We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Sobre o descongelamento das pensões, diz-nos a nova coqueluche da esquerda que «ao longo da legislatura isso irá acontecer com todas». Para acomodar as reivindicações tontas da extrema-esquerda e garantir a aprovação do orçamento para o próximo ano, muita coisa tentará o PS atirar para o «ao longo da legislatura». Mas, agora, só podem subir as pensões mais baixas, deve ser mais ou menos como isto (que já vinha acontecendo e que também constituía um «aumento real»): Pensões mínimas vão voltar a aumentar 1% em Janeiro. Perante o colete de forças em que estamos metidos, a forma como a esquerda vai negociar e tentar vender o seu "governo" vai ser muito divertida (aliás, ainda o governo nem existe e já começa a demarcação: «Governo de esquerda? Para já, chame-lhe governo do PS...»). Há um motivo pelo qual BE e PCP não acreditam no Tratado Orçamental, nem no limite de 3% do défice, é que a maior parte das tontarias que defendem não cabem nesses limites. Para as acomodar, das duas, uma: ou o PS viola aquilo que diz pretender respeitar e tanto mais viola quanto mais pretender diferenciar-se do que o executivo de direita já vinha fazendo, ou bem que não faz muito diferente do que já vinha sendo feito. As coisas são o que são.
É uma boa ideia do PS (ou deveria dizer do drº Centeno?) para pôr o Estado a gastar menos. Há muita gente a receber do Estado, directa ou indirectamente, que nunca contribuiu para justificar o que recebe e, mais importante, não necessita de o receber, estando muito longe de estar entre os que mais necessitam de apoio do Estado. Dito isto, O drº Centeno é um tipo que o PS usa para se credibilizar ao mesmo tempo que tenta iludir o eleitorado sobre aquilo que este realmente pensa. Em bom rigor, o principal responsável pela vertente económica do programa do PS, noutras circunstâncias, até poderia estar a colaborar com a coligação. Isto porque boa parte daquilo em que Mário Centeno acredita, na sua área de especialidade, costuma provocar na maior parte dos socialistas que conheço, sobretudo na malta defensora dos direitos adquiridos, palavras de indignação. E a coligação aproveita para acenar, a propósito deste tema (não por acaso aproveitado primeiramente por Catarina Martins), com o «tenham medo, tenham muito medo», mas com isso também limita-se a ser algo (ou ate muito) hipócrita, ainda que exista alguma justiça poética na critica por estar a usar as tonterias em que os socialistas acreditam - e a que recorreram abundamentemente para criticar medidas deste executivo - contra os próprios.
Sentiu-se na necessidade de largar esta: «Não vim de empresas de objecto social obscuro». Pois não, só tem vida que se conheça na política, com particular destaque para a fase em que foi número dois do animal feroz. Enfim, o que Costa quer dizer, denotando algum desespero, é qualquer coisa como isto: «deixem lá de me chatear com as contas para a segurança social do meu programa de governo, temos de arranjar novo tema». Ou como os socialistas gostam de dizer: entramos na nova e importante fase da discussão de ideias para o país da tecnoforma.
Centeno apareceu no PS como o rosto da credibilização do partido. Podia ser boa estratégia, mas Centeno também tem a sua própria credibildade enquanto economista a defender. Com o líder do partido a falar de tudo e mais alguma coisa, perdendo-se em considerações tontas sem sentido, e Centeno a ser questionado sobre as mesmas, a estratégia de credbilização do partido por esta via arrisca acabar por produzir resultado contrário.
À falta de amigos no partido, procura-os fora dele? Enfim, não deixa de ser uma identificação curiosa quando nos lembramos da batalha da "velha" contra Sócrates. Quando nos lembramos do que, por exemplo, o camarada Galamba e Porfírio diziam da "velha". E, ainda mais engraçado, do que Sócrates e o PS acusaram Ferreira Leite: a "velha" queria privatizar a segurança social. Qual é que é mesmo o argumento do PS de Costa por estes dias contra a coligação? Isso mesmo, o de que quer privatizar a segurança social. Devemos estranhar, quando Galamba e Porfírio continuam a estar na linha da frente da batalha comunicacional socialista? Enfim, política em constante loop, declarações sem sentido para mero sound bite e pouco mais para mostrar. É a vacuidade total.
Toma lá o dinheiro equivalente a quatro pontos percentuais da TSU e mete-os na banca a render se quiseres. Está iniciado o caminho, colocando as coisas nos termos do PS, para a privatização da Segurança Social (os gritos histéricos que teria de ouvir a propósito desta medida se a mesma viesse da coligação). É temporário? Depois de implementada logo se verá, mas o Cavalo de Troia passou o portão: o PS concorda, seja por que motivo for, que se aumente o grau de liberdade do contribuinte no curto-prazo em relação ao que fazer ao fruto do seu trabalho em troca de uma menor pensão paga pelo Estado no futuro. [Nota: um dos motivos por que gostei de ler o cenário macro do PS foi precisamente este: permite gozar com boa parte das tontices que os próprios socialistas, em jeito de «vem ai o papão mau», vão atirando para o ar].