. Sampaio da Nóvoa pressionado a desistir
2. Eanes, Sampaio e Soares apoiam Sampaio da Nóvoa
António Costa hoje podia estar a entrar nestas contas, com outros resultados mais animadores para a esquerda do que estes: Marcelo bem destacado, Nóvoa a caminho da irrelevância.
Em 2013, tivesse o Presidente da República deitado o executivo abaixo e, naquele contexto, dificilmente a coligação conseguiria obter um resultado eleitoral semelhante ao que vai obter agora no final da legislatura, tendo cumprido e explorado todo o ciclo eleitoral. Na verdade, isto mete em perspectiva a decisão de Jorge Sampaio quando fez cair o governo de Santana Lopes da forma que se conhece. Acto original e vergonhoso, responsável máximo pela única maioria absoluta do Partido Socialista em Portugal. Uma maioria absoluta com as consequências trágicas que se conhecem. Em 2013, valeu à direita Cavaco, porque com um qualquer Sampaio a mesma história ter-se-ia repetido. Aliás, o candidato Nóvoa disse preto no branco qual seria a sua posição.
O actual Presidente e a sua actuação é um tema importante para Costa na campanha das legislativas, dai que Maria de Belém tenha acertado no timing de anúncio da sua candidatura presidencial (eheheh). Alguns no PS vão tentar atirar responsabilidades para Belém por provocar clivagem no partido, mas é óbvio que o principal responsável pelo que está a suceder é Costa com a sua aposta no cavalo, manifestamente, errado. Nóvoa é uma nódoa. Basta ler coisinhas como esta. E não é que Belém seja muito melhor, dado que tem o carisma de uma pedra. Mas com Costa a recuperar parte do guterrismo, Maria de Belém, uma nulidade produto desse mesmo guterrismo, não terá pretendido ficar para trás. Quem se está a rir disto tudo é Seguro e os potenciais candidatos de direita, Marcelo à frente de todos os outros.
A verdade é que o ziguezague e a indefinição no PS já matou a candidatura deste tipo. Avançou para o terreno, comprometeu-se com um lado e agora faltam-lhe as tropas prometidas.
No dia em que Francisco Assis, um dos rostos visíveis da ala moderada do PS, aparece na primeira página do Expresso a afirmar que não vota em Nóvoa, uma sondagem que é reveladora de como a direita está extraordinariamente bem colocada para ganhar as próximas presidenciais. Depois de um governo de direita que, avaliando pela opinião de muitos analistas, fez mais mal ao país do que bem, e de um presidente da República eleito com o apoio da direita que, segundo os mesmos analistas, só diz asneiras, não deixa de ser extraordinário.
Íamos ter um Guterres/Costa vs Marcelo/Durão. Afinal, ainda acabamos com um Nóvoa vs Rio. Quantos adivinhavam tal combinação há dois anos? Poucos, certamente.
Bem presente, também, nesta ideia: Sampaio da Nóvoa teria demitido o Governo no verão de 2013. Na entrevista em causa, esta, além da tontice de remeter a justificação para a sua posição no «princípio constitucional do regular funcionamento das instituições democráticas» [nota], mostra-se preocupado por na «altura própria, os portugueses não terem sido chamados a renovar a legitimidade democrática do Governo». Se dependesse desta malta - dos Sampaios, o outro e o Nóvoa, ao Costa - na Constituição ficaria escrito que os mandatos dos governos de direita são para terminar a meio. Mas esta posição tem uma particularidade: seria o drº Seguro quem ganharia com a medida (sabe-se lá para o quê, uma vez que, muito provavelmente, o Presidente estaria a trocar um governo de maioria absoluta por outro de alianças complicadas) e o drº Costa não teria tempo de aparecer para vir apoiar esta nulidade do Nóvoa. Nem tudo seria mau.
A propósito disto, permitam-me atirar para o ar uma afirmação sem grande risco porque não será testada na realidade: pudesse Cavaco Silva concorrer a novo mandato e ganhava se o principal opositor fosse Sampaio da Nóvoa.
«O leitor acrescenta na caixa de comentários ( a reacção foi rápida...) os detalhes legais e admnistrativos, como se Nóvoa tivesse sido impedido de falar, protestar, cantar o "Acordai" etc. É curioso, a Cavaco não perdoam o legalismo, a falta de coragem e de rasgo, mas a Nóvoa, sim; são as regras e tal». Pois, caro Filipe: «o professor, que não diz mais porque houve um compromisso entre todos os membros do júri, a pedido do reitor, para não se falar mais no assunto».