Isto vai correr tão bem
Frente Comum vê um "quadro mais favorável" para reivindicar
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Frente Comum vê um "quadro mais favorável" para reivindicar
O PCP não tem sido poder a nível governamental, mas tem sido contra poder, por via da sua acção política através da CGTP. Se há coisa que este governo fez foi implementar as bases que enfraqueceram e ainda mais enfraqueceriam essa posição confortável de força de bloqueio (bastante nociva) onde os comunistas se instalaram. Na legislação laboral, nas regras para a contratação de professores, na privatização das empresas do sector dos transportes públicos, etc... o PCP não pode ter deixado de sentir que parte da sua identidade foi fortemente atacada, fragilizada e está em risco de perder-se (este governo não teve o seu momento thatcheriano com os mineiros, mas também fez a sua mini-revolução na relação de forças entre estado, sociedade e sindicalismo). Por isso mesmo, ao contrário de quem só tenta ler a nova atitude do PCP à luz de uma estratégia para entalar o BE ou o PS, acho que há também qualquer coisa de desespero, de tentativa de salvar-se a ele próprio, não pela via do entalanço dos outros, mas antes pela via da procura de pontos de consenso que possam reverter as medidas deste governo que os ameaçam. Entenda-se: o PCP sente-se forçado a arriscar, porque sente que parte daquilo que é está em risco de se perder.
«Conseguimos infligir um dano de 30 milhões de euros na companhia e penso que isso não devia ser desvalorizado pelo Governo». Apesar de ser um palerma, agradeça-se a honestidade. De resto, ainda ontem havia quem desconfiasse do possível valor de prejuízo com uma greve deste género anunciado pela administração da empresa, considerando-o demasiado alto, não percebendo que se a administração da empresa e o Governo têm algum interesse é em camuflar o verdadeiro valor dos prejuízos e não exacerbá-lo. E porquê? Porque se é possível argumentar que um potencial prejuízo elevado deixa os pilotos mal vistos, por outro lado é ainda mais fácil argumentar que complica a privatização.
A Ryanair lucra certamente. Tão certo quanto, pela primeira vez de que me recorde, ter acabado de passar um spot publicitário à companhia irlandesa na RTP em horário de telejornal. Mas, ok, ainda no outro dia ouvi um gajo no Prós & Contras a chamar a TAP de monopólio natural. Esta ideia de que para além da TAP só existe o vazio é das noções mais ridículas que pode existir. Ou a TAP se adapta aos tempos modernos, ou morre. E se há algum tempo, neste país que é Portugal, isso poderia parecer surreal, depois do que aconteceu nos últimos anos, só alguém muito distraído pode manter essa noção desfocada das coisas.
Transportes: menos 3.500 pessoas, mais 200 milhões de euros.
«Entendo que os sindicatos não deveriam declarar a greve pela greve e alguns fazem-no».
O primeiro caso flagrante de bastonário-sindicalista foi o de Marinho Pinto na ordem dos advogados, o segundo é o de José Manuel Silva na ordem dos médicos. Pelo menos, a cada intervenção que lhe oiço a falar sobre os médicos e o sector da saúde, tenho enorme diificuldade em distinguir o discurso do bastonário, no conteúdo e na forma, daquilo que costumo ouvir de Mário Nogueira sempre que este fala sobre os professores e o sector da educação. O homem está sempre de dedo em riste e, com recurso a um discurso muitas feitas profundamente demagógico, a culpa da sua indignação é sempre do Governo que nunca acerta uma.
A TAP está a passar uma má imagem com a suspensão de voos. Os pilotos querem ver o problema resolvido, por isso ponderam avançar para uma greve. E, pimba, acabam-se os voos suspensos. É preciso esclarecer que é isto que se passa, não vá alguém mal intencionado pensar que o sindicato dos pilotos mal remunerados, coitados, quer aproveitar um momento de fragilidade da empresa para, com chantagem, conseguir que a empresa ceda a seu favor. Quando é que avança a privatização desta empresa, mesmo?
CGTP e UGT rejeitam aumento da idade da reforma. Também rejeito: de preferência, quero reformar-me o mais cedo possível a ganhar o máximo possível. O meu mal é que percebo de aritmética.
Uma das coisas mais caricatas nas críticas às provas de avaliação a que a tutela quer submeter os professores são os argumentos utilizados por alguns dos que criticam a realização da mesma. Por exemplo, lendo isto, fiquei igualmente com pena do aluno que «tem uma inteligência menos visual e se pode baralhar na leitura de um diagrama» ou do aluno que «tenha dificuldades com a pontuação ou com a translineação». Aliás, fazer provas de avaliação a alunos pode ser «apenas uma maneira de eliminar aqueles que em situação de maior stress vão falhar». E os coitados de candidatos a empregos que se sujeitam a «testes psicotécnicos» para puderem trabalhar na maior parte das grandes empresas? Porque será que estas grandes empresas usam e abusam de «testes psicotécnicos»? Deve ser porque quem comanda os recursos humanos é pateta. Que há professores medíocres, sem os conhecimentos mínimos para ensinar, quase todos os que passaram pelo sistema de ensino na qualidade de alunos, sabem. Que nunca se fez nada de especial para separar o trigo do joio, também. Que a maior parte dos professores argumenta sempre que também concorda que algo devia ser feito, mas nunca concorda com nada do que é proposto, chame-se o proponente Maria de Lurdes ou Crato, idem.