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Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Os Comediantes

We mustn’t complain too much of being comedians—it’s an honourable profession. If only we could be good ones the world might gain at least a sense of style. We have failed—that’s all. We are bad comedians, we aren’t bad men.

Mr. Brown

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Socialismo na gaveta

Tsipras descobriu que quando as coisas tornam-se sérias é preciso colocar o «socialismo na gaveta». Coisa que os portugueses bem sabem desde os tempos de Mário Soares como primeiro-ministro. Mas, felizmente para nós, Soares não precisou do tempo de Tsipras para chegar a igual conclusão. É uma coisa pela qual sempre lhe terei gratidão.

Mais desorientação socialista

Contínua a paródia no PS: o camarada Porfírio é adorável. «Os socialistas não são todos iguais» e aponta um exemplo de socialismo a sério vindo de um partido holandês que está alinhado com o PCP e o BE e que ataca precisamente um polítivo de um partido da área política do PS. Enfim, começam a faltar as palavras para descrever aquilo em que o PS se está a transformar. Estão completamente desorientados, não sabem para onde se voltar.

A certeza do dia-a-dia socialista: uma história de enganos

Vai acabar a lixar a malta que ainda não recebe pensão. Mas o discurso de Costa é o discurso certo para o eleitorado que não consegue largar a lógica do pensamento «dia-a-dia». Uma lógica limitada e tonta, ainda que compreensível numa sociedade onde parte da população vive amedrontada e sem grande esperança e perspectiva para o futuro. Mas responde o PS a essa falta de esperança? É o PS factor de confiança? Enfim, o PS quer dar certezas no curto-prazo, aumentando a incerteza e imprevisibilidade do futuro. Todo o discurso do PS está carregado desta carga imediatista, de resolução dos problemas do presente num abrir e fechar de olhos. Tivemos toda a primeira década do século XXI nesta lógica, tem corrido optimamente como se constata. No final da década de noventa do século passado, qual era o futuro risonho que o PS prometia para a primeira década do século XXI, lembram-se? E durante a governação socrática, durante a segunda metade da primeira década do século XXI, qual era o futuro risonho que o PS prometia para a segunda década do século XXI, lembram? E agora, na segunda metade da segunda década do século XXI, qual é o futuro risonho que o PS nos promete para a terceira década do século XXI? Aqui já não é uma questão de lembrança, é mais de confiança. Confiança de que o futuro risonho com que o PS acena nunca se irá concretizar, com todas as consequências que dai advirão para quem agora, no presente, não souber fazer as escolhas acertadas, desbaratando o futuro em nome do curto-prazo. Há aquele provérbio do «engana-me uma vez, a vergonha é tua; engana-me outra vez, a vergonha é minha». Como é que isto fica para quem se deixar enganar uma terceira vez?

A esquerda e a aritmética

Ainda sobre Silva Lopes, «a great, good, and incredibly likable man», nas palavras de Paul Krugman, leio esta frase dele [daqui]: «Em Portugal, querem que o Governo gaste mais, não querem que o Governo aumente os impostos e querem que o Governo tenha um défice mais pequeno. Ora, isto é uma impossibilidade aritmética. E, no entanto, as mesmas pessoas, o mesmo grupo, o mesmo partido, querem estas coisas ao mesmo tempo. Este tipo de situações ilógicas é que nos levou a isto.» E penso: em boa parte, a ideia de que a esquerda não percebe de matemática/economia, sempre me pareceu uma coisa caricatural, pessoas como Silva Lopes ou, para dar outro exemplo, Teodora Cardoso, estavam ai para desmentir inequivocamente essa ideia. Mas no discurso político de alguma malta de esquerda nos dias que correm, estes economistas passam por «neoliberais». Claro que à esquerda sempre existiram alguns sectores mais radicais, da extrema-esquerda, que nunca gramaram o posicionamento dos Lopes e das Cardosos desta vida e facilmente os identificavam com a direita, mas no PS, ao menos nesse, não era assim. Agora, mais depressa apanho um socialista contente com o novo poder em Atenas e a identificar-se em larga escala com este do que a citar em concordância convicta um Silva Lopes ou uma Teodora Cardoso. Meus caros socialistas, reconhecer que os recursos são limitados não impede ninguém de ser socialista. Pelo contrário, permite ter um entendimento mais claro sobre a fronteira de possibilidades que determinada economia oferece e adaptá-la o melhor possível às preferências ideológicas. Depois da economia rebentar três vezes desde 1974, já era tempo da maior parte das pessoas, inclusive as de esquerda, ter percebido isto.

Novela brasileira

Para desanuviar da nossa politiquice interna, é interessante prestar alguma atenção à campanha brasileira: compra de votos às claras por parte de Dilma, em cima da eleição, com intuito claro de ir atrás do eleitorado da candidata opositora que vai à frente nas sondagens. Perante isto, até é possível ter algum orgulho nos nossos políticos. Aliás, quanto mais de perto acompanho a campanha brasileira, também por entender que a política é sempre reflexo do eleitorado a que se destina, menos simpatia vou tendo por alguns aspectos que tenho cada vez mais como certos de serem característicos da generalidade da sociedade brasileira.

Muro de Berlim

Na vida, já se sabe, não há almoços grátis. Se quisermos voltar a ter a social-democracia no ocidente teremos que efectuar alterações profundas na ordem mundial: voltar a impor barreiras alfandegárias (impedindo o dumping social) e controlar os mercados de capitias e os offshore. Já o comunismo também só falhou porque tinha o capitalismo do outro lado.

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