The Lady's not for turning?
Perante uma recusa grega em aceitar outro tipo de solução mais profunda e confiável para o seu problema - até porque o eleitorado grego já deixou claro até onde está disposto a ir -, a decisão de não deixar aos gregos melhor opção do que a de abandonar a zona Euro é uma decisão ao nível da de Thatcher de não meter o Reino Unido na União Monetária. É impossível tomá-la sem levantar ondas de choque e é preciso enorme coragem para levá-la adiante. E tem racional semelhante a justificá-la: a Alemanha sabe que se for ela a ceder no essencial, abre a porta à perda de controlo sobre o que fazer ao dinheiro dos contribuintes alemães, estando portanto a abdicar em larga medida da sua soberania. Entenda-se: o que se decide por estes dias em Bruxelas tem implicações muito mais vastas do que o mero caso grego. Perante isto, a questão que importa colocar neste momento é: Merkel, a pessoa com maior poder de decisão e definição na zona Euro, tem os "tomates" para levar tal coisa adiante? Não sei, mas quanto ao lugar na História, ao contrário dos fantasmas com que outros acenam, tenho para mim que ficaria a ganhar se os tivesse. Tal como Thatcher ficou. Oxi oxi oxi.