Um direito
Hoje é um bom dia para exercer um direito, o direito fundamental de poder escolher entre participar ou não numa eleição à qual, no actual contexto, não atribuo particular importância, pelo que facilmente deduzirão qual o sentido da minha opção. E, felizmente, esta decisão que resulta do exercício da minha soberania individual, do meu estatuto de homem livre, ainda ninguém me quis retirar. Dito isto, não deixa de ser caricato que o homem que ontem veio apelar para que fossemos votar, dada a crescente relevância do Parlamento Europeu para as nossas vidas, tenha estado, depois de pressões de Merkel et al., na primeira linha dos que recusaram um referendo ao Tratado de Lisboa e pressionaram o Governo de Sócrates para ignorar o que tinha sido uma promessa eleitoral. Enfim, para Cavaco me vir dar lições de democracia, tinha que nascer duas vezes.