We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession.
If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all.
We are bad comedians, we aren’t bad men.
Tenho algum receio daquilo que pode ser do país no dia 5 de Outubro: um governo frágil, sem maioria absoluta, seja ele de direita ou de esquerda, será o primeiro passo para começarmos novamente a derrapar e a colocar todo o esforço feito até aqui em risco. E suspeito, por manifesta falta de responsabilidade política, que é para uma situação dessas que o país caminha. Quando, se necessário, a estabilidade poderia estar sempre garantida de forma tão simples e óbvia: CDU, CSU e SPD selam acordo de «grande coligação».
Um partido que obteve 4.7% dos votos, conseguiu 8.6% dos deputados (MP: Member of Parliament na terminologia britânica). Outro que obteve 12.6% dos votos, conseguiu 0.2% dos deputados. Com 36.9% dos votos chega-se à maioria absoluta. Com as suas vantagens e desvantagens, convém ir lembrando que o sistema eleitoral pode estar organizado de várias formas e o nosso modelo não é necessariamente o melhor. Aquilo que o sistema britânico perde em representatividade partidária, ganha em grau de proximidade entre eleitores e eleitos (o que consiste numa forma do eleitor se sentir mais e melhor representado). Além disso, parece-me claro que um sistema como o britânico é garante de maior estabilidade governativa.
Os Republicanos preparam-se para assumir o controlo do Senado, sendo que já têm e manterão o da Câmara dos Representantes (conquistada nas intercalares de 2010). 71,6% de probabilidade disso acontecer, segundo o FiveThirtyEight. As eleições intercalares são um mecanismo formidável de limitação do poder e da oposição fazer valer a sua força perante as políticas seguidas pelo Presidente eleito. Balança do poder, mecanismo de equilibrio de forças. Forma das posições dos opositores se fazerem sentir a meio do mandato de um presidente, sem necessidade da queda deste, garantindo dessa forma que a estabilidade do sistema fica intocável.
O Relvas do PS, braço direito de Costa, diz que este Governo remete para «o pior» de Santana, já deste PS só falta apurar se remete para o pior do guterrismo ou do socratismo. Que remete para o pior de qualquer coisa não tenho dúvidas, porque no PS a renovação foi zero (como Perestrello é exemplo evidente). E isto está mesmo a pedir uma implosão do sistema partidário.
Que a deputada Rita Rato dá-se mal com a história e a deputada Joana Barata Lopes é uma criatura despassarada já se sabia. Mas digam-me, neste vídeo (via Insurgente), quem é que é o rapazinho com ar sério que estudou «relações internacionais e ciência política»? Novo cromo a acrescentar à caderneta. E se dúvidas houvesse, fica mais uma prova de que a reforma do sistema político é urgente. É necessário aumentar a influência do povo na escolha individual de cada deputado da nação e diminuir o peso da liderança de cada partido nesse mesmo processo. Mas como os partidos têm a faca e o queijo na mão...
Se José Sócrates não conseguir ganhar as próximas eleições legislativas, isso significará que desde 1976 só existiu um primeiro-ministro que deixou de o ser levando o seu último mandato até ao fim.
Era tempo de fazer alguma coisa para garantir maior estabilidade ao sistema, não?
"Em Portugal devia ser proibido um Governo minoritário porque não governa, não dá estabilidade e não dá confiança". Proibido é palavra forte, mas que devíamos reformar o sistema eleitoral de forma a favorecer a obtenção de maiorias absolutas por parte do partido mais votado é evidente. Se tal reforma tiver de ser feita à custa da perda de influência dos partidos mais pequenos que assim seja. E é lamentável que quem anda constantemente com a instabilidade na boca limite-se a analisar a questão de um ponto de vista mesquinho da táctica política no curto prazo e não tenha qualquer capacidade de pensamento a longo prazo. O nosso sistema eleitoral, tal como está, tem produzido frequentemente soluções governativas instáveis. Mude-se o sistema.